Certificação
será concedida a empresas que usam energia gerada a partir da biomassa de
cana-de-açúcar. Usinas produtoras também receberão certificado
A
eletricidade proveniente da biomassa de cana-de-açúcar, uma das alternativas
energéticas renováveis mais eficientes disponíveis no Brasil, ganha um reforço
adicional: a criação do Selo Energia Verde, que certificará empresas produtoras
e consumidoras de energia limpa e renovável.
Desenvolvido
pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em um acordo de cooperação
com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Selo Energia
Verde será entregue por meio de um certificado atestando que pelo menos 20% da
energia elétrica consumida pelas empresas são produzidos de forma sustentável.
A
criação do Selo Energia Verde representa a entrada em vigor do Programa de
Certificação da Bioeletricidade, que permitirá a troca de informações entre
UNICA e CCEE, como a confirmação sobre a origem contratual da energia
comercializada pelas usinas movidas a biomassa de cana no mercado livre de
energia.
Além
das empresas consumidoras, também receberão o selo as usinas geradoras de
bioeletricidade que atendem a critérios de sustentabilidade constantes do
Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro Paulista, assinado pelo
governo de S. Paulo e o setor sucroenergético em 2007, e requisitos de
eficiência energética.
O
presidente do Conselho de Administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata Ferreira,
destaca a satisfação da instituição em fazer parte de um projeto importante
como este. “A verificação, pela CCEE, do cumprimento dos critérios pelas usinas
e consumidores permitirá que o Selo Energia Verde se torne um diferencial, que
agregará valor tanto para o gerador como para o comprador da energia produzida
a partir da biomassa da cana-de-açúcar”, afirma Barata.
Em
2014, foram produzidos 20.815 mil gigawatts/hora (GWh) de energia elétrica
proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa quantidade
seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou o equivalente a 52% da
energia que será produzida por Belo Monte, a partir de 2019. Além disso, sem o
uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de emissões de CO2 na
atmosfera seria 24% maior.
Ainda
assim, a bioeletricidade pode ir além. “Com o pleno uso energético da biomassa
da cana, o potencial técnico dessa fonte poderia chegar a 20 mil MW médios até
2023, o que corresponde à energia produzida por duas usinas Itaipu. E,
certamente, este programa de certificação contribuirá para aproveitarmos cada
vez mais o seu potencial”, avalia Elizabeth Farina, presidente da UNICA.
Primeiros
certificados
Os
primeiros selos Energia Verde foram entregues pela UNICA e CCEE em cerimônia de
lançamento, realizada na sede da entidade, em São
Paulo. Foram contempladas, na categoria de consumidores, as empresas Duratex e
Unilever, que adquirem eletricidade gerada por biomassa de cana-de-açúcar
produzida pela Noble e comercializada no mercado livre de energia elétrica.
Entre os produtores, receberam a certificação as usinas Adecoagro, Alta
Mogiana, Guarani (Grupo Tereos), Noble, Raízen, São Martinho e Zilor. (única)
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