Térmicas devem assegurar fornecimento de energia no Brasil
Meta de retomar a contratação dessas usinas tem como base a
imprevisibilidade das fontes intermitentes, especialmente a eólica.
A combinação entre o
regime hidrológico desfavorável e o avanço das eólicas nos últimos leilões tem
levado o governo a adotar uma política de mais contratação de térmicas nos próximos
anos. A meta do governo de contratar 7,5 GW até 2018 é um reflexo de que cada
vez mais o país deverá focar nessa fonte para assegurar o fornecimento de
energia. Essa é a impressão de entidades e até mesmo da agência de
classificação de risco Fitch Ratings.
De acordo com um
relatório preliminar, a agência afirmou que o esforço do governo em
diversificar a matriz elétrica ao incluir a eólica e as usinas hidrelétricas a
fio d’água resultará em uma dependência cada vez maior de usinas que ficam de standby, notadamente as
termelétricas.
Esse diagnóstico já
foi destacado pelas associações que atuam no setor termelétrico nacional
durante a 11ª. Edição do Enase, realizada em maio de 2014. Para a Associação
Brasileira de Geradoras Termelétricas, a diversificação é importante, pois cada
fonte apresenta complementaridade a outras. Porém, destacou o consultor da
entidade, Edmundo Silva, as termelétricas se diferenciam por apresentar um alto
grau de despachabilidade, o que proporciona ao Operador Nacional do Sistema
Elétrico, recorrer a essas usinas sempre que necessário.
Nesse cenário, estão
períodos de estiagem, como o que o país está passando desde o final de 2012,
e o aumento das fontes intermitentes, ou ainda, como destacou a Fitch,
quando há problemas pontuais na transmissão de energia.
Em decorrência desse
aumento da dependência, afirmou a Fitch, é justamente as usinas chamadas de
estepe por aqui, ou que ficam em standby, que
são utilizadas para suprir a demanda que podem trazer desafios aos produtores
de energia. Isso porque seu uso constante, avalia a agência, pode incorrer em
elevados custos em função de uma manutenção mais abrangente em seus
equipamentos já que estes não foram projetados para funciona por períodos mais
prolongados. Contudo, destaca que essas usinas são importantes para
atender a demanda por energia no país.
A Abraget destaca que
essa importância pode estar calcada na possibilidade de que as UHEs a fio
d’água, fontes sazonais e intermitentes podem acarretar em insegurança
energética. Isso porque o clima pode, segundo a entidade, levar a perda de
regularização de reservatórios e seu deplecionamento mais acelerado,
comprometimento das safras e redução de biomassa, além de comprometer a
regularidade dos ventos.
O presidente da
Associação Brasileira de Geração Flexível, Marco Antônio Veloso, também
defendeu as térmicas standby como
uma solução rápida para adequar a resposta em caso de problemas. E lembrou
ainda que na Alemanha é crescente a adoção de térmicas para compensar o avanço
da eólica.
Um dos pontos que
podem viabilizar essa nova onda de avanço da térmica no país foi dado com o CVU
de R$ 250 por MWh estabelecido pelo governo para o A-5 deste ano. Segundo a
avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim,
com esse aumento em comparação ao do ano passado, a tendência é de que a
térmicas retornem aos certames com projetos a biomassa e até mesmo com o gás
natural já que esse valor deverá viabilizar até usinas a gás natural com
investimentos em terminais próprios de regaseificação de GNL. (canalenergia)
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