quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Itaipu atinge novo recorde mensal de produtividade

Binacional apresentou ganhos de performance em agosto, obtidos pela preferência de operação das unidades geradoras em sua faixa de maior rendimento durante a maior parte do tempo.
O volume de energia gerado pela hidrelétrica de Itaipu em agosto deste ano superou o recorde registrado em julho, configurando o melhor mês de produtividade da binacional. Foram obtidos 1,1003 megawatts médios por metro cúbico de água por segundo, ante 1,0997 MWmed/m³/s aferidos no mês anterior. Segundo Itaipu, a produtividade de julho havia sido arredondada de 1,0997 MWmed/m³/s para 1,100 MWmed/m³/s. No entanto, para efeito comparativo com a de agosto, foi necessário utilizar mais uma casa decimal, deixando clara a ligeira superioridade do último mês: 1,1003 MWmed/m³/s contra 1,0997 MWmed/m³/s.
O recorde ocorre em um cenário bastante difícil para a produção de energia, mas o aproveitamento hídrico tem sido praticamente total. O índice de produtividade identifica a quantidade de energia que é produzida com um mesmo volume de água que passa pela turbina. Portanto, quanto maior o número mais energia se produz com a mesma água disponível. Em meses com poucas afluências, como tem sido o caso, este índice elevado é ainda mais significativo.

O diretor técnico executivo, Celso Torino, explica que os ganhos de performance estão sendo obtidos dando-se preferência para operação das unidades geradoras em sua faixa de maior produtividade durante a maior parte do tempo. Segundo ele, essa é a chamada faixa ótima de operação e inclui o ponto ótimo de operação, aquele valor único de potência que tem o maior rendimento possível. “Este ponto ótimo é variável ao longo do dia, conforme ocorre a mudança no valor da queda bruta de água (diferença entre a altura do reservatório, a montante, e o Rio Paraná, a jusante)”.
A faixa ótima de operação tem pequena diferença de performance em relação ao ponto ótimo e apresenta, em todos seus valores de produção, pelo menos seis vezes mais eficiência que o mínimo ou o máximo de operação de cada unidade geradora. Em 03/09/19, por exemplo, a faixa encontrava-se entre 560MW e 690MW.

A busca pelo melhor desempenho no processo de produção de energia ocorre desde a etapa de programação, na tentativa de atender os valores de energia solicitados por Eletrobras (por meio do Operador Nacional do Sistema – ONS) e Ande (empresa pública que opera os sistemas de geração e transmissão de energia no Paraguai) com a quantidade de unidades geradoras que estejam na faixa ótima de operação. Isso tudo mantendo, ao longo do dia, o número adequado de unidades geradoras ligadas para essa produção. Desta forma se obtém o menor consumo de água.

Para tanto, os ajustes são feitos pelos programadores da binacional, com ajuda do sistema ProgE, que indica a faixa ótima e qual a correção deve ser feita para atingir tal resultado. O sistema foi desenvolvido pela equipe de programação energética da Divisão de Programação e Estatística da usina. Negocia-se então com as entidades compradoras para permanecer nestes valores. Eventualmente, uma pequena troca de produção entre setores, do setor 50Hz para o 60Hz ou o inverso, pode resultar em maior eficiência sem alterar a quantidade de energia produzida.
Bom aproveitamento de água turbinada, menos abertura do vertedouro.

Com menor gasto de água há um ganho de queda, contribuindo também para a maior a eficiência do processo. Na execução em tempo real da produção toma-se o cuidado para que as novas correções e reprogramações que ocorrem também estejam alinhadas com a maior eficiência, adequando o ponto de produção e mantendo a filosofia de todo o processo. “Estes ajustes finos no ponto de operação só são possíveis pela alta confiabilidade e disponibilidade de todos os equipamentos da usina, fruto do projeto robusto e que conta com manutenção correta, eficaz e pontual”, afirma o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna. (canalenergia)

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