Aterro sanitário no Ceará começa a produzir biogás
gerado pelo lixo
Com
características semelhantes ao gás natural, o biometano vai começar a ser
produzido no Ceará a partir do Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia
(Asmoc), localizado na Região Metropolitana de Fortaleza. O projeto, batizado
de Gás Natural Renovável Fortaleza (GNR Fortaleza), é uma parceria do governo
do estado e da prefeitura de Fortaleza com empresas privadas.
A
primeira etapa da usina foi inaugurada em 11/04/16, com a ligação do sistema
que trata os gases oriundos do lixo. O diretor da Ecometano, uma das empresas
participantes do projeto, Márcio Schittini, explica que estão instalados nessa
primeira fase cerca de 150 drenos verticais e horizontais nas áreas do aterro
para a captação dos gases (serão 200 ao todo), que serão direcionados a uma
unidade de tratamento dos gases onde ocorrerá a produção do biometano.
Segundo
ele, a GNR Fortaleza vai começar produzindo 70.000 m³ de biometano por dia,
podendo chegar até 150 mil m³/dia, fazendo do aterro o segundo maior produtor
do biogás no Brasil (o primeiro é Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, que tem
capacidade instalada para produzir 240 mil m³ do biogás por dia).
“Num
primeiro momento, o gás terá uso industrial. Em seguida, chegará nas casas, nos
táxis e, se almejarmos algo mais positivo, esse gás pode substituir o diesel
usado nas frotas de ônibus e de caminhões de coleta.” A usina deve ficar pronta
até o fim de 2017 e a primeira fase tem investimento de R$ 100 milhões.
Os
exemplos descritos por Schittini serão alcançados a partir da segunda etapa do
projeto, que inclui a construção de gasodutos que vão distribuir o biometano.
Essa parte está sob responsabilidade do Governo por meio da Companhia de Gás do
Ceará (Cegás), que explora o gás canalizado no estado.
Segundo o presidente da companhia, Antônio Cambraia, o biometano já tem como primeiro cliente uma indústria de cerâmica, que deverá consumir toda a produção inicial (70 m³/dia). Ele informa que será aberta neste mês licitação para a obra, com prazo de conclusão em 18 meses e investimento estimado em R$ 22 milhões. “No futuro, esse gasoduto vai se inserir na rede de gás da companhia e todos os segmentos poderão utilizar o gás produzido no aterro.”
Segundo o presidente da companhia, Antônio Cambraia, o biometano já tem como primeiro cliente uma indústria de cerâmica, que deverá consumir toda a produção inicial (70 m³/dia). Ele informa que será aberta neste mês licitação para a obra, com prazo de conclusão em 18 meses e investimento estimado em R$ 22 milhões. “No futuro, esse gasoduto vai se inserir na rede de gás da companhia e todos os segmentos poderão utilizar o gás produzido no aterro.”
Embora
o biometano não esteja sendo aproveitado como produto nesta primeira fase, o
diretor de serviços ambientais da Marquise, outra empresa parceira, Hugo Nery,
ressalta que o processo inaugurado hoje já provoca um impacto positivo.
“O
gás captado aqui ainda não está sendo aproveitado da forma como é previsto no
projeto, mas já não está poluindo o ambiente da forma original porque o estamos
transformando em CO2, que é 25 vezes menos poluente que o metano.”
Márcio
Schittini destaca que a produção de biometano vai além da vida útil do aterro
sanitário. “O biogás continua sendo produzido por muitos anos depois que o
aterro acaba. O projeto tem uma vida útil, mas o planejamos para durar, pelo
menos, 30 anos.”
O
Asmoc recebe mais de 5 mil toneladas por dia de resíduos sólidos oriundos de
Fortaleza e Caucaia. A área do aterro está em expansão e, após a conclusão do
processo, deverá ter vida útil de 17 anos e seis meses. (ecodebate)
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