Mudança
setor energético está chegando e você pode participar.
MP 814 eleva o nível de subsídios na conta de luz e preocupa setor elétrico.
MP 814 eleva o nível de subsídios na conta de luz e preocupa setor elétrico.
Em
reunião convocada pelo governo para discutir uma política que dê mais
transparência às tarifas de energia, as principais autoridades do setor
elétrico criticaram o relatório da Medida Provisória 814/2017, que eleva o
nível de subsídios embutidos na conta de luz. O relatório foi apresentado em
26/04/18.
A
MP 814, que tinha três artigos originalmente, pode se transformar em uma lei de
30 páginas. O ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e
presidente da Abrace, Edvaldo Santana, diz que o impacto das propostas de Lopes
no bolso dos consumidores pode ser ainda maior.
Linhas de transmissão de
energia elétrica
As mudanças propostas pelo relator da medida
provisória que trata da privatização da Eletrobras podem provocar um aumento
médio de pelo menos 7% nas contas de luz, caso sejam aprovadas. O cálculo é da
Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace).
O deputado Júlio Lopes (PP-RJ) apresentou nesta quarta-feira seu texto
incluindo nele a ampliação de subsídios para o fornecimento de gás para a
Região Norte, aumento no preço do gás para termelétricas e a possibilidade
de elevar a remuneração da usina nuclear
de Angra 3, cujas obras estão paralisadas por suspeita de corrupção.
O relatório de Lopes deve ser analisado no início
de maio em uma comissão especial do Congresso para, em seguida, ser votado nos
plenários da Câmara e do Senado. A MP 814, que tinha três artigos
originalmente, pode se transformar em uma lei de 30 páginas. O ex-diretor da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e presidente da Abrace, Edvaldo
Santana, diz que o impacto das propostas de Lopes no bolso dos consumidores
pode ser ainda maior, a depender de como as medidas serão implantadas caso
sejam aprovadas.
— Jamais uma medida provisória cresceu tanto quanto
agora. É um relatório oportunista, que se aproveitou de uma oportunidade boa, a
meu ver, que é a privatização da Eletrobras, para criar uma série de contas.
Julio Lopes, no entanto, negou que haverá aumento
na conta. Segundo ele, há dispositivos que permitem que o aumento dos custos
seja compensado pela antecipação da renovação de contratos de hidrelétricas:
— Seria louco aqui se estivesse trabalhando para
aumentar tarifa. Estou dando instrumentos ao Ministério de Minas e Energia e ao
governo para realizar a modicidade tarifária.
Renovação de contratos
O relator incluiu no texto, ainda, uma mudança que
amplia a tarifa social de energia elétrica. O benefício, destinado a famílias
de baixa renda, concede descontos na conta de luz que variam de acordo com o
consumo. Lopes sugeriu que a tarifa social seja alterada e se transforme numa
faixa de gratuidade de até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês para todas as
famílias que se encaixam no programa. Em valores cobrados pela Light, por
exemplo, isso representa uma conta de cerca de R$ 60. O custo da tarifa social,
bem como o de outros subsídios do setor, é dividido por todos os demais
consumidores por meio da conta de luz.
O texto apresentado por Lopes também amplia uma
série de benefícios concedidos às distribuidoras da Eletrobras que operam na
região Norte relacionados ao fornecimento de gás. O combustível necessário para
gerar energia em regiões isoladas do Brasil também é bancado pelas tarifas de
consumidores em todo o país. A Eletrobras tenta vender as distribuidoras de
Norte e Nordeste até julho.
O relator propôs ainda a renovação do contrato da
usina de Tucuruí, no Pará, e de outras hidrelétricas operadas pela Eletrobras
mediante pagamento de um valor por parte da estatal para a União. Controlada
pela subsidiária Eletronorte, a hidrelétrica tem mais de 8 mil megawatts (MW)
de capacidade de gerar energia.
A proposta ainda permite aumentar o preço do gás
fornecido para as usinas que fazem parte do Programa Prioritário de
Termeletricidade (PPT), instituído no início dos anos 2000, no governo Fernando
Henrique, para estimular a construção de térmicas e ampliar a oferta de
energia.
O
relatório também prevê que o governo aumente a tarifa de energia elétrica que
irá remunerar Angra 3 para viabilizar a retomada das obras do empreendimento. A
tarifa, que hoje está em US$ 75 por megawatt/hora, pode dobrar e atingir até
US$ 150 — considerada o padrão mundial para empreendimentos desse porte. A
construção da usina, sob responsabilidade da Eletronuclear, está parada desde
2015 em meio à crise nas contas públicas e à Operação Lava-Jato.
Bloqueio à Andrade Gutierrez.
Em 25/04/18 o Tribunal de Contas da
União determinou a indisponibilidade de R$ 508 milhões da Andrade Gutierrez,
responsável pela obra, por suspeita de superfaturamento e gestão fraudulenta do
contrato. A paralisação fez a Eletronuclear ficar com patrimônio líquido
negativo de mais de R$ 4,3 bilhões. Pela Constituição, a empresa não pode ser
privatizada. Por isso, precisa ser tirada da Eletrobras. O problema é que a
cisão não pode ocorrer se a empresa tiver patrimônio líquido negativo. Isso
seria revertido com o reinício das obras de Angra. (oglobo)
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