sábado, 20 de fevereiro de 2010

Biodiesel: 40% da matéria-prima vem da agricultura familiar

Cerca de 40% da matéria-prima utilizada para a produção de biodiesel da Biopar é comprada de agricultores familiares. O volume é 10% maior do que o necessário para as empresas do setor conquistarem o Selo Combustível Social. Atualmente, o programa de inclusão da empresa beneficia 451 famílias de 11 municípios do norte e sudoeste do Paraná, que entregam soja e culturas de inverno para a produção do combustível. Nesta safra atual já foram negociadas 400 mil sacas da oleaginosa desses agricultores familiares, segundo Nivaldo Tomazella, diretor industrial da empresa.
Entre alguns benefícios que o programa da Biopar oferece, está o pagamento de R$ 1 a mais do valor que foi comercializada cada saca de soja. Essas famílias também recebem assistência técnica. Uma empresa especializada, conforme Tomazella, foi contratada para atendê-los. "O Selo Combustível é interessante para os nossos negócios, mas o incentivo social, de inclusão desses produtores, é o mais importante", afirma o diretor da Biopar. A matéria-prima comprada dos agricultores familiares será esmagada pela própria Biopar - por meio de um serviço terceirizado. A empresa conta com 56 funcionários e possui três tanques para armazenar 1,1 milhão de litros de biodiesel cada.
Para José Carlos Farias, diretor presidente do Sistema de Cooperativas da Agricultura Familiar Integrada (Coopafi), a importância de poder participar desse projeto é que isso representa o início de um espaço estratégico de produção e comercialização para os produtores. O Sistema envolve 17 pequenas cooperativas no Paraná e conta com cerca de 3 mil produtores em todo o Estado. Cinco dessas cooperativas, da região sudoeste do Estado, terão unidades de recebimento de soja para encaminhar à Biopar.
Farias ainda acrescenta que o Selo Social é uma forma da própria indústria se relacionar diretamente com o produtor. "Para nós, pequenos produtores, é interessante entender e participar desse processo de âmbito nacional", frisa o agricultor. Além disso, segundo ele, é uma maneira de ter um ganho a mais - com o prêmio de R$ 1 a mais por cada saca de soja - e pelo acesso à assistência técnica. "Com a assistência, a gente discute a propriedade como um todo, isso nos ajuda a definir as culturas que serão plantadas no inverno, por exemplo, e ajuda o agricultor familiar a encontrar um caminho para permanecer no campo".

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