Cresce em 500 mil o número de
postos de trabalho em energia renovável no mundo.
O Brasil, com prevalência do
biocombustível e grandes hidrelétricas, contabiliza mais de 1 milhão de
empregos no setor
As energias renováveis geraram, no ano
passado, 500 mil novos empregos em todo o mundo, alcançando a marca de 10,3
milhões postos de trabalho. É um aumento de 5,3% em relação a 2016. Só no
Brasil, são mais de 1 milhão de empregos no setor, puxados por biocombustível e
energia hidrelétrica – embora classificada como fonte renovável, é preciso
considerar, contudo, que as hidrelétricas causam profundos impactos
socioambientais e dependem diretamente do regime de chuvas. Os números são do
relatório Energia Renovável e
Trabalho da Agência Internacional de Energias Renováveis
(Irena) que aponta, desde 2012, a tendência de aumento.
A transição do setor energético, imprescindível
para a regulação do clima, tem também ganhado importância para o
desenvolvimento econômico. “A energia renovável tornou-se um pilar do
crescimento da economia de baixo carbono para governos em todo o mundo, um fato
refletido pelo crescente número de empregos criados no setor”, afirma Adnan Z.
Amin, diretor-geral da Irena. A agência estima que, até 2050, o número de
empregos pode chegar a 28,8 milhões.
Os números apontam, ainda, uma
concentração do setor em poucos países. Setenta por cento dos empregos estão
localizados na China, no Brasil, nos Estados Unidos, na Índia, na Alemanha e no
Japão. A China encabeça com grande vantagem a lista com 43% do total de postos
do mundo.
A energia solar fotovoltaica, que se
manteve como o maior empregador entre as fontes renováveis, bateu recorde com a
instalação de 94 gigawatts (GW). Os postos de emprego neste segmento aumentaram
em 8,7%, chegando a 3,4 milhões em 2017.
Segundo
colocado, o biocombustível líquido emprega 1,9 milhão de pessoas. O Brasil, que
lidera nessa tecnologia, teve um aumento de 1% chegando a 593 mil empregos. Com
a queda da produção de etanol e o aumento da automatização, houve uma
diminuição nos postos relativos ao etanol, contudo a redução foi compensada
pelo aumento nos empregos relativos ao biodiesel, que somaram 202 mil no ano
passado.
Ainda no Brasil, com o aumento para
12,8 GW, estima-se que 33,7 mil pessoas estão empregadas na indústria eólica.
Já no aquecimento solar, houve um declínio de 3% de novas instalações. No ano
passado, eram cerca de 42 mil empregos.
“Ao
fornecer aos formuladores de políticas esse nível de detalhe sobre a composição
dos requisitos de emprego e habilidades em energia renovável, os países podem
tomar decisões com base em informações sobre relevantes metas nacionais, desde
educação e treinamento até políticas industriais e regulamentações do mercado
de trabalho”, declara Rabia Ferroukhi, chefe da Unidade de Políticas da Irena e
diretor de Conhecimento, Política e Finanças. “Tais considerações apoiarão uma
transição justa e equitativa para um sistema energético baseado em energias
renováveis.” (pagina22)
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