Produção
com óleo de cozinha usado entra em fase experimental no DF
A
primeira usina do DF que utilizará o óleo e gorduras residuais (OGRs) para a
produção de biodiesel encontra-se em etapa final de construção e terá
capacidade de transformar até mil litros dessa matéria-prima em combustível por
dia. Em fase experimental no mês de abril, a fábrica terá produção inicial
estimada em 250 litros diários a partir de óleo de cozinha usado. A iniciativa
partiu da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) em parceria com a
Embrapa Agroenergia, com recursos da Agência Brasileira de Inovação (Finep).
Batizado
de projeto Biguá, ele surgiu depois que a Caesb começou a sentir no orçamento
os transtornos causados pelo descarte incorreto do óleo de cozinha. Como são
resíduos, os responsáveis decidiram denominá-la biguá — pequeno corvo com penas
pretas e brancas e que tem os pântanos como habitat.
Além
dos impactos ambientais, o resíduo do óleo de fritura jogado nos ralos de pia e
vasos sanitários representa 30% dos gastos do órgão com a manutenção da rede.
Cada litro derramado de forma indevida encarece R$ 0,25 no tratamento de
esgoto. Atualmente, são despejados quase 12 milhões de litros de óleo todos os
anos na rede do DF.
O
programa de caráter socioambiental da Caesb passou a oferecer endereços para
descarte do óleo. No início, o material recolhido era encaminhado às
cooperativas e às associações de moradoras do Varjão, que transformavam a
gordura em detergente e sabão, mas a coleta extrapolou as expectativas fazendo
nascer a ideia da usina.
O
engenheiro ambiental da Caesb e responsável pelo projeto, Carlo Renan Cáceres
de Brites, disse que o biodiesel produzido no DF abastecerá, em breve, a frota
do próprio órgão e dos parceiros do Biguá: a Embrapa Agroenergia e a Finep.
Será
ainda utilizado para o funcionamento dos geradores responsáveis pelo tratamento
de esgoto da capital. O processo gera outro subproduto, a glicerina, muito
utilizada na fabricação de sabão, segundo Cáceres de Brites: "Temos um
projeto em andamento para encaminhar esse material."
Atualmente,
são coletados de 800 a mil litros de óleo por mês, mas a estimativa do
engenheiro ambiental é que esse volume chegue a 150 mil litros. "Estamos
realizando constantemente um trabalho de conscientização da população, pois o
descarte do óleo de cozinha é uma ação que ainda gera dúvidas", esclareceu
Cáceres de Brites. "Jogar o produto na pia da cozinha ou no vaso sanitário
causam um grande problema nas redes de esgoto."
Descarte
consciente
O
processo para o armazenamento do óleo em casa é simples. Após utilizar o
produto, a pessoa deve aguardar alguns minutos até o total resfriamento.
Depois, basta depositá-lo em recipientes plásticos descartáveis — como os
utilizados para armazenar amaciante de roupa, de água sanitária ou até mesmo
garrafas PET. Esses vasilhames devem ser encaminhados aos 19 pontos de entrega
voluntária.
Para
volumes acima de 10 litros, a Caesb coletará no local. Bares, condomínios,
indústrias, restaurantes ou similares podem se cadastrar como parceiros do
projeto por meio do telefone (61) 3214-7989 ou pelo e-mail O
endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa
ativar o JavaScript enabled para vê-lo.">projetobigua@caesb.df.gov.br.
(biodieselbr)
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