Laboratório de bioetanol de segunda geração é inaugurado em Campinas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou dia 22/01/10, no Polo II de Alta Tecnologia, em Campinas, o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).
O novo laboratório trabalhará focado na pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) do ciclo cana-de-açúcar/etanol para a produção, em larga escala, do chamado álcool de 2ª geração ou etanol celulósico.
Com a nova unidade, o Brasil entrará definitivamente na corrida mundial em busca do etanol de celulose, considerado o combustível do futuro.
Patrocinado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), o empreendimento conta com recursos iniciais de R$ 69 milhões e será coordenado pelo professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, do Departamento de Eletrônica Quântica do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.
Ambiente industrial de pesquisa
A missão do CTBE, detalhada por Marco Aurélio em coletiva à imprensa, desenvolverá um pacote tecnológico que não apenas seja capaz de extrair o combustível da biomassa de cana-de-açúcar, mas que também seja viável economicamente.
"O Centro quer criar um ambiente industrial de pesquisa, um ambiente que possa trazer processos de sucesso da universidade para uma escala intermediária entre o laboratório e a indústria", explica.
A criação do CTBE surgiu a partir de estudo iniciado em 2005 a pedido MCT e coordenado por Rogério Cezar Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp e pesquisador do Núcleo de Planejamento Energético da Unicamp (Nipe). O trabalho detectou os gargalos em um cenário que projeta o país para fornecer, em 2025, etanol para substituir 10% da gasolina utilizada no mundo.
Demanda de ciência
"Há alguns anos foi feito um estudo sobre a possibilidade de o Brasil fazer o escalonamento de produção de etanol. E a pergunta feita na época é se seria possível o Brasil substituir 10% da gasolina mundial por álcool brasileiro. O estudo apontou que sim, mas existem gargalos no ciclo que demandam ciência para resolver. E por essa razão a ideia de trazer um laboratório como esse para dentro dessa estrutura. Essa estrutura tem capacidade para fazer o aprofundamento científico necessário para vencer esses gargalos", contextualizou Marco Aurélio Pinheiro.
O CTBE desenvolverá, ainda de acordo com ele, tecnologia eficiente e sustentável de conversão da biomassa da cana-de-açúcar em energia química renovável. Para isso, contará com uma ampla infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento (P&D), com destaque para a Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP). A PPDP permitirá o escalonamento de tecnologias relacionadas à produção de etanol a partir do bagaço de cana.
Centro multidisciplinar
Marco Aurélio Pinheiro ressalta que o CTBE insere-se no cenário de P&D como um Centro que abre as portas para outras instituições, convidando pesquisadores de diversos setores a encontrar soluções para o desenvolvimento do bioetanol de cana-de-açúcar em todo seu ciclo produtivo.
Haverá também interface com a indústria que poderá desenvolver pesquisa no ambiente do laboratório com todos os direitos garantidos e sustentados pela Lei de Inovação. "Esse é um projeto com as características de uma política de estado", afirmou.
Após a coletiva, o diretor científico do CTBE, Marcos Silveira Buckeridge, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), apresentou a cadeia de produção do etanol de 2ª geração nos laboratórios científicos do novo centro.
Sobre o Etanol de Celulose
O etanol de celulose é produzido a partir da transformação de biomassa em açúcar.
Toda matéria vegetal é constituída de lignocelulose, um conjunto de polímeros formado por celulose, hemicelulose e lignina.
A celulose e a hemicelulose podem gerar etanol celulósico. Antes da fermentação, porém, é preciso quebrar suas cadeias químicas para obter o açúcar.
As duas técnicas mais conhecidas são as hidrólises enzimática e ácida. Na primeira, mais lenta, uma enzima faz a quebra; na segunda, a tarefa fica a cargo de um ácido.
Localização privilegiada
Com a criação deste novo laboratório nacional com foco no ciclo cana-de-açúcar/etanol, o MCT decidiu reestruturar o campus de pesquisa, situado ao lado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), criando o Centro Nacional de Pesquisa em Energia de Materiais (CNPEM).
O CNPEM passa a abrigar, além do CTBE, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e o Laboratório de Nanotecnologia Cesar Lattes.
O CTBE conta com a parceria científica do LNLS e do LNBio. O LNLS é pioneiro no Hemisfério Sul e único na América Latina a possuir uma Fonte de Luz Síncrotron, tecnologia que permite conhecer a estrutura tridimensional e química da matéria.
Já o LNBio atua no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em biociências. Na interação com o CTBE, desenvolve pesquisas avançadas em estrutura e função de biomoléculas, como as enzimas necessárias ao processo de produção de etanol de 2ª geração.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou dia 22/01/10, no Polo II de Alta Tecnologia, em Campinas, o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).
