CO2, o vilão
Como aprendemos nas aulas de química, o dióxido de carbono, também conhecido como gás carbônico, é um produto químico formado pela ligação de dois átomos de oxigênio e um átomo de carbono (CO2). Esse gás é encontrado de forma natural na atmosfera, mas também é produzido pela respiração de animais – o ser humano incluso – e vegetais, assim como pela queima de qualquer tipo de matéria orgânica.
Trabalhando por um processo viável e sustentável para conversão de CO2 em produtos químicos.
Em condições ideais, o CO2
deve compor apenas 0,03% da atmosfera, porém, devido aos avanços tecnológicos
desde a Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII – onde foi
introduzido o consumo de combustíveis fósseis –, sua concentração na atmosfera
tem aumentado.
Essa presença extra de CO2
na atmosfera é o principal fator causador do efeito estufa, pois cria uma
camada que impede que a radiação solar refletida pela superfície da Terra se
dissipe em direção ao espaço, fator que aumenta a temperatura média do planeta.
A principal fonte poluente de CO2 é a queima de combustíveis fósseis, como gasolina, querosene de aviação, óleo diesel e carvão mineral. Os esforços científicos nessa área, desde a década de 1990, visam encontrar um substituto para esses combustíveis que seja renovável, limpo e tão eficiente quanto seus predecessores.
Economia circular carbono-neutra baseada na captura e conversão do CO2.
CO2, o herói
Depois de muita pesquisa e
incentivos, os resultados começaram a aparecer. Cientistas da Inglaterra,
Estados Unidos e Brasil já conseguiram chegar a formulações que são possíveis
para uso como combustível. Já a China, que está muito mais avançada na
pesquisa, declarou recentemente que sua planta-piloto de combustível de CO2
já produz mil toneladas por ano em sua fase de testes.
Mas como é possível
transformar o CO2 em combustível?
A resposta vem da quebra do
gás carbônico, utilizando energia elétrica, normalmente provida de uma usina
eólica ou solar, e também da quebra da molécula de água, H2O.
Durante a quebra da água, são recolhidos os dois átomos de hidrogênio (H2),
e o oxigênio (O) que sobra é liberado na atmosfera. O mesmo ocorre com o CO2:
sua molécula é quebrada da mesma maneira, e é aproveitado o átomo de carbono
(C). Os dois átomos de oxigênio excedentes também são liberados na atmosfera.
Ao combinar os átomos de hidrogênio e carbono, através de um catalisador de cobre (usado pelo Brasil, Inglaterra e EUA) ou ferro (usado pela China), é possível produzir uma cadeia longa e estável com alta volatilidade, semelhante à cadeia formada pelos combustíveis fósseis.
Esquema ilustrativo de um eletrolisador para realização da CO2RR.
Essa ainda é a primeira etapa da pesquisa mundial nesse novo combustível, que se mostra muito promissor tanto em sustentabilidade quanto em quesitos econômicos, pois boa parte de sua produção pode ser obtida apenas convertendo fábricas já existentes. Seu custo de produção também é menor do que o de combustíveis tradicionais, o que pode ser convertido em passagens aéreas mais baratas, uma vez que o custo do querosene de aviação impacta diretamente no valor da passagem, redução dos preços nos postos de abastecimento, veículos mais baratos e possivelmente mais eficientes e, além de tudo o que foi ressaltado, um futuro mais limpo e sustentável para futuras gerações.
Pesquisa brasileira testa viabilidade de captura de CO2 para produção de hidrocarbonetos.
Esquema ilustrativo do
processo de fotossíntese em uma planta, resultando na formação de glicose e
oxigênio a partir de gás carbônico e água (a) e sistema fotoeletroquímico
inteiramente alimentado por energia solar, para conversão de gás carbônico via
uma reação de redução (b). (ecodebate)
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