quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Consumo de energia deve triplicar no país até 2050

Brasil alcançará consumo de 1.624 TWh, contra os atuais 513 TWh.
Estudo indica que demanda total de energia, que envolve gasolina, eletricidade, etanol e outras fontes, dobrará até 2050.
O consumo de energia elétrica deverá triplicar no país até 2050, segundo o estudo divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com a estimativa, o Brasil alcançará um consumo de 1.624 TWh (Terawatt-hora), contra os atuais 513 TWh. O estudo também indica que a demanda total de energia, que envolve gasolina, eletricidade, etanol e outras fontes, vai dobrar no mesmo período.
Para fazer frente ao avanço do consumo, a estatal estima que o país poderá suprir até 13% desse consumo com a energia solar, que poderá chegar a 15 milhões de residências. O governo planeja para este semestre o primeiro leilão de oferta de energia eólica.
O consumo total de energia vai passar de 267 milhões de Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP) para 605 milhões, no horizonte 2050. Nesse período, a estimativa é que o crescimento médio do consumo de energia será de 2,2% ao ano. Já o consumo específico de energia elétrica deverá crescer à taxa média de 3,2% anualmente. A diferença é explicada pelo levantamento a partir do avanço de participação na economia de setores com menor intensidade energética, como de comércio e serviços. O estudo também destaca ganhos de eficiência energética.
A projeção indica que o consumo nas residências irá dobrar até 2050, elevando a participação da eletricidade no total de energia consumida dos atuais 17% para 23%. A EPE estima que esse crescimento será pautado pelo avanço no consumo de equipamentos eletrônicos de climatização e lazer, além de uma ampliação de frotas de carros elétricos no país. O patamar projetado pela empresa equivale ao atual padrão de consumo de eletricidade da União Europeia, em torno de 7 mil KWh por habitante anualmente.
As estimativas consideram também uma maior penetração da energia solar nos domicílios brasileiros, que poderá aliviar em até 8 TWh o consumo de eletricidade no país somente com o uso para aquecimento. No total, a modalidade deverá ser responsável por uma potência adicional de 33 GW nas residências, o que equivale a 13% da demanda elétrica total.
Indústria
De acordo com a EPE, a estimativa é que o consumo de energia da indústria cresça 2,2% ao ano até 2050, sustentada por uma expansão "vigorosa" da infraestrutura do país, que movimentarão setores de alta intensidade energética. Apesar do crescimento, o estudo indica que a indústria passará por uma mudança estrutural, com desaceleração da demanda para setores como cimento e aço ao longo dos anos e aceleração em setores de papel e celulose e indústria química.
A percepção é que haverá uma expansão na construção civil, que motivará o aumento do consumo de energia para produção de cimento, cerâmica, vidro e aço, por exemplo. "Esta evolução relaciona-se à progressiva e necessária expansão da infraestrutura no Brasil, em termos de rodovias, portos e edificações em geral, o que permitirá ao País dotar-se das condições necessárias de competitividade", diz o estudo.
Para o setor de cimento, a estimativa é que haja um alto crescimento concentrado na próxima década, seguida de perda de ritmo e estabilização em 2040. Assim, a média de crescimento para o segmento é de 2% ao ano em relação as Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP), chegando ao pico próximo a 12 milhões de TEP.
Também o setor de aço deve se estabilizar na década de 2040, segundo a EPE, sobretudo em função de "ganho de eficiência energética" em seus processos. A estimativa é de uma média de crescimento de 1,6% ao ano. Para a indústria de papel e celulose, a projeção é de crescimento de 2,6% ao ano na demanda por energia.
Quem deve elevar participação no período é o setor de química e petroquímica, segundo o estudo. Para o segmento de petroquímica, a previsão é saltar de 7 milhões de TEP, em 2013, para 22 milhões.
A empresa avalia que há "cenário favorável" para a produção física de minério de ferro, de bauxita e de pelotas, com crescimento de participação em termos de valor adicionado à economia. "Desta forma, sua participação no consumo final energético industrial alcança 5% em 2050", completa.
Por outro lado, o estudo da EPE também considera que o consumo de cana-de-açúcar para uso energético deverá reduzir sua participação no total da demanda energética do País. A queda estimada na participação é de 5% no horizonte 2050, e deve-se, "basicamente, à moderada taxa de expansão do setor sucroalcooleiro neste período". (globo)

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