Projeto-piloto de geração de energia solar em
reservatórios começa em 120 dias.
Painéis fotovoltaicos flutuantes, instalados em dois
reservatórios de água na cidade de Kato, na prefeitura de Hyogo, Japão.
Dentro de 120 dias, o
Ministério de Minas e Energia pretende dar início aos testes do projeto-piloto
de geração de energia solar em reservatórios de hidrelétricas. Em entrevista
coletiva, em 27/03/15 na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan), o ministro Eduardo Braga disse que a ideia é ter uma política pública
de financiamento para esses projetos na Região Sudeste, “no segundo semestre
deste ano”.
A nova tecnologia usa
flutuadores com placas solares e está sendo adotada na Europa e Estados Unidos.
O ministro ressaltou, entretanto, que a Europa não dispõe de grandes
hidrelétricas. “Estão fazendo isso em pequenos reservatórios de água para usos
múltiplos.”
No Brasil, a ideia é testar a
tecnologia nos grandes reservatórios. O primeiro deles será o da Usina
Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Braga considera Balbina o reservatório
mais favorável, porque tem grande área alagada com reduzida geração de energia.
“Temos uma ociosidade de subestação e de linhas de transmissão com circuito
duplo. Nós vamos fazer lá os primeiros 350 megawatts (MW) testados.”
Para isso, o ministério está
em conversação com a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, que é proprietária
da usina, tratando da questão da licença ambiental. A iniciativa requer também
a constituição de uma sociedade de propósito específico com os detentores da
tecnologia para dar início à experiência piloto.
Braga disse que o custo nos
leilões de energia fotovoltaica tem ficado entre R$ 190 e R$ 210 o megawatt. A
expectativa do ministro é que o custo da energia solar com os flutuadores fique
um pouco mais alto, entre R$ 220 a R$250 o megawatt, em função do custo adicional
dos flutuadores. “Esse é um projeto pioneiro, que nós precisamos testar.”
A vantagem, destacou o
ministro, é que a energia será captada dentro dos reservatórios, usando
subestações e linhas que já existem. “Portanto, teremos uma resposta de geração
muito rápida”. Ele aposta que haverá ganho de eficiência e salientou que, só
nos reservatórios da Região Sudeste, o potencial de produção de energia solar
atinge 15 mil MW, dentro das hidrelétricas. “É mais que uma [Usina de] Itaipu
para o Brasil”, disse. A capacidade de geração em Balbina alcança 3 mil MW. O
projeto-piloto será 350 MW. (ecodebate)
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