A fila anda: Tesla não é mais a
líder global em carro elétrico. Conheça a chinesa que desbancou Elon Musk.
Alternativa: Plataforma de
aplicativo 99 e mais oito empresas lançam iniciativa para ampliar uso do carro
elétrico no Brasil.
Os Estados Unidos são o país
que mais recentemente superou o que se tornou um ponto crítico de inflexão de
veículos elétricos: 5% das vendas de carros novos vendidos no mercado americano
são movidos apenas por eletricidade. Esse limite sinaliza o início da adoção em
massa de VEs, o período em que as preferências tecnológicas mudam rapidamente,
de acordo com a análise.
Nos últimos seis meses, os EUA
se juntaram à Europa e à China – coletivamente os três maiores mercados de
automóveis a ultrapassar a marca de 5%. Se os EUA seguirem a tendência
estabelecida por 18 países que vieram antes dele, um quarto das vendas de
carros novos poderá ser de elétricos até o fim de 2025. Isso seria um ano ou
dois à frente da maioria das principais previsões.
Por trás de cada país que cruzou um ponto de inflexão de veículos elétricos está um programa de incentivos federais e padrões do nível de poluição. Nos EUA, o governo de Joe Biden emitiu no ano passado uma ordem executiva exigindo que os VEs componham metade dos veículos novos até 2030 (incluindo híbridos plug-in). De acordo com a análise do ponto de inflexão, deve bater essa meta com vários anos de sobra.
Por que 5% é tão importante?
As novas tecnologias mais
bem-sucedidas – eletricidade, televisores, telefones celulares, internet e até
lâmpadas LED – seguem uma curva de adoção em forma de S. As vendas se movem
rapidamente na fase de adoção inicial e, surpreendentemente, voltam a crescer
quando as tecnologias se tornam dominantes - o topo da curva S representa os
últimos resistentes que se recusam a desistir de seus antigos telefones
dobráveis, os chamados 'flips'.
Veículos elétricos: Alta de
combustível pode incentivar eletrificação da frota de automóveis. Híbrido com
etanol é opção no Brasil
No caso de veículos elétricos,
5% parece ser o ponto em que os primeiros adotantes são ultrapassados pela
demanda convencional. Antes disso, as vendas tendem a ser lentas e
imprevisíveis. Depois disso, segue-se uma demanda acelerada rapidamente.
Onde carros totalmente
elétricos representam mais de 5% entre novos.
Noruega: 83,5%
Islândia: 51,7%
Suécia: 28,7%
Dinamarca: 17,4%
China: 16,7%
Reino Unido: 16,5%
Suíça: 16,4%
Holanda: 15,9%
Áustria: 14,8%
Finlândia: 13,9%
Alemanha: 13,5%
Irlanda: 13%
França: 12,3%
Portugal: 11,6%
Bélgica: 11%
Coreia do Sul: 6,5%
Nova Zelândia: 6,2%
Estados Unidos: 5,3%
Itália: 4,2%
Assim, a curva de adoção
seguida pela Coreia do Sul a partir de 2021 acaba se parecendo muito com a
adotada pela China em 2018, que é semelhante à Noruega após seu primeiro
trimestre de 5%, em 2013. Os próximos grandes mercados automotivos se aproximam
do ponto de inflexão este ano incluem Canadá, Austrália e Espanha.
Percentual mais alto para
híbridos
A análise acima é para veículos
que funcionam apenas com baterias. Alguns países, principalmente na Europa,
foram mais rápidos em adotar os híbridos 'plug-in', que têm baterias menores
apoiadas por um motor a gasolina. Incluindo esses, o mundo acaba de ultrapassar
20 milhões de veículos elétricos nas estradas, e esse número dobrará novamente
até o fim do próximo ano, de acordo com um relatório recente de analistas da
BloombergNEF.
Como o uso de um híbrido
'plug-in', cuja bateria utilizada para alimentar o motor elétrico pode ser
carregada diretamente por meio de uma tomada, não exige o mesmo nível de
infraestrutura ou conscientização do consumidor, a fase inicial de adoção foi
menos consistente. Um ponto de inflexão consistente para essa categoria mais
ampla de veículos elétricos não foi alcançado até que 10% dos novos veículos
tivessem uma tomada.
Havana: Paraíso dos carros
antigos, vê suas ruas se encherem de carros, motos e triciclos elétricos.
O crescimento contínuo também
depende da capacidade das montadoras e seus fornecedores de aumentar a produção
com rapidez suficiente. Volkswagen, Ford e BMW pretendem que 50% ou mais de
suas vendas globais sejam totalmente elétricas até o fim da década.
Acontece que as montadoras
também têm pontos de inflexão. As fábricas devem ser reequipadas e as cadeias
de suprimentos reconfiguradas. Para obter a maior economia de custos, todo o
veículo deve ser redesenhado com a eletrificação em mente. Na Europa, quando
10% das vendas trimestrais de uma montadora são elétricas, a participação
triplica em menos de dois anos.
Caoa Chery: Montadora começa a
fabricar carros híbridos em Goiás um mês após fechar fábrica em SP
A gigante Toyota não atingiu o
limite de 10% de veículos elétricos na Europa. A meta da montadora japonesa de
3,5 milhões de vendas anuais de veículos elétricos até 2030, como parte de suas
vendas anuais de 10 milhões de veículos, está entre as menos agressivas das
principais montadoras. No caso da Tesla, a maior fabricante de veículos
elétricos do mundo, as vendas são totalmente elétricas.
A transição do mundo para os
veículos elétricos é inevitável?
Até agora, 90% das vendas de
veículos elétricos do mundo vieram dos EUA, China e Europa. Isso significa que
os países responsáveis por cerca de um terço das vendas anuais globais de
automóveis não passaram do ponto de inflexão. Nenhum dos países da América
Latina, África ou Sudeste Asiático deu o salto. Se o fizerem, é incerto se as
mineradoras globais serão capazes de acompanhar a demanda por metais de
bateria.
Ainda assim, as vendas globais
de veículos elétricos triplicaram nos últimos dois anos, segundo a Agência
Internacional de Energia (AIE). Todo o crescimento líquido nas vendas globais
de carros em 2021 veio de carros elétricos, e essa é uma tendência que as
previsões da BloobmergNEF sugerem que continuará indefinidamente. Este ano pode
ser o ponto alto para veículos na estrada sem tomada.
Carros elétricos serão o
futuro, por bem ou pela canetada.
Após décadas de inércia, a
indústria automobilística será arrastada a contra gosto para o futuro dos
carros elétricos, por força da Lei. (yahoo)
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