Com atuação no fornecimento
de equipamentos tanto para geração centralizada quanto distribuída de energia
solar, a Weg entende que esses negócios devem seguir crescendo mesmo com as
questões macroeconômicas de inflação e câmbio impactando nos preços das placas
e commodities.
Para o diretor de Finanças e
Relações com Investidores da companhia, André Salgueiro, a combinação de uma
boa radiação e custo de energia relativamente alto no país trazem muito sentido
para a fonte independentemente desse cenário mundial, com a questão recaindo
numa velocidade maior ou menor de desenvolvimento de mercado.
“Com a mudança regulatória
ano que vem o impacto tende a ser maior na geração remota das miniusinas, mas
os demais segmentos dentro da GD, como autoconsumo e varejo, deve seguir
crescendo no médio prazo”, disse o executivo em 21/07/2022, durante a
teleconferência de apresentação dos resultados financeiros da empresa.
Salgueiro destacou que a parcela de GD responde pela grande maioria dos pedidos, cerca de 90%, mas a geração centralizada vem aumentando seu percentual para quase 10%, vide projetos recentes como Sol do Cerrado (766 MW), da Vale em Minas Gerais, que a companhia fornece eletrocentros com inversores solares centrais, responsáveis por transformar a energia gerada nos módulos para distribuição e consumo.
“Dentro da GD participamos mais de projetos trifásicos, de miniusinas e outros maiores, com os clientes percebendo o valor da engenharia da Weg”, complementa, citando a atuação para residências e pequenos comércios como uma fatia muito menor.
Aerogeradores
Já na geração eólica os
projetos estão rodando a uma margem de rentabilidade menor do que a normal por
conta do aumento expressivo da estrutura de custos. O dirigente explicou que a
companhia tomou a estratégia de aumentar níveis de estoques para continuar com
as entregas, destacando que nenhum cliente teve problema nos últimos anos e que
o aumento de capital de giro está concentrado nesse backlog.
“Tendo esse catch-up em tese
melhora um pouco, mas a eólica roda com essa margem menor do que a média e os
outros negócios crescendo podem fazer termos uma melhora também nesse índice”,
avalia André Salgueiro.
Entre as próximas entregas no
segmento ele destacou a Aliança Energia, num contrato anunciado em 2019, e
outro com a Eletrosul, lembrando que na medida em que o tempo foi passando e os
novos contratos foram assinados a empresa foi reajustando os preços conforme a
mudança em sua estrutura de capital. “Temos a carteira entrando em 2023
praticamente o ano todo e já em 2024. Podemos ver essa normalização, mas não
terá um grande salto, sendo gradual ao longo do tempo”, indica.
Ademais ele salientou que a multinacional catarinense segue com sua capacidade produtiva de oito turbinas por mês, sem perspectiva de aumento em até dois anos, a não ser que haja novas demandas no mercado que possam fazer a empresa reavaliar a questão.
“O produto tem uma
configuração modular e componentes separados que facilita o transporte e no
futuro poderemos buscar novos mercados como os Estados Unidos”, acrescenta.
Estrutura de capital
Questionado sobre em quanto
tempo a empresa deve ver os impactos de custos refletindo na margem dos
resultados, o diretor de Finanças e RI ressaltou que algumas matérias-primas,
como o cobre possuem mecanismos de hedge de compra para não ter o impacto da
flutuação tão significativa do preço spot.
“É difícil dar um timing
exato, mas considerando os estoques que temos e as estruturas de proteção deve
ser algo em torno de 6 meses para ver essa transição nos custos das
matérias-primas impactando nos resultados financeiros”, comentou André
Salgueiro.
O executivo também informou que o plano de investimentos anunciado de R$ 1,5 bilhão para esse ano deve reduzir para R$ 1,2 bilhão, sendo 55% para o Brasil e o restando as operações no exterior. A cadeia de fornecimento de eletroeletrônicos industriais seguem iguais mesmo com a crise energética na Europa, com a carteira saudável sobretudo para gás, mineração e celulose.
O segmento GTD também segue robusto, tendo entregas programadas para 2023 e início de 2024, especialmente para atender os mercados da América do Norte e Central, e tendo crescido na África do Sul, Colômbia e com as turbinas a vapor na Europa. (canalenergia)
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