segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Bolt entra na área de eficiência energética

Empresa estreia Esco com projeto de rerofit de R$ 3,5 milhões da central de água gelada de hotel em São Paulo.
A Bolt Energias termina o ano estreando em mais uma área de atuação no mercado. Além de comercialização e geração, a empresa agora vai atuar como Esco, oferecendo serviços de eficiência energética a potenciais clientes. A perspectiva de negócios é boa, segundo Érico Evaristo, conselheiro da Bolt, que prevê um faturamento anual de R$ 30 milhões a 50 milhões por ano. A entrada se dá com um projeto de retrofit da central de água gelada do Hotel Transamérica, na Marginal Pinheiros, em São Paulo.
O investimento de cerca de R$ 3,5 milhões deve ter um retorno em cinco anos e trazer uma economia de 40% para o cliente, de acordo com o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia. Evaristo contou que a Bolt decidiu entrar na área depois de um ano de estudos e preparação do modelo de negócio. A empresa vai usar sua estrutura de capital, já que tem um Fundo de Investimentos em Participações como controlador - o Ático, para financiar os projetos.
O conselheiro da Bolt vê a questão do financiamento como o maior desafio para os projetos de eficiência energética. "Quando começamos a analisar essa área de eficiência energética, vimos que está mal estruturada no Brasil. Tem poucas empresas bem estruturadas, vimos, então, um nicho de atuação", explicou Evaristo. O projeto da central de água gelada foi oferecido para a Bolt  por uma Esco menor que não tinha capacidade de bancar o investimento. E a captação de projetos de outras Escos será uma forma de se desenvolver no mercado, adiantou.
"Existe um potencial de crescimento muito grande. A indústria não tem apetite para investir em projetos de eficiência energética. Então, a Bolt entra porque tem o capital", observou. A Bolt já conta com uma carteira de potenciais projetos, o próximo deve ter o contrato assinado na próxima semana. Sem entrar em detalhes, Evaristo disse que é maior que o do Transamérica e envolve geração na ponta.
O foco da Esco serão clientes de médio e grande porte, como shoppings, indústrias e edifícios corporativos. "Vamos olhar todas as utilidades, redução do consumo de água, redução do consumo de energia elétrica, através substituição de centrais de água gelada, de construção de subestação para elevação de tensão, sistema de ar comprimido para indústria, gás", listou o executivo.
A Bolt também vê sinergia entre as três áreas de atuação, usando os serviços e expertise já adquiridos em geração e comercialização. "Tem um potencial de venda cruzada dentro dessas áreas bastante interessante", apontou Evaristo.
A comercializadora do grupo deve faturar este ano R$ 800 milhões, ficando entre as três maiores independentes do mercado, contou o executivo. Na área de geração, a empresa já começou a preparação para a construção da térmica a cavaco de madeira Campo Grande (BA-150 MW). A usina, vencedora no leilão A-5 de agosto, terá investimento de R$ 750 milhões e é uma parceria com a alemã Steag, que tem 25% de participação. Evaristo contou que a empresa está fechando o epcista do projeto e a compra e arrendamento de áreas para a formação da floresta de eucaliptos que abastecerá a usina. A área florestal será administrada pela Tree, empresa controlada pelo FIP Ático Florestal. (canalenergia)

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