De acordo com a Abren, as
usinas de recuperação energética (UREs), que utilizam o lixo para gerar
energia, podem atender pelo menos 5% do consumo energético das cidades
brasileiras. Além disso, há potencial para alcançar 994 MW de potência
instalada por meio das UREs, energia que seria suficiente para abastecer 27
milhões de domicílios com eletricidade limpa e renovável.
“A recuperação de energia
desses resíduos é um dos princípios básicos da economia circular. É muito
importante reciclarmos esse material e fazermos a circulação energética, mas
para isso temos que reestruturar as usinas de recuperação energética. Temos
muitas oportunidades para o mercado se desenvolver”, disse o presidente
executivo da Abren e do WtERT Brasil, Yuri Schmitke, durante a terceira edição
do Fórum de Valorização Energética de Resíduos.
Vale lembrar que recentemente a Abren entregou ao ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, uma minuta de projeto de lei que cria o Programa Nacional da Recuperação Energética de Resíduos (PNRE). O programa proposto tem como objetivo a articulação de iniciativas para implementação de usinas de recuperação energética de resíduos sólidos (UREs) em todo o território nacional.
O diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Giovanni Machado, ressaltou que a entidade também tem feito estudos e gerado informações e ferramentas aplicadas ao aproveitamento energético dos resíduos. “Hoje estamos junto com o MME fazendo um desenho desse mercado para sermos mais competitivos”, afirmou.
“Estamos fazendo um memorando
de entendimento para estruturar alguns termos de referência para projetos
pilotos do aproveitamento desses resíduos em cidades pequenas e depois
pretendemos escalonar colocando à disposição para outras cidades. Estamos no
processo de negociação com esse projeto. Queremos atuar e contribuir para o
desenvolvimento desse mercado no Brasil”, explicou.
Por outro lado, o Presidente
da ABGD, Guilherme Crispim, destacou que quando falamos em energia e geração
distribuída muita coisa vai mudar. “Precisamos ajustar as velas conforme o
vento. A lógica está do nosso lado na questão relativa ao tratamento de
resíduos e do lado da GD”, disse.
Ele afirmou que a proposta da
Abren vai nesse sentido. “Tornar algo passivo em algo que é necessário que é a
geração de energia. Para o mercado de geração distribuída é importante essa
oportunidade. A questão enérgica está na nossa rotina, mas a gente não se dá
conta. É importante tirarmos alguns minutos para pensarmos qual a relação que
nós temos com algo que gera energia e que é fundamental. Energia está na nossa
base (educação, saúde e segurança) e não fazemos nada sem ela. Estamos
discutindo temas essenciais e fundamentais para a vida de todos. E vejo que
tudo que vem pela frente vai crescer, já vejo a mobilidade elétrica e o
armazenamento batendo na porta. Esse mercado vai continuar prosperando. Estamos
no caminho certo”, declarou.
Segundo
o presidente da Abeama, Ruberval Baldini, todos nós conceituamos energia de um
jeito diferente. “Precisamos ter ciência que cada ação que temos gera energia e
um desses casos é quando geramos lixo, pois ele pode virar energia. Precisamos
mudar paradigmas e já vejo muita gente mudando nesse sentido, como é o caso de
receber energia direto da natureza. Precisamos fazer essa mudança porque todos
nós usamos energia e precisamos cuidar de nós e do nosso planeta. Hoje a
energia renovável tem um novo conceito”,
disse.
Para finalizar, Aurélio Souza, da USINAZUL, destacou que a tecnologia vem para transformar o lixo em energia útil, porém precisamos de investimentos e para isso temos que acelerar essa agenda para seguir com os investimentos.
Um tipo de planta de conversão de resíduos em energia utiliza a digestão anaeróbica para converter resíduos orgânicos em biogás, que pode ser usado para alimentar caldeiras ou gerar eletricidade.
Crescimento do mercado de
conversão de resíduos em energia.
Países do mundo todo estão
considerando a WTE como fonte de energia e como forma de minimizar os resíduos
de sólidos. (canalenergia)
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