Chuvas irregulares trazem incertezas
quanto ao nível dos reservatórios
NOS revisou PMO de janeiro
que aponta redução de afluências no Sudeste e Nordeste; preços no mercado livre
continuam estáveis.
A situação do setor
elétrico está melhor do que no ano passado, essa é a opinião unânime dos
especialistas ouvidos pela Agência CanalEnergia. Contudo, a incerteza ainda
domina as estimativas de como será 2014. Tanto é assim que a revisão do PMO de
janeiro, publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico em 03/01/14, considerou a irregularidade das chuvas no país com a
redução da previsão de afluência no Nordeste e Sudeste. Esse
fator resultou no aumento do custo marginal de operação e redução da
expectativa de aumento do nível de reservatórios. Apesar das variações, os
preços no mercado livre permanecem no patamar de R$ 192 por MWh para a energia
convencional e em cerca de R$ 220 por MWh na incentivada, já considerando o
desconto da TUST.
De acordo com o
relatório InfoPLD, publicado em 03/01/14 pela Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica, os reservatórios no Sudeste, a principal reserva de
armazenamento, estavam a 42,8% ao final de 2013. Esse patamar é 14% acima do
registrado um ano antes. Na região Sul o nível dos lagos estava 24% acima na
mesma base de comparação.
A recuperação dos
reservatórios do Nordeste começou a ser vista pelo ONS em dezembro, quando
atingiu o nível crítico de pouco mais de 22% de energia armazenada. Em janeiro,
as barragens iniciaram o ano com 10 pontos percentuais acima do mês anterior.
O próprio operador
explicou essa elevação em seu relatório como uma anomalia positiva de
precipitação na bacia do São Francisco, além do Tocantins, Doce e
Jequitinhonha, por conta da Zona de Convergência do Atlântico
Sul. Contudo, a perspectiva de comportamento dos reservatórios das
hidrelétricas ainda é uma incógnita, apesar desse fenômeno que alcançou duas
das principais bacias do país ter seu efeito positivo para o SIN.
Em sua revisão, o ONS
alterou significativamente os dados de energia armazenada para o final do mês
de janeiro. De acordo com o gerente geral de Risco e Inteligência de Mercado da
Ecom Energia, Carlos Caminada, esses dados são alterados semanalmente e neste
caso levam em conta a previsão de pouca chuva que as regiões Sudeste e Nordeste
deverão ter.
A expectativa do
mercado já era de que o nível de reservatórios estimado no PMO da primeira
semana operativa deste ano não deveria mesmo se confirmar. Na opinião do
vice-presidente da Comerc, Fábio Fernandes, a estimativa de que o Nordeste
alcançasse quase o dobro do que apresentava no inicio da semana passada em
termos de armazenamento, passando de 30,9% para 57,9% poderia ocorrer somente
se chovesse muito. De acordo com ele, seria necessário um volume 150% da MLT.
Para ele, a previsão do ONS - de 120% da MLT para a região - não seria
suficiente para elevar ao patamar projetado inicialmente.
Segundo o documento
publicado pelo Operador, o subsistema Sudeste/Centro Oeste poderá encerrar a
quinta semana operativa de janeiro a 48,1% (ante previsão anterior de 52,7%),
já o Sul passou a ter expectativa de 74,6% (ante 54,8%). No Nordeste e Norte é
que vem as maiores alterações: a primeira região está com previsão de alcançar
51,9% (esperava-se na semana passada 57,9%) e na maior região do país o nível
de armazenamento deverá saltar de 42,7% para 74%, segundo o último
relatório.
Como esperado pelo
executivo da Comerc, como resultado da previsão de afluências e consequente elevação
do CMO, o PLD apresentou elevação. O CMO médio para todos os submercados e
cargas, à exceção da leve no Norte, passaram de pouco mais de R$ 245 por MWh
para mais de R$ 280 por MWh. A CCEE divulgou que o aumento do PLD ficou na casa
de 15%, já na carga leve na região Norte recuou 53%.
Essa elevação foi
justamente o resultado da redução das afluências nas regiões Nordeste e
Sudeste, que elevou os preços em quase todos os subsistemas, exceção apenas ao
Norte, cuja previsão de armazenamento aumentou, como demonstrado na revisão do
PMO. (canalenergia)
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