Com projetos de energia limpa, empresa tem isenção fiscal de US$ 1,4
bilhão.
Numa fazenda na Carolina do Norte, nos Estados Unidos,
antigamente usada para a produção de forragem animal, o Google vem gerando energia
a partir de mais de 100 mil painéis solares, destinada ao aquecimento de
residências próximas - e apostando em uma área evitada por muitos investidores.
A fazenda solar Galt, a 32 quilômetros ao sul de Sacramento
é um dos 15 projetos de energia alternativa que o Google financia desde 2010,
como parte de um investimento de US$ 1,4 bilhão para a produção de energia
limpa. Desta maneira, a companhia de busca tornou-se a maior patrocinadora de
projetos de energia alternativa nos EUA nesse período, excluindo
concessionárias e instituições financeiras.
Mais da metade dos projetos energéticos do Google está
voltado para a energia solar, um mercado que vinha decaindo. O Google vem se
empenhando para ter sucesso onde outros falharam, evitando a produção de painéis
e, ao mesmo tempo, aproveitando os controvertidos incentivos fiscais que podem
gerar ganhos de investimento de mais de 10% ao ano, segundo analistas.
"Estamos de olho em projetos que nos propiciem retornos
atrativos", disse Rick Needham, que ingressou na empresa em 2008 como
diretor de energia e sustentabilidade.
Aposta
A energia limpa atrai a atenção de muitas empresas de
tecnologia. O Facebook, por exemplo, vem desenvolvendo uma fazenda eólica em
Iowa e o objetivo é gerar pelo menos um quarto da energia usada pelo seu centro
de dados a partir de fontes renováveis em 2015. Com US$ 60 bilhões em caixa, a
empresa anunciou investimentos no campo energético de quase US$ 400 milhões em
2013.
O Google, com aprovação do diretor executivo Larry Page, tem
buscado maneiras mais criativas de aplicar seus recursos e difundir a energia
renovável no mundo. As intensivas operações de dados da companhia também exigem
muita energia elétrica.
A companhia se lança no campo da energia solar, ao passo que
os investidores de risco recuam. O montante de dólares investidos caiu mais de
70% no ano passado em comparação com 2011, com o volume de negócios diminuindo
em quase 40%, de acordo com a National Venture Capital Association.
O Google também precisa agradecer ao seu estado natal, o
maior mercado de energia solar do país, por grande parte da sua expansão. Em
2011, o governador da Califórnia Jerry Brown, sancionou lei exigindo que as
fontes renováveis de energia constituam 33% da oferta de energia em 2020.
O avanço da Google no campo da energia solar tem sido
auxiliado pela Recurrent Energy, desenvolvedora de projetos neste campo de
propriedade da Sharp Corporation. Em novembro, o Google e a empresa de private
equity KKR & Co financiaram seis projetos da Recurrent na Califórnia e no
Arizona.
"Mais projetos podem ser realizados quando os custos
baixarem", disse Michael Metzner, diretor financeiro da Recurrent Energy.
"Poderemos fornecer energia solar a preços próximos dos cobrados para a
energia convencional".
O Google usa incentivos do governo que lhe permitem reduzir
suas obrigações tributárias investindo em energia renovável. Os projetos no
campo da energia solar podem gerar retornos de 10% a 14% ao ano, com metade dos
ganhos vinculados aos incentivos, disse Paul Maxwell, diretor de práticas
energéticas na Navigant Consulting. Esses investimentos só foram superados pelo
JPMorgan Chase & Co., o US Bacorp e MetLife Incorporated.
Projetos
O Google tem apoiado publicamente a energia limpa desde
2007, quando criou um grupo de pesquisa dentro da sua divisão de projetos
filantrópicos para desenvolver a energia renovável. No início, os trabalhos
tinham por objetivo os centros de dados da companhia que consomem muita energia
para operar as bilhões de consultas mensais e os vídeos do YouTube. Larry Page
encerrou a iniciativa em Novembro de 2011. "Outras instituições estão
melhor colocadas do que a Google para levar a pesquisa para o nível
seguinte", disse.
Os projetos da Google no campo da energia solar são
diversos. Em 2011, a companhia fez um financiamento de US$ 280 milhões para a
SolarCity Corporation, para a provedora de energia solar residencial expandir
seus serviços. No ano passado, investiu US$ 103 milhões numa usina solar no sul
da Califórnia que fornece energia para 80 mil residências. (OESP)
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