quarta-feira, 4 de junho de 2014

Nível dos reservatórios de energia são preocupantes

Nível dos reservatórios de energia são preocupantes e El Niño não será a salvação
O sistema Sul estava melhor em 2001, ano do racionamento de energia, do que agora.
O setor energético no Brasil vive um colapso. O nível dos reservatórios está abaixo do esperado para esta época do ano, o preço de venda da energia no mercado livre está no teto e o período seco no Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por mais de 70% da produção nacional, está apenas no início.
A esperança do governo e das empresas está depositada no El Niño, que se desenvolverá no segundo semestre, porém o fenômeno não será a salvação completa. “A associação que está se fazendo com o El Niño de 2009/2010 é errada, naquela data o fenômeno foi intenso e clássico, por isso as chuvas foram abundantes, mas nesse ano a classificação e atuação dele será diferente”, alerta o climatologista da Somar, Paulo Etchichury.
Primeiro que o El Niño de 2014 será Modoki, nomenclatura que se dá ao fenômeno quando o aquecimento não tem sustentação. Ou seja, as águas ficarão mais quentes do que o normal no Oceano Pacífico leste entre julho e agosto e no Pacífico central somente em setembro e outubro. Por isso é importante ressaltar que não há garantia de chuvas regulares na primavera e no verão.
Para o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil, no caso de El Niño Modoki, o sinal mais evidente é em relação a temperatura, com calor na primavera. “Com relação a chuva não apresenta uma boa correlação, podendo apenas antecipar alguns episódios de chuvas entre setembro e outubro, porém sem nenhuma garantia de regularidade na transição para o regime de chuvas de verão”, explica Etchichury.
O efeito mais evidente para o atual El Niño será a redução do frio no Sul e também o aumento das chuvas durante a primavera na região. Em 2012, não choveu bem na região, o que comprometeu a distribuição de energia, pois o Sudeste/Centro-Oeste teve que atender às necessidades desse sistema.
O sub-sistema Sul hoje está com 51% da capacidade total, sendo que na mesma época de 2001, ano do racionamento, o volume dos reservatórios era de 92,8%. “Apesar de corresponder a apenas 6,9% da produção total do Brasil, ele ganha importância nesta época, pois pode ajudar, ou atrapalhar o sistema interligado”, afirma Paulo Etchichury.
A ligação climática entre o ano de 2001 e de 2014 é muito próxima, pois os dois casos foram antecedidos de quatro verões com Oceanos mais frios que o normal, o que diminuiu a quantidade de chuvas. Portanto, os meses de novembro e dezembro serão decisivos para o setor, pois é a chuva desse período que definirá os rumos da produção de energia do país. (uol)

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