O novo laboratório trabalhará focado na pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) do ciclo cana-de-açúcar/etanol para a produção, em larga escala, do chamado álcool de 2ª geração ou etanol celulósico.
Com a nova unidade, o Brasil entrará definitivamente na corrida mundial em busca do etanol de celulose, considerado o combustível do futuro.
Patrocinado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), o empreendimento conta com recursos iniciais de R$ 69 milhões e será coordenado pelo professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, do Departamento de Eletrônica Quântica do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.
Ambiente industrial de pesquisa
A missão do CTBE, detalhada por Marco Aurélio em coletiva à imprensa, desenvolverá um pacote tecnológico que não apenas seja capaz de extrair o combustível da biomassa de cana-de-açúcar, mas que também seja viável economicamente.
"O Centro quer criar um ambiente industrial de pesquisa, um ambiente que possa trazer processos de sucesso da universidade para uma escala intermediária entre o laboratório e a indústria", explica.
A criação do CTBE surgiu a partir de estudo iniciado em 2005 a pedido MCT e coordenado por Rogério Cezar Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp e pesquisador do Núcleo de Planejamento Energético da Unicamp (Nipe). O trabalho detectou os gargalos em um cenário que projeta o país para fornecer, em 2025, etanol para substituir 10% da gasolina utilizada no mundo.
Demanda de ciência
"Há alguns anos foi feito um estudo sobre a possibilidade de o Brasil fazer o escalonamento de produção de etanol. E a pergunta feita na época é se seria possível o Brasil substituir 10% da gasolina mundial por álcool brasileiro. O estudo apontou que sim, mas existem gargalos no ciclo que demandam ciência para resolver. E por essa razão a ideia de trazer um laboratório como esse para dentro dessa estrutura. Essa estrutura tem capacidade para fazer o aprofundamento científico necessário para vencer esses gargalos", contextualizou Marco Aurélio Pinheiro.
O CTBE desenvolverá, ainda de acordo com ele, tecnologia eficiente e sustentável de conversão da biomassa da cana-de-açúcar em energia química renovável. Para isso, contará com uma ampla infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento (P&D), com destaque para a Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP). A PPDP permitirá o escalonamento de tecnologias relacionadas à produção de etanol a partir do bagaço de cana.
Centro multidisciplinar
Marco Aurélio Pinheiro ressalta que o CTBE insere-se no cenário de P&D como um Centro que abre as portas para outras instituições, convidando pesquisadores de diversos setores a encontrar soluções para o desenvolvimento do bioetanol de cana-de-açúcar em todo seu ciclo produtivo.
Haverá também interface com a indústria que poderá desenvolver pesquisa no ambiente do laboratório com todos os direitos garantidos e sustentados pela Lei de Inovação. "Esse é um projeto com as características de uma política de estado", afirmou.
Após a coletiva, o diretor científico do CTBE, Marcos Silveira Buckeridge, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), apresentou a cadeia de produção do etanol de 2ª geração nos laboratórios científicos do novo centro.
Sobre o Etanol de Celulose
O etanol de celulose é produzido a partir da transformação de biomassa em açúcar.
Toda matéria vegetal é constituída de lignocelulose, um conjunto de polímeros formado por celulose, hemicelulose e lignina.
A celulose e a hemicelulose podem gerar etanol celulósico. Antes da fermentação, porém, é preciso quebrar suas cadeias químicas para obter o açúcar.
As duas técnicas mais conhecidas são as hidrólises enzimática e ácida. Na primeira, mais lenta, uma enzima faz a quebra; na segunda, a tarefa fica a cargo de um ácido.
Localização privilegiada
Com a criação deste novo laboratório nacional com foco no ciclo cana-de-açúcar/etanol, o MCT decidiu reestruturar o campus de pesquisa, situado ao lado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), criando o Centro Nacional de Pesquisa em Energia de Materiais (CNPEM).
O CNPEM passa a abrigar, além do CTBE, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e o Laboratório de Nanotecnologia Cesar Lattes.
O CTBE conta com a parceria científica do LNLS e do LNBio. O LNLS é pioneiro no Hemisfério Sul e único na América Latina a possuir uma Fonte de Luz Síncrotron, tecnologia que permite conhecer a estrutura tridimensional e química da matéria.
Já o LNBio atua no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em biociências. Na interação com o CTBE, desenvolve pesquisas avançadas em estrutura e função de biomoléculas, como as enzimas necessárias ao processo de produção de etanol de 2ª geração.
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