O mercado de energia eólica
no país supera 500 parques bons ventos sopram trilhando o caminho adiante.
Brasil ocupa oitavo lugar no ranking mundial de produção de energia eólica.
Potência
da energia eólica no país se aproxima da capacidade da usina de Itaipu e Brasil
se destaca no cenário internacional.
O Brasil tem
mais de 500 parques eólicos em funcionamento.
De vento em popa. Este é o
ritmo do crescimento da energia eólica no Brasil. Os investimentos no setor
começaram por volta de 2005 e, menos de 10 anos após o primeiro leilão da
energia dos ventos no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu na semana
passada a potência instalada 13 gigawatts (GW), quase a mesma da Hidrelétrica
de Itaipu (14GWs). Segundo dia da série do Estado de Minas sobre energias
limpas mostra como o Brasil passou a ocupar o oitavo lugar no ranking mundial
da produção de energia, divulgado pelo Global World Energy Council (GWEC),
superando países desenvolvidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos
últimos cinco anos, pois, até 2012, estava em 15ºC.
Com mais 500 parques eólicos
em operação, o país tem uma produtividade bem acima da média mundial, segundo a
Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica). O crescimento sustentável
e os sucessivos recordes de geração levaram esse tipo de energia a abastecer
11% do país, em setembro de 2017. Sua importância é maior no Nordeste, onde, em
alguns meses do ano, ela garante 60% do abastecimento. Lá estão os três estados
que lideram o ranking da produção eólica nacional: Rio Grande do Norte (3,7GW);
Bahia (2,5GW) e Ceará (1,9GW). O quarto colocado é o Rio Grande do Sul, com
1,8GW.
A presidente da Associação
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, explcia que, desde
2011, a energia dos ventos passou a ser a segunda fonte mais contratada de
geração de energia no Brasil. Com a capacidade instalada de 13GW, a fonte
eólica já responde por 8,5% de toda disponibilidade de geração de energia no
território brasileiro. “A fonte de energia eólica é mais competitiva e mais
barata do que a energia de grandes hidrelétricas, como Belo Monte, Girau e
Santo Antônio”.
Os avanços do país no setor
se devem diretamente à boa qualidade dos ventos do Nordeste e do Rio Grande do
Sul, segundo a presidente da Abeeólica. “O Brasil conseguiu trazer novas
tecnologias desenvolvidas lá fora para serem aplicadas aqui. Ao trazer a tecnologia
da energia eólica, percebemos que o Brasil tem uma grande particularidade: o
país tem os melhores ventos do mundo para gerar energia. Os aerogeradores no
Brasil –principalmente no Nordeste e no Sul do país – têm uma produtividade que
costuma ser o dobro da produtividade do restante do mundo”, explica Elbia.
Potencial nacional
Apesar do Nordeste e do Sul
dominarem a produção, justamente devido à melhor condição climática, todo o
país tem potencial para a geração de energia eólica. Produzir energia com um
custo mais barato é um fator que faz a diferença nos leilões promovidos pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), visando o fornecimento para o
Sistema Interligado Nacional (SIN). “O potencial existe em todos os estados. A
questão é a qualidade dos ventos”, enfatiza a presidente da Abeeólica.
O mercado de energia eólica
tem contribuído para a geração de empregos locais. O setor responde por cerca
de 150 mil postos de trabalho, dos quais cerca de 30 mil empregos foram criados
no ano passado, informa a Abeeólica. Por outro lado, a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que até 2026 a cadeia eólica possa
gerar aproximadamente 200 mil empregos diretos e indiretos. Os investimentos em
parques eólicos atingiram os US$ 5,4 bilhões em 2016, segundo a Abeeólica. A
entidade diz que ainda não foram fechados os dados de 2017, mas, as estimativas
é de que os investimentos do setor no ano passado foram de pelo menos US$ 3,5
bilhões.
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Elbia
Gannoum diz que a tendência do setor de energia eólica é expandir e criar
mais empregos. Por outro lado, lembra que a ampliação dos negócios também está
vinculado ao dinamismo econômico. “Existe um grande interesse no investimento
em energia eólica e em infraestrutura de forma geral. Do lado do investidor,
existe muito dinheiro para investir – muita disponibilidade de recursos. Um
fator determinante para isso é a necessidade de mais energia. Precisamos de uma
economia mais dinâmica, um crescimento econômico melhor para que haja
necessidade de mais energia para implantarmos nossos projetos”, afirma a
presidente da Abeeólica.
Projeto no interior de Minas
O
município de Janaúba, com 75 mil habitantes, no Norte de Minas, espera uma
guinada na economia local nos próximos anos, com a previsão de receber grandes
empreendimentos industriais. A expectativa vem dos investimentos na geração e
distribuição de energia eólica e solar fotovoltaica. A Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) licitou duas linhas de transmissão de energia que
partem da Bahia em direção a Minas Gerais e que deverão contemplar também a
conexão de fontes de energia eólica e solar.
Uma
das linhas de transmissão vai partir de Igaporã (BA) em direção a Presidente
Juscelino, na região Central de Minas. Segundo a Aneel, a entrada em operação
da linha está estimada para fevereiro de 2022, mas a entrega pode ser
antecipada pela empresa vencedora da licitação. O empreendimento facilitará a
distribuição da energia produzida nos parques eólicos instalados nos municípios
de Caetité, Guanambi e Igaporã, no Sudoeste da Bahia, com a conexão ao Sistema
Integrado Nacional (SIN).
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