Movimento Liberte-se dos
Combustíveis Fósseis: Termelétricas são o que há de pior para as pessoas e o
clima
O
movimento global LIBERTE-SE DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS realiza no Ceará em
14/05/16, uma grande manifestação contra as termelétricas e a política
energética do governo brasileiro que insiste em investir nessa modalidade
indústria fóssil, poluente, injusta e altamente consumidora de água.
A
ação no Ceará será na comunidade tradicional de Bolso pertencente ao território
indígena Anacé e uma das que foi mais impactada pela indústria termelétrica e
pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A articulação local está a cargo
dos integrantes do Fórum Ceará no Clima, que integra o movimento LIBERTE-SE que
está sendo organizado no país pela 350.org Brasil e América Latina, COESUS –
Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade – e movimentos sociais e
climáticos.
ASSISTA O
VÍDEO DA AÇÃO DO LIBERTE-SE NO CEARÁ
“Estamos
travando uma batalha justa pelo fim dos fósseis, que irá trazer benefícios para
as pessoas e para o clima com geração e energia renovável, sem prejudicar o
desenvolvimento econômico e o progresso. Queremos crescer, mas sem poluir,
respeitando a natureza, as pessoas e todos os seres vivos”, afirma a diretora
da 350.org Brasil e América Latina, Nicole Figueiredo de Oliveira.
Segundo
o professor da Universidade Estadual do Ceará, PhD em Ciências Atmosféricas
Alexandre Araújo Costa, a expectativa é que haja a participação de pessoas de
cerca de 20 municípios, além de Fortaleza, incluindo localidades que sofrem com
diferentes impactos da mudança climática e da exploração dos combustíveis
fósseis, como Crateús e Santa Quitéria, no sertão, e Aracati e Paracuru, no
litoral.
“Vamos
reunir representantes destas e outras comunidades que são fortemente atingidas
pelas secas ou pelo avanço do mar na zona costeira, bem como de comunidades
indígenas e pescadores, estudantes universitários e secundaristas,
ambientalistas, acadêmicos e muitos outros segmentos”, garante o professor.
Muitos dos que participarão na ação atuam em movimentos como o Coletivo
Agroflorestar, Povo Anacé, Ecosurf, RUA Juventude Anticapitalista, SOS Cocó,
Jangu Ambiental, entre outros apoiadores.
Não
a termelétricas
Usina
Termelétrica de Pecem
Ainda
de acordo o professor, a partir dessa concentração, os manifestantes
protestarão contra os enormes impactos da termelétrica: Emissões gigantescas de
CO2 (mais do dobro de todos os automóveis particulares do estado);
consumo de uma quantidade colossal de água (70 milhões de litros diários,
suficientes para abastecer meio milhão de pessoas); liberação de pó de carvão a
partir da esteira transportadora, provocando doenças respiratórias e de pele na
região, entre outros impactos.
As
populações que vivem no entorno da Termelétrica de Pecém sofrem os impactos
gerados pela atividade da indústria fóssil. O carvão utilizado na geração de
energia é transportado de navio da Colômbia até o Porto de Pecém.
Pela
esteira, a matéria-prima ‘viaja’ 13 quilômetros numa esteira, fazendo com que o
pó de carvão se espalhe e provoque doenças respiratórias e de pele em quem
encontra pelo caminho. “Até chegar às caldeiras da termelétrica, onde, ao final
desses mesmos dois anos, terá virado CO2 numa quantidade
impressionante. A mesma que seria lançada na atmosfera se 15 Parques do Cocó
fossem inteiramente queimados”, compara e acrescenta: Tudo para gerar apenas
331 empregos, produzir a eletricidade mais cara e suja de todas e enriquecer um
punhado de bilionários. “E uma aberração que precisa ser combatida”.
O
Ceará tem grande potencial para geração de energia renovável, como a solar e
eólica. Mesmo assim, o governo estadual tenta aprovar na Assembleia Legislativa
projeto de lei para isentar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) para novas termelétricas no estado. “Vamos resistir e impedir
que o Ceará se transforme no paraíso dos combustíveis fósseis”, finaliza Alexandre
Araújo Costa. (ecodebate)
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