Avião totalmente movido a energia solar começa volta ao
mundo
Viagem teve início em 09/03/15 em Abu Dabi é considerada
‘histórica’ para cientistas que buscam alternativas ao petróleo.
Na pista de decolagem, um avião com a dimensão de um Boeing
747. Mas, ao seu lado, duas bicicletas que lhe dão o primeiro impulso. Na manhã
de 09/03 em Abu Dabi, uma viagem que promete ganhar um tom épico foi lançada.
Pela primeira vez na história, um avião tentará dar a volta ao mundo sem usar
um só litro de gasolina ou diesel.
Trata-se do Solar Impulse-2, movido a energia solar e que,
depois de 16 anos de investimentos e pesquisas, decolou para tentar mostrar ao
mundo que existem alternativas ao petróleo.
Nos próximos cinco meses, o projeto suíço e financiado por
grandes investidores percorrerá os diversos continentes, cruzando os oceanos,
até retornar para sua ponto de partida. O primeiro trajeto, dos Emirados Árabes
a Muscat, em Omã, levaria apenas uma hora de voo em um avião comercial. Mas, no
caso do Solar Impulse, a viagem está prevista para durar doze horas para
percorrer os 400 quilômetros que separam as duas cidades.
Avião movido a energia solar
O avião Solar Impulse 2, que
funciona exclusivamente com energia solar, fez um voo de teste em Abu Dabi.
O avião vai fazer uma volta ao mundo em 09/03/15.
O Solar Impulse 2 é coberto por mais de 17.000 células
solares, que por meio de uma bateria de lítio, fornecem energia a quatro
motores elétricos de hélice.
O avião tem envergadura de 72 metros e tem menos de 2,5
toneladas.
Com a volta ao mundo, os cofundadores suíços do projeto,
Betrand Piccard e Andre Borschberg, querem demonstrar que as tecnologias limpas
e as energias renováveis permitem conseguir coisas consideradas até agora
impossíveis.
Se tudo sair como o previsto, o Solar Impulse decolaria em
09/03/15 de Abu Davi para dar a volta ao mundo em 12 etapas, passando pela
Índia, China e Nova Iorque e sobrevoando oceanos.
No total, há 17 mil células solares para captar energia e
transformar em impulso e alimentar suas baterias para que o avião possa voar
com uma velocidade de 50 a 100 quilômetros por hora.
Mas, para cruzar dois oceanos com essa velocidade, o avião
solar terá de viajar durante a noite, sem a luz do sol. A aposta é de que as
baterias sejam suficientes para suportar o período sem a energia solar, ainda
que o avião tenha de descer a 1500 metros durante a noite para reduzir seus
gastos.
A baixa velocidade do avião, porém, também representará um
desafio para os dois pilotos suíços que vão se revezar no comando - Andre
Borschberg e Bertrand Piccard.
Cruzar o pacífico, por exemplo, pode significar que terão de
passar cinco dias e cinco noites sem dormir. No máximo, poderão tirar um
descanso de 20 minutos quando as condições meteorológicas e técnicas
permitirem. Um centro de comando estabelecido em Monaco vai acompanhar o voo
minuto a minuto.
Tanto Piccard como Borschberg já indicaram como pretendem
resistir a essa prova. Borschberg declarou que vai usar técnica da ioga para se
manter acordado. Já Piccard utilizará técnicas de auto-hipnose.
"Estou confiante de que temos um avião muito especial e
que vai nos permitir cruzar os oceanos. Mas será um desafio voar por cinco dias
e cinco noites", admitiu Borschberg.
Para ambos, porém, é a aventura e a paixão que os motivará.
"Há 16 anos eu tive esse sonho de voar pelo mundo sem combustível e apenas
em energia solar. Agora, vamos realizar isso", disse Piccard, antes de
embarcar.
O suíço, porém, vem de uma dinastia de aventureiros. Seu
pai, Jacques, foi o primeiro homem a atingir o ponto mais baixo de um oceano,
em 1960. Seu avô, Auguste Piccard, foi o primeiro a levar um balão para a
estratosfera, em 1931.
O próprio Bertrand Piccard é conhecido por suas aventuras em
balões. Com Brian Jones, ele foi o primeiro a completar uma viagem pelo mundo
em 1999.
