Também prevê uma meta
intermediária de aumento na parcela de combustíveis renováveis de origem não
biológica, como o hidrogênio, para pelo menos 2,6%, e introduz um mecanismo de
crédito para incentivar a oferta de eletricidade renovável nos postos públicos
de carregamento de veículos elétricos.
No transporte aéreo, a proposta é que, até 2050, 85% de todo o combustível de aviação nos aeroportos da UE seja sustentável – feito a partir de óleo de cozinha usado, combustível sintético ou mesmo o hidrogênio.
O objetivo é alcançar uma redução de 16% nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes.
No geral, a diretiva aumenta
para 45% a meta de participação de energias renováveis na matriz do bloco até
2030, e visa uma economia maior do consumo, com redução de pelo menos 40% no
consumo final de energia.
Além do cenário de emergência
climática – vide a onda de calor que atingiu Portugal, Espanha, França e Reino
Unido esta semana –, o bloco corre para expandir o uso de energia renovável
como saída para acabar com a dependência do gás russo.
A UE está lutando para se
preparar para novos cortes no fornecimento de gás russo e divulgará um plano na
próxima semana sobre como os países poderiam lidar com o inverno caso a Rússia
interrompa as entregas. Reuters
Além da previsão de aumento de biocombustíveis avançados, como diesel verde, a reformulação da diretiva, conhecida como RED III, classifica a soja como uma matéria-prima com alto risco de causar mudanças no uso da terra e exige que os estados-membros estabeleçam uma meta indicativa para tecnologias inovadoras de pelo menos 5% da capacidade de energia renovável recém-instalada.
Fim da venda de carros a combustão
A votação das reformas pelo
parlamento está prevista para setembro. No início de junho, os eurodeputados já
haviam apoiado a revisão das normas de emissões de CO2 para os
automóveis novos do pacote Fit for 55, junto com a proibição da venda de
veículos a combustão a partir de 2035.
O texto, que funciona como a
posição do parlamento para negociar com os Estados-Membros, apoia a proposta da
Comissão Europeia de zerar as emissões rodoviárias até 2035, em relação a 2021
(válido para os veículos novos).
À época, o eurodeputado
holandês Jan Huitema, relator da proposta, disse que a revisão dá clareza para
os investimentos da indústria automotiva e tem o potencial de tornar os carros
com emissões zero mais baratos para os consumidores.
Vale dizer que, na Europa, a
indústria automotiva está investindo pesado na eletrificação, mas ainda existem
gargalos para garantir a sustentabilidade dessa rota, já que a eletricidade
também precisa ser renovável.
Em 2021, as emissões médias
de CO₂ provenientes de veículos novos foram de 122,3g CO₂/km, um pouco melhores
do que as 130g CO₂/km entre 2015 e 2019. No entanto, este volume ainda está bem
acima da meta atual de 95g/km.
O número de carros elétricos
tem crescido de forma acelerada no bloco. Em 2020, os eletrificados responderam
por 11% dos novos registros.
Demanda por diesel renovável deve triplicar até 2026, estima a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), impulsionada principalmente por Europa e Estados Unidos, e deve chegar a quase 15 bilhões de litros/ano.
“Em ambas as regiões, o diesel renovável compete bem em um ambiente político que valoriza as reduções de GEE e impõe limites a algumas matérias-primas para biocombustíveis, pois pode ser produzido com baixa intensidade de GEE usando resíduos. Ele tem outro benefício, pois pode ser misturado em níveis mais elevados do que o biodiesel”, explica a agência.
Por aqui, há uma expectativa
de que o governo brasileiro defina uma política para o diesel verde entrar no
mercado. A agenda corre no Executivo com o programa Combustível do Futuro, e no
Legislativo, com o PL 1873/2021.
De um lado, produtores de
biodiesel temem perder uma fatia do mercado. De outro, refinadores,
importadores, distribuidores e transportadores defendem a concorrência do novo
combustível.
Enquanto isso, setores de
etanol e biometano se unem também de olho na frota pesada. E até a Petrobras
avalia oportunidades com o gás renovável.
O Ministério da Economia tem
um plano com 44 propostas de mudanças regulatórias com foco no biogás e
biometano no Combustível do Futuro. As medidas fazem parte dos “corredores
sustentáveis”.
E no Congresso, a Comissão de
Meio Ambiente do Senado apresentou na semana passada um pacote de 26 projetos,
incluindo marcos para a eletrificação na rota dos biocombustíveis, estímulos
adicionais ao biogás e ao biometano, e um novo texto para o hidrogênio verde.
Um deles é o PL 1880/2022,
que prevê incentivos para a produção em escala de células de combustível,
aproveitando o potencial das cadeias de valor do hidrogênio, etanol e biogás.
A justificativa
do projeto cita o Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE 2030), que
destaca o papel das células de combustível no “movimento de substituição
tecnológica da frota de caminhões pesados com veículos híbridos e elétricos”.
O PL visa sobretudo a criação de um programa de financiamento para pesquisa e investimento na tecnologia. Veja na íntegra em pdf.
Produção de biocombustíveis é peça-chave para economia verde mais limpa mundialmente.
Com 80% menos emissão de
gases de efeito estufa e benefícios socioeconômicos, o biodiesel é um sério
aliado contra as mudanças climáticas e o aquecimento global. (biodieselbr)
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