segunda-feira, 16 de março de 2015

Avião viajará o mundo com energia solar

Avião totalmente movido a energia solar começa volta ao mundo
Viagem teve início em 09/03/15 em Abu Dabi é considerada ‘histórica’ para cientistas que buscam alternativas ao petróleo.
Na pista de decolagem, um avião com a dimensão de um Boeing 747. Mas, ao seu lado, duas bicicletas que lhe dão o primeiro impulso. Na manhã de 09/03 em Abu Dabi, uma viagem que promete ganhar um tom épico foi lançada. Pela primeira vez na história, um avião tentará dar a volta ao mundo sem usar um só litro de gasolina ou diesel.
Trata-se do Solar Impulse-2, movido a energia solar e que, depois de 16 anos de investimentos e pesquisas, decolou para tentar mostrar ao mundo que existem alternativas ao petróleo.
Nos próximos cinco meses, o projeto suíço e financiado por grandes investidores percorrerá os diversos continentes, cruzando os oceanos, até retornar para sua ponto de partida. O primeiro trajeto, dos Emirados Árabes a Muscat, em Omã, levaria apenas uma hora de voo em um avião comercial. Mas, no caso do Solar Impulse, a viagem está prevista para durar doze horas para percorrer os 400 quilômetros que separam as duas cidades.
Avião movido a energia solar
O avião Solar Impulse 2, que funciona exclusivamente com energia solar, fez um voo de teste em Abu Dabi.
O avião vai fazer uma volta ao mundo em 09/03/15.
O Solar Impulse 2 é coberto por mais de 17.000 células solares, que por meio de uma bateria de lítio, fornecem energia a quatro motores elétricos de hélice.
O avião tem envergadura de 72 metros e tem menos de 2,5 toneladas.
Com a volta ao mundo, os cofundadores suíços do projeto, Betrand Piccard e Andre Borschberg, querem demonstrar que as tecnologias limpas e as energias renováveis permitem conseguir coisas consideradas até agora impossíveis.
Se tudo sair como o previsto, o Solar Impulse decolaria em 09/03/15 de Abu Davi para dar a volta ao mundo em 12 etapas, passando pela Índia, China e Nova Iorque e sobrevoando oceanos.
O avião percorrerá 35 mil quilômetros a uma velocidade modesta (entre 50 e 100 km/h entanto, o tempo é o que menos importa para os pilotos e os cientistas. O Solar Impulse, para garantir que pudesse voar, transformou-se em um verdadeiro laboratório de novas soluções tecnológicas. Cerca de 80 pessoas trabalharam para construir um avião com asas que medem 72 metros, superando a dimensão do Boeing 747, mas com um peso de um carro de família. 
No total, há 17 mil células solares para captar energia e transformar em impulso e alimentar suas baterias para que o avião possa voar com uma velocidade de 50 a 100 quilômetros por hora.
Mas, para cruzar dois oceanos com essa velocidade, o avião solar terá de viajar durante a noite, sem a luz do sol. A aposta é de que as baterias sejam suficientes para suportar o período sem a energia solar, ainda que o avião tenha de descer a 1500 metros durante a noite para reduzir seus gastos.  
A baixa velocidade do avião, porém, também representará um desafio para os dois pilotos suíços que vão se revezar no comando - Andre Borschberg e Bertrand Piccard.
Cruzar o pacífico, por exemplo, pode significar que terão de passar cinco dias e cinco noites sem dormir. No máximo, poderão tirar um descanso de 20 minutos quando as condições meteorológicas e técnicas permitirem. Um centro de comando estabelecido em Monaco vai acompanhar o voo minuto a minuto. 
Tanto Piccard como Borschberg já indicaram como pretendem resistir a essa prova. Borschberg declarou que vai usar técnica da ioga para se manter acordado. Já Piccard utilizará técnicas de auto-hipnose. 
"Estou confiante de que temos um avião muito especial e que vai nos permitir cruzar os oceanos. Mas será um desafio voar por cinco dias e cinco noites", admitiu Borschberg.
Para ambos, porém, é a aventura e a paixão que os motivará. "Há 16 anos eu tive esse sonho de voar pelo mundo sem combustível e apenas em energia solar. Agora, vamos realizar isso", disse Piccard, antes de embarcar. 
O suíço, porém, vem de uma dinastia de aventureiros. Seu pai, Jacques, foi o primeiro homem a atingir o ponto mais baixo de um oceano, em 1960. Seu avô, Auguste Piccard, foi o primeiro a levar um balão para a estratosfera, em 1931. 
O próprio Bertrand Piccard é conhecido por suas aventuras em balões. Com Brian Jones, ele foi o primeiro a completar uma viagem pelo mundo em 1999.
Avião movido a energia solar
A partir de março de 2015, os pilotos suíços André Borschberg e Bertrand Piccard vão iniciar a volta ao mundo em um avião movido a energia solar, batizado de Solar Impulse.
