sábado, 12 de maio de 2018

Mistura do biodiesel ao diesel avança de 8% para 10%

B10 entra em vigor e mistura do biodiesel ao diesel avança de 8% para 10%
A Abiove projeta que a demanda por óleo de soja passará de 2,9 milhões de toneladas para 3,7 milhões de toneladas em 2018.
A mistura de 10% de biodiesel (B10) ao diesel mineral começou a valer a partir de 1° de março de 2018. A decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo ministro Fernando Coelho Filho, de antecipar em um ano o B10, traz benefícios imediatos. De acordo com as informações da Abiove, o Brasil substituirá mais 2% do consumo de diesel mineral por biodiesel, que é mais saudável e renovável, enquanto países europeus ameaçam paralisar a frota de carros a diesel para atingir metas de redução de poluição, por não disporem de maior oferta de biocombustíveis.
O aumento da mistura do biodiesel reforçará ainda mais a liderança mundial do país em matéria de participação de biocombustíveis, posição registrada pela OCDE em seu relatório sobre o Brasil divulgado ontem. O País é campeão na economia verde e limpa, que gera empregos e agrega valor à produção. De acordo com o documento, a participação de fontes renováveis no suprimento de energia, no Brasil, é de 44%, ante 9% nos países da OCDE.
Processamento
A Abiove projeta que a demanda por óleo de soja, principal matéria-prima utilizada na fabricação de biodiesel, passará de 2,9 milhões de toneladas para 3,7 milhões de toneladas em 2018. Com isso, a necessidade de soja para esmagamento relacionada ao biodiesel aumentará de 14,5 milhões de t para 18,5 milhões de t.
Com a elevação do processamento de soja para a produção de biodiesel, haverá maior disponibilidade de farelo proteico, insumo estratégico para a produção de carnes. A Abiove estima para este ano aumento de 1,2% na demanda interna, de 16,6 milhões de toneladas, e de 13,3% (16,2 milhões de t) nas exportações de farelo. A demanda por biodiesel deverá ser de 5,5 bilhões de litros, em relação a 4,3 bilhões de litros em 2017.
A autorização para a vigência do B10 esteve condicionada a resultados bem-sucedidos de testes em motores. Esse bom desempenho foi comprovado por um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério de Minas e Energia. Com o B10, o Brasil dá mais um salto quantitativo e qualitativo importante, em uma fase de maturidade dos atores envolvidos: os produtores do biodiesel, os sistemistas e as montadoras de veículos.
A partir de 2019, estando concluídos os testes em motores, a legislação prevê que o Conselho Nacional de Política Energética poderá estipular aumentos da mistura obrigatória até B15. O cronograma ainda será definido pelo governo. O uso de misturas mais elevadas até B20 ou B30, de forma voluntária, já é permitido, desde que solicitado por consumidores frotistas às distribuidoras de combustíveis.
Benefícios do biodiesel
Um dos principais benefícios do biodiesel é o relacionado à redução das emissões de Gases de Efeito Estufa em 72%, em comparação ao diesel mineral, e de 20% em relação ao material particulado e ao monóxido de carbono. Com a melhora na poluição ambiental, cai o número de internações por doenças respiratórias e obtém-se melhor qualidade de vida, principalmente nos grandes centros urbanos.
Outro benefício do aumento do teor da mistura de biodiesel é a maior substituição de diesel mineral importado pelo biocombustível brasileiro, o que implica ganhos para o PIB e para o mercado de trabalho. Com a elevação do percentual da mistura, haverá expansão da capacidade produtiva das empresas, o que deverá implicar abertura de novas vagas de trabalho de forma direta e indireta e pelo efeito renda, avalia a Abiove. (uol)

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