Projetos devem entrar em operação no segundo
semestre
O Ministério de Minas e Energia (MME) quer acionar
os primeiros painéis solares flutuantes no próximo semestre. Em 60 dias, disse
o ministro Eduardo Braga, serão definidos os detalhes da empreitada, que deve
começar por Balbina, instalada no Estado de origem de Braga. "Até
setembro, o projeto deve estar em operação", comentou.
Ironicamente, os painéis solares poderão cumprir uma
promessa que a hidrelétrica de Balbina nunca conseguiu: geração sustentável de
energia elétrica.
Fruto de um projeto de engenharia irresponsável,
Balbina foi construída nos anos 80 pelo governo militar, para avançar sobre a
Amazônia.
"Até setembro, o projeto deve estar em
operação", disse o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
Instalada em uma região isolada do município de
Presidente Figueiredo, há 190 km de Manaus, a usina da Eletronorte é
considerada um dos maiores desastres ambientais do planeta. Para gerar
desprezíveis 250 megawatts (MW), potência que nem sequer consegue atender a
demanda atual de Manaus, a usina deixou debaixo d'água 2.360 km2 de
mata virgem, uma área equivalente à das cidades de São Paulo e de Campinas.
Passados 25 anos desde que sua barragem foi concluída, o lago de Balbina ainda
armazena aproximadamente 6,8 milhões m3 de madeira submersa, segundo
o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
No caso da hidrelétrica de Sobradinho, a fonte solar
pode ajudar a complementar a geração de 1.050 MW para o Nordeste do País.
Responsável por 58% do consumo de energia da região, a represa construída 40
anos atrás no Rio São Francisco está hoje com apenas 18% de sua capacidade
total de armazenamento. Sobradinho engoliu uma área de 4,2 mil km2 na
Bahia. Cobrir essa área com boias solares seria o mesmo que instalar painéis em
cima de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São
Paulo. (OESP)
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