Eletrosul/América
Solar
A Eletrosul,
subsidiária da Eletrobras, inaugurou em 27/06/14 em Florianópolis uma usina de
energia solar acoplada ao prédio da sede administrativa da empresa. O projeto
tem 4,2 mil painéis fotovoltaicos instalados em uma área de 8,3 mil metros
quadrados no teto do edifício. Apesar de o prédio absorver parte da energia, o
objetivo principal não é atender ao consumo da empresa e de unidades vizinhas,
e sim vendê-la no mercado livre.
“Comercialmente,
temos contrato com uma pequena central hidrelétrica que atende à demanda [do
edifício da Eletrosul]. Pode ser que a partir de 2015 a gente troque o contrato
[passando a atender a toda a demanda local com a energia da usina solar]. Vamos
avaliar. Mas, por enquanto, o objetivo é comercializar e divulgar [a
tecnologia]. Nas cidades do futuro, haverá muitos prédios assim. Queremos estar
prontos para o boom [da energia solar]”, explica Ronaldo Custódio, diretor de
Engenharia e Operação da Eletrosul.
De acordo com ele, o
primeiro leilão para comercializar energia da usina deve ocorrer em agosto
deste ano. O investimento no projeto, de R$ 9,5 milhões, foi financiado pelo
banco de fomento alemão KfW.
Considerada
sustentável, a energia solar sai mais cara do que opções como as hidrelétricas
e termelétricas. Segundo Ronaldo Custódio, uma usina solar, com financiamento
em condições idênticas ao de uma hidrelétrica, pode sair de cinco a sete vezes
mais cara. Depois de construída, no entanto, ela tem a manutenção menos dispendiosa.
“A hidrelétrica até tem um impacto ambiental global menor, embora tenha impacto
local tanto do ponto de vista ambiental quanto social”, comenta.
Com capacidade
instalada de 1.000 quilowatts, o suficiente para atender a 540 residências, a
usina é o maior empreendimento na América Latina com produção de energia
acoplada a um prédio. Além disso, é a única com esse conceito a gerar energia
para comercialização.
Para Ricardo Baitelo,
coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, a usina de
energia solar é um marco importante. “Eu acho que é uma iniciativa bem-vinda,
junto com Tanquinhos e Tauá [usinas de energia solar respectivamente em
Campinas, São Paulo, e no interior do Ceará]. Serve para mostrar que a energia
solar é uma opção viável para a segurança energética”, diz.
Baitelo acrescenta
que as iniciativas de maior porte têm avançado mais do que a implantação de
pequeno porte e doméstica da energia solar, que a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) buscou incentivar em 2012, aprovando resolução que previa
desconto na conta de luz para residências e empresas microgeradoras que
fornecessem excedente.
“Esse é outro
capítulo, que caminha mais devagar. A gente tem alguns problemas a transpor,
principalmente o financiamento”. Segundo ele, as linhas de crédito ofertadas
pelos bancos atualmente não têm prazos e taxas de juro satisfatórias. “Um
projeto de energia solar que atenda a uma família pode custar de R$ 15 mil a R$
20 mil. Se vai ter uma economia de R$ 30, R$ 40, R$ 50, o ideal é que o custo
do financiamento seja esse. Estamos dialogando com governo e bancos. É um
mercado com potencial muito grande”, observa. (ecodebate)
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