Brasil alcançará consumo de 1.624 TWh, contra os atuais 513
TWh.
Estudo indica que demanda total de energia, que envolve
gasolina, eletricidade, etanol e outras fontes, dobrará até 2050.
O consumo de energia elétrica deverá
triplicar no país até 2050, segundo o estudo divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com a estimativa,
o Brasil alcançará um consumo de 1.624 TWh (Terawatt-hora), contra os atuais
513 TWh. O estudo também indica que a demanda total de energia, que envolve
gasolina, eletricidade, etanol e outras fontes, vai dobrar no mesmo período.
Para fazer frente ao avanço do
consumo, a estatal estima que o país poderá suprir até 13% desse consumo com a
energia solar, que poderá chegar a 15 milhões de residências. O governo planeja
para este semestre o primeiro leilão de oferta de energia eólica.
O consumo total de energia vai
passar de 267 milhões de Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP) para 605
milhões, no horizonte 2050. Nesse período, a estimativa é que o crescimento
médio do consumo de energia será de 2,2% ao ano. Já o consumo específico de
energia elétrica deverá crescer à taxa média de 3,2% anualmente. A diferença é
explicada pelo levantamento a partir do avanço de participação na economia de
setores com menor intensidade energética, como de comércio e serviços. O estudo
também destaca ganhos de eficiência energética.
A projeção indica que o consumo nas
residências irá dobrar até 2050, elevando a participação da eletricidade no
total de energia consumida dos atuais 17% para 23%. A EPE estima que esse
crescimento será pautado pelo avanço no consumo de equipamentos eletrônicos de
climatização e lazer, além de uma ampliação de frotas de carros elétricos no
país. O patamar projetado pela empresa equivale ao atual padrão de consumo de
eletricidade da União Europeia, em torno de 7 mil KWh por habitante anualmente.
As estimativas consideram também
uma maior penetração da energia solar nos domicílios brasileiros, que poderá
aliviar em até 8 TWh o consumo de eletricidade no país somente com o uso para
aquecimento. No total, a modalidade deverá ser responsável por uma potência
adicional de 33 GW nas residências, o que equivale a 13% da demanda elétrica
total.
Indústria
De acordo com a EPE, a estimativa é
que o consumo de energia da indústria cresça 2,2% ao ano até 2050, sustentada
por uma expansão "vigorosa" da infraestrutura do país, que
movimentarão setores de alta intensidade energética. Apesar do crescimento, o estudo
indica que a indústria passará por uma mudança estrutural, com desaceleração da
demanda para setores como cimento e aço ao longo dos anos e aceleração em
setores de papel e celulose e indústria química.
A percepção é que haverá uma
expansão na construção civil, que motivará o aumento do consumo de energia para
produção de cimento, cerâmica, vidro e aço, por exemplo. "Esta evolução
relaciona-se à progressiva e necessária expansão da infraestrutura no Brasil,
em termos de rodovias, portos e edificações em geral, o que permitirá ao País
dotar-se das condições necessárias de competitividade", diz o estudo.
Para o setor de cimento, a
estimativa é que haja um alto crescimento concentrado na próxima década,
seguida de perda de ritmo e estabilização em 2040. Assim, a média de
crescimento para o segmento é de 2% ao ano em relação as Tonelada Equivalente
de Petróleo (TEP), chegando ao pico próximo a 12 milhões de TEP.
Também o setor de aço deve se
estabilizar na década de 2040, segundo a EPE, sobretudo em função de
"ganho de eficiência energética" em seus processos. A estimativa é de
uma média de crescimento de 1,6% ao ano. Para a indústria de papel e celulose,
a projeção é de crescimento de 2,6% ao ano na demanda por energia.
Quem deve elevar participação no
período é o setor de química e petroquímica, segundo o estudo. Para o segmento
de petroquímica, a previsão é saltar de 7 milhões de TEP, em 2013, para 22
milhões.
A empresa avalia que há
"cenário favorável" para a produção física de minério de ferro, de
bauxita e de pelotas, com crescimento de participação em termos de valor
adicionado à economia. "Desta forma, sua participação no consumo final
energético industrial alcança 5% em 2050", completa.
Por outro lado, o estudo da EPE
também considera que o consumo de cana-de-açúcar para uso energético deverá
reduzir sua participação no total da demanda energética do País. A queda
estimada na participação é de 5% no horizonte 2050, e deve-se,
"basicamente, à moderada taxa de expansão do setor sucroalcooleiro neste
período". (globo)
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