Empresas e consumidores domésticos economizam cerca de 60%
com geração própria de energia
O uso da energia
solar ganha adeptos e reduz as contas de energia em empresas e residências.
Apesar de contar com
uma das maiores radiações solares, só recentemente o Brasil começou a dar os
primeiros passos rumo à geração doméstica de energia. Autorizada pela Aneel em
abril de 2012 e posta em prática em março de 2013, o Sistema de Compensação de
Energia permite ao consumidor brasileiro instalar pequenos geradores
fotovoltaicos em sua casa ou empresa e trocar energia com a distribuidora
local.
Um panorama da nova
modalidade de geração energética, elaborado em agosto pela Associação
Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), apontava que 101
consumidores aguardam respostas de pedidos de ligação pelas concessionárias,
tinham os projetos em estudo pelas empresas, ou, ainda, precisavam dar algum
retorno à distribuidora sobre detalhes do aparelho gerador.
Na estatística da
Abradee, a energia solar, produzida por meio de painéis fotovoltaicos, é a preferida
dos novos e potenciais produtores, compreendendo 81% das ligações e pedidos. O
consumidor doméstico também lidera o ranking de interessados, são 59% de
pedidos ou ligações, frente aos 37% de clientes comerciais e 4% de industriais.
Mas, apesar dessa adesão crescente, o número de interessados poderia ser maior,
se não fosse o alto custo de equipamento e instalação.
De R$ 700 para R$ 200
Mesmo com o retorno
garantido em dez anos e uma economia na conta mensal de luz que varia de 60% a
90%, é preciso desembolsar em torno de R$ 15 mil para o investimento inicial.
Pioneiro no país na
microgeração de energia, o empresário de Uberlândia (MG) Vitor Moura precisou
investir o equivalente a R$ 90 mil para gerar energia na sede da empresa que
abriu com o pai ainda em novembro de 2011, antes mesmo de a Aneel autorizar o
Sistema de Compensação de Energia.
“Conheci a tecnologia
em viagens ao exterior, mas só pude instalar aqui depois que um empresário
brasileiro, que tinha morado na Bélgica, trouxe o sistema. Comprei a ideia, mas
precisei trazer as placas dos EUA e o inversor da Noruega”, relembra o
empresário, que salienta que a ligação do sistema só foi possível por meio de
um regime especial concedido pela concessionária, a Cemig.
“Apesar de termos
ficado assustados com o valor do investimento, não nos arrependemos. Gastávamos
em média R$ 700 por mês num prédio de pequeno porte e hoje a conta de luz varia
entre R$ 150 a R$ 200”, conta Vitor, destacando que, em dois anos, o custo com
a tecnologia teve uma queda de mais de 25%.
Alemão de nascimento
e carioca há dez anos, Hans Rauschmayer se tornou consultor de geradores
domésticos de energia desde que, em agosto, decidiu instalar painéis
fotovoltaicos no telhado de sua casa, em Santa Teresa, no Centro do Rio, onde mora
com a esposa e duas filhas. Hoje, sua economia na conta de energia, graças a
seu equipamento doméstico, já chega a 63%.
“Na época, precisei
investir R$ 20 mil. Hoje produzo 60% do que consumo e a minha conta,que era de
R$ 159, foi para R$ 59, uma economia de R$ 0,49 por quilowatt-hora (KWh)”,
explica Hans.
Segundo ele, a
burocracia da instalação não é a causa da baixa adesão. “Esse é um investimento
que dá pouco retorno financeiramente. O mercado é ainda muito pequeno e a
construção é cara. Mas, com as tarifas de energia subindo a cada ano, acredito
que o sistema vá trazer ótimos retornos para quem apostou nesse investimento”,
avalia. (ecodebate)
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