Avião movido a energia solar
A partir de março de 2015, os
pilotos suíços André Borschberg e Bertrand Piccard vão iniciar a volta ao mundo
em um avião movido a energia solar, batizado de Solar Impulse.
O objetivo da viagem é promover a tecnologia limpa e
fomentar o uso de recursos renováveis para melhorar a eficiência dos mais
variados produtos, desde partes de refrigeradores até baterias utilizadas em
metrôs. “Queremos chamar atenção para as possibilidades que existem no emprego
dessa nova tecnologia”, disse Borschberg em entrevista ao Broadcast, serviço de
informação em tempo real da Agência Estado.
A primeira decolagem esta programada para ocorrer no Oriente
Médio e a aeronave seguirá o trajeto na direção de oeste para leste, sempre no
Hemisfério Norte. Escolhemos o Hemisfério Norte porque, diferentemente o
Hemisfério Sul, há mais terra em relação à agua, ou seja, é mais fácil
controlar uma situação imprevisível, disse Borschberg.
Já a escolha do Oriente Médio como ponto de partida foi
porque os pilotos pretendem voar antes do início das monções, chuvas
torrenciais, especialmente de junho a agosto, que atingem o sul e o sudeste da Ásia.
O Solar Impulse 2 vai sobrevoar esta região e aterrissar na China. “Lá vamos
estudar com detalhes as condições do tempo porque faremos a perna mais longa da
viagem, provavelmente até o Havaí”.
Borschberg disse que serão cinco dias e cinco noites na
travessia do Oceano Pacífico. No total a viagem levará de dois a três meses.
“Em termos de dias de voo serão 20.” No restante do tempo, a aeronave ficará em
exposição, por cerca de dez dias, nos locais em que aterrissar.
Baterias
Para realizar a viagem, Borschberg e Piccard vão
voar em um avião que lembra um planador, embora em proporções bem diferentes.
Da ponta de uma asa à outra são 72 metros, praticamente a envergadura de um
Boeing 747. O peso, porém, é praticamente duas vezes ao de um carro popular,
ligeiramente acima de duas toneladas.
O esqueleto do avião é composto por fibra de carbono. Leve e
feito para planar, a aeronave precisa apenas de 120 metros de pista para
aterrissar ou decolar. A velocidade média do equipamento é de 70 km/h,
alcançada por quatro motores de 15 cavalos de potência cada um.
Em cima das asas, 18.000 células solares captam a luz,
transformada em energia, é armazenada por uma bateria de 600 quilos, a fim de
manter o avião em funcionamento durante a noite. Borschberg disse que a bateria
dura cerca de dez horas após ser totalmente carregada. Ele explicou que, para
conseguir atravessar a noite voando, precisa gerenciar o uso da energia.
Economia
Segundo o piloto, para isso, é preciso ir a uma
altitude de 9.000 metros e, a partir dali, desligar a energia e ficar planando,
por cerca de quatro horas, até chegar a 3.500 metros, quando a energia volata a
ser acionada. “São dez horas de bateria mais quatro planando. É assim que se
voa à noite.”
Ninguém na equipe do Solar Impulso acredita que a instalação
de painéis solares nos aviões aconteça no curto prazo. Mas pesquisadores
apostam que a energia pode ser a principal fonte de abastecimento de
eletricidade em 2050.
Em menos de dez anos, os painéis solares tiveram uma redução
de 70% nos seus custos e, até 2020, a previsão é de que caiam pela metade.
Instituições financeiras como o Deutsche Bank chegam a estimar que o preço da
energia solar se equipare ao do gás em mais da metade do mundo antes de 2020.
Em alguns países europeus, a previsão é de que essa energia
possa competir com o gás em 2017. Nos Estados Unidos, os empregos gerados pela
energia solar já superam os do setor do carvão.
Na China, empresas se apressam para competir em um mercado
que promete movimentar bilhões graças aos subsídios estatais em diversas partes
do mundo.
Não por acaso, o projeto dos dois pilotos suíços é
financiado também por governos e monarcas, como o príncipe Albert de Monaco, os
Emirados Árabes, mas também por empresários, como Richard Branson, e
personalidades, como Al Gore.
'Há 16 anos eu tive esse sonho de
voar pelo mundo sem combustível e apenas em energia solar. Agora, vamos
realizar isso', disse Piccard, antes de embarcar.
Avião solar inicia volta ao mundo. (OESP)
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