O investimento na produção em escala comercial de bioquerosene de aviação
é visto como uma proteção de médio e longo prazo às variações do custo de
petróleo, impactos geopolíticos externos e efetiva medição de risco de nosso
negócio, afirmam companhias aéreas. Para tanto foi criada em 08/08/13 a Plataforma Brasileira de Bioquerosene.
Mike Lu, CEO da Curcas Diesel Brazil, comenta que o trabalho da
Plataforma é ser uma união de produtores de bioquerosene de aviação, abrangendo
toda a cadeia, desde o campo até a asa do avião.
A criação do órgão à favor do bioquerosene seguiu-se pouco depois da
publicação da Resolução nº20, da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis), autorizando a comercialização do biocombustível no Brasil a
partir de Julho de 2013.
A Gol Linhas Aéreas, que é membro da Plataforma, montou um projeto que
irá fazer uso em larga escala do biocombustíveis de aviação. Serão realizados
200 voos durante a Copa do Mundo, Olimpíadas de 2016 e Jogos Paraolímpicos,
partindo do Rio de Janeiro e São Paulo, fazendo uso desta tecnologia. Priscilla
Gatti, Coordenadora de Combustíveis da GOL Airlines, informou que com voos
regulares, essa cadeia ser abastecida com 735,262 litros de bioquerosene. Os
voos estarão dentro da operação normal da companhia, e atenderão quaisquer
pessoas que viajarem no período dos eventos esportivos.
O bioquerosene de aviação é um composto que foi elaborado a partir de
uma mistura de óleo de milho proveniente da produção de etanol e gorduras
residuais, combinado com proporção máxima de querosene de aviação de 50%. “O
custo com combustíveis corresponde a mais de 43% dos custos totais da
companhia, então necessitamos muito de parceiros para desenvolver estes
projetos”, comentou Gatti.
Mesmo com todos estes esforços, devido à baixa escala de produção no
Brasil, o custo de bioquerosene de aviação ainda é muito alto para as
companhias aéreas.
De acordo com Mike Lu, para viabilizar a produção de biocombustíveis por
toda a cadeia de valor de forma viável e comercial são necessárias políticas
públicas para o setor, porque o próximo passo no desenvolvimento só pode ser
dado com a equiparação do preço do biocombustível com o combustível
tradicional. “Contamos integralmente com ajuda da ANP e todo o governo para
produção e apoio em todas estas iniciativas”, acrescentou Lu. (biodieselbr)
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