Emissões globais do setor energético batem novo recorde
Relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia
aponta que o setor energético global emitiu 31,6 gigatoneladas de gases
causadores do efeito estufa em 2012 – 1,4% a mais do que no ano anterior. China
e Japão aparecem como principais responsáveis pelo aumento recorde.
Cientistas da ONU já alertaram que, para conservar a vida na Terra da
maneira como a conhecemos hoje, é necessário garantir que o aumento da
temperatura do planeta não ultrapasse os 2°C neste século, o que pede que haja redução de mais de
50% nas emissões globais de gases causadores do efeito estufa (GEE) até 2020.
Mas, apesar dos avisos, o mundo segue na direção contrária e, mais uma vez, o
setor energético bateu recorde mundial na liberação de poluentes na
atmosfera.
É o que mostra o relatório Redrawing the Energy-Climate map, divulgado em
10/06/13 pela Agência Internacional ded Energia (AIE). O documento revela que,
em 2012, o setor liberou 31,6 gigatoneladas de GEE - valor 1,4% maior do que o registrado no ano
anterior, em 2011, quando o nível de emissões já havia sido recorde.
A China é apontada pelo relatório como a que mais contribuiu para o
crescimento global, por emitir 300 milhões de toneladas de GEE a mais do que em
2011 - embora este tenha sido um
dos menores aumentos protagonizados pelo país na última década, graças aos
investimentos em energia renovável e eficiência energética. O Japão
aparece como o segundo maior responsável: a nação aumentou suas emissões em 70
milhões de toneladas no último ano.
Já os Estados Unidos ganharam destaque no documento por diminuir os
níveis de emissões de GEE. Na "nação do Tio Sam" a redução foi de 200
milhões de toneladas, graças à substituição do carvão por gás natural. A Europa
também apresentou queda de 50 milhões de toneladas, "apesar de alguns
países terem aumentado o uso de carvão", como alerta o relatório, que
ainda garante que, se o ritmo atual de emissões for mantido, a temperatura do
planeta deve crescer entre 3,6ºC e 5,3ºC nas próximas décadas.
Nem tudo está perdido
Apesar das más notícias, o documento cita quatro políticas no setor
energético que podem manter vivas as esperanças de limitar o aumento da temperatura
do planeta em 2ºC.
Segundo Fatih Birol, principal autor do relatório, o quarteto de medidas
é baseado, apenas, em tecnologias existentes, não tem nenhum custo econômico
líquido e já foi adotado com sucesso em vários países, sendo uma excelente
solução para a redução rápida das emissões de GEE no mundo, enquanto as
negociações internacionais a respeito das questões climáticas avançam.
As quatro ações que compõem o plano da IEA são, basicamente:
- definir medidas de eficiência energética nos setores de construção,
indústria e transporte;
- limitar a construção e utilização das usinas de carvão menos
eficientes;
- reduzir pela metade as emissões de metano esperadas para 2020 e
- implantar uma política que elimine gradativamente os subsídios ao
consumo de combustíveis fósseis. (abril)
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