O objetivo da viagem é promover a tecnologia limpa e fomentar o uso de recursos renováveis para melhorar a eficiência dos mais variados produtos, desde partes de refrigeradores até baterias utilizadas em metrôs. “Queremos chamar atenção para as possibilidades que existem no emprego dessa nova tecnologia”, disse Borschberg em entrevista ao Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado.
A primeira decolagem esta programada para ocorrer no Oriente Médio e a aeronave seguirá o trajeto na direção de oeste para leste, sempre no Hemisfério Norte. Escolhemos o Hemisfério Norte porque, diferentemente o Hemisfério Sul, há mais terra em relação à agua, ou seja, é mais fácil controlar uma situação imprevisível, disse Borschberg.
Já a escolha do Oriente Médio como ponto de partida foi porque os pilotos pretendem voar antes do início das monções, chuvas torrenciais, especialmente de junho a agosto, que atingem o sul e o sudeste da Ásia. O Solar Impulse 2 vai sobrevoar esta região e aterrissar na China. “Lá vamos estudar com detalhes as condições do tempo porque faremos a perna mais longa da viagem, provavelmente até o Havaí”.
Borschberg disse que serão cinco dias e cinco noites na travessia do Oceano Pacífico. No total a viagem levará de dois a três meses. “Em termos de dias de voo serão 20.” No restante do tempo, a aeronave ficará em exposição, por cerca de dez dias, nos locais em que aterrissar.
Baterias
Para realizar a viagem, Borschberg e Piccard vão voar em um avião que lembra um planador, embora em proporções bem diferentes. Da ponta de uma asa à outra são 72 metros, praticamente a envergadura de um Boeing 747. O peso, porém, é praticamente duas vezes ao de um carro popular, ligeiramente acima de duas toneladas.
O esqueleto do avião é composto por fibra de carbono. Leve e feito para planar, a aeronave precisa apenas de 120 metros de pista para aterrissar ou decolar. A velocidade média do equipamento é de 70 km/h, alcançada por quatro motores de 15 cavalos de potência cada um.
Em cima das asas, 18.000 células solares captam a luz, transformada em energia, é armazenada por uma bateria de 600 quilos, a fim de manter o avião em funcionamento durante a noite. Borschberg disse que a bateria dura cerca de dez horas após ser totalmente carregada. Ele explicou que, para conseguir atravessar a noite voando, precisa gerenciar o uso da energia.
Economia
Segundo o piloto, para isso, é preciso ir a uma altitude de 9.000 metros e, a partir dali, desligar a energia e ficar planando, por cerca de quatro horas, até chegar a 3.500 metros, quando a energia volata a ser acionada. “São dez horas de bateria mais quatro planando. É assim que se voa à noite.”
Além dessa, há diversas outras curiosidades em relação ao Solar Impulse. A aeronave só tem espaço para uma pessoa, ou seja, os pilotos vão se revezar nos pontos de parada da viagem. E isso causa outra dúvida. Como ficar cinco dias cruzando o Oceano Pacífico? Borschberg explicou que, durante essa travessia, o piloto só poderá tirar cochilos de 20 minutos, momento em que o sistema opera nas características de um piloto automático. Desta vez, porém, a viagem será acompanhada por uma mensagem: a de que energias limpas precisam ser promovidas. Em cada etapa da viagem, os pilotos visitarão escolas e darão palestras.
Ninguém na equipe do Solar Impulso acredita que a instalação de painéis solares nos aviões aconteça no curto prazo. Mas pesquisadores apostam que a energia pode ser a principal fonte de abastecimento de eletricidade em 2050.
Em menos de dez anos, os painéis solares tiveram uma redução de 70% nos seus custos e, até 2020, a previsão é de que caiam pela metade. Instituições financeiras como o Deutsche Bank chegam a estimar que o preço da energia solar se equipare ao do gás em mais da metade do mundo antes de 2020.
Em alguns países europeus, a previsão é de que essa energia possa competir com o gás em 2017. Nos Estados Unidos, os empregos gerados pela energia solar já superam os do setor do carvão.
Na China, empresas se apressam para competir em um mercado que promete movimentar bilhões graças aos subsídios estatais em diversas partes do mundo.
Não por acaso, o projeto dos dois pilotos suíços é financiado também por governos e monarcas, como o príncipe Albert de Monaco, os Emirados Árabes, mas também por empresários, como Richard Branson, e personalidades, como Al Gore.
'Há 16 anos eu tive esse sonho de voar pelo mundo sem combustível e apenas em energia solar. Agora, vamos realizar isso', disse Piccard, antes de embarcar.
Avião solar inicia volta ao mundo. (OESP)

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