sexta-feira, 20 de maio de 2016

Termelétricas são o que há de pior para as pessoas e o clima

Movimento Liberte-se dos Combustíveis Fósseis: Termelétricas são o que há de pior para as pessoas e o clima
O movimento global LIBERTE-SE DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS realiza no Ceará em 14/05/16, uma grande manifestação contra as termelétricas e a política energética do governo brasileiro que insiste em investir nessa modalidade indústria fóssil, poluente, injusta e altamente consumidora de água.
A ação no Ceará será na comunidade tradicional de Bolso pertencente ao território indígena Anacé e uma das que foi mais impactada pela indústria termelétrica e pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A articulação local está a cargo dos integrantes do Fórum Ceará no Clima, que integra o movimento LIBERTE-SE que está sendo organizado no país pela 350.org Brasil e América Latina, COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade – e movimentos sociais e climáticos.
ASSISTA O VÍDEO DA AÇÃO DO LIBERTE-SE NO CEARÁ
“Estamos travando uma batalha justa pelo fim dos fósseis, que irá trazer benefícios para as pessoas e para o clima com geração e energia renovável, sem prejudicar o desenvolvimento econômico e o progresso. Queremos crescer, mas sem poluir, respeitando a natureza, as pessoas e todos os seres vivos”, afirma a diretora da 350.org Brasil e América Latina, Nicole Figueiredo de Oliveira.
Segundo o professor da Universidade Estadual do Ceará, PhD em Ciências Atmosféricas Alexandre Araújo Costa, a expectativa é que haja a participação de pessoas de cerca de 20 municípios, além de Fortaleza, incluindo localidades que sofrem com diferentes impactos da mudança climática e da exploração dos combustíveis fósseis, como Crateús e Santa Quitéria, no sertão, e Aracati e Paracuru, no litoral.
“Vamos reunir representantes destas e outras comunidades que são fortemente atingidas pelas secas ou pelo avanço do mar na zona costeira, bem como de comunidades indígenas e pescadores, estudantes universitários e secundaristas, ambientalistas, acadêmicos e muitos outros segmentos”, garante o professor. Muitos dos que participarão na ação atuam em movimentos como o Coletivo Agroflorestar, Povo Anacé, Ecosurf, RUA Juventude Anticapitalista, SOS Cocó, Jangu Ambiental, entre outros apoiadores.
Não a termelétricas
Usina Termelétrica de Pecem
Ainda de acordo o professor, a partir dessa concentração, os manifestantes protestarão contra os enormes impactos da termelétrica: Emissões gigantescas de CO2 (mais do dobro de todos os automóveis particulares do estado); consumo de uma quantidade colossal de água (70 milhões de litros diários, suficientes para abastecer meio milhão de pessoas); liberação de pó de carvão a partir da esteira transportadora, provocando doenças respiratórias e de pele na região, entre outros impactos.
As populações que vivem no entorno da Termelétrica de Pecém sofrem os impactos gerados pela atividade da indústria fóssil. O carvão utilizado na geração de energia é transportado de navio da Colômbia até o Porto de Pecém.
Pela esteira, a matéria-prima ‘viaja’ 13 quilômetros numa esteira, fazendo com que o pó de carvão se espalhe e provoque doenças respiratórias e de pele em quem encontra pelo caminho. “Até chegar às caldeiras da termelétrica, onde, ao final desses mesmos dois anos, terá virado CO2 numa quantidade impressionante. A mesma que seria lançada na atmosfera se 15 Parques do Cocó fossem inteiramente queimados”, compara e acrescenta: Tudo para gerar apenas 331 empregos, produzir a eletricidade mais cara e suja de todas e enriquecer um punhado de bilionários. “E uma aberração que precisa ser combatida”.
O Ceará tem grande potencial para geração de energia renovável, como a solar e eólica. Mesmo assim, o governo estadual tenta aprovar na Assembleia Legislativa projeto de lei para isentar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para novas termelétricas no estado. “Vamos resistir e impedir que o Ceará se transforme no paraíso dos combustíveis fósseis”, finaliza Alexandre Araújo Costa. (ecodebate)

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