segunda-feira, 22 de maio de 2017

'Prédio verde' é opção mais lucrativa a longo prazo

'Prédio verde' é opção mais lucrativa a longo prazo, diz diretor de ONG.
No país há 10 anos, a GBC Brasil (Green Building Council), ONG responsável por certificar prédios sustentáveis com o selo Leed (Liderança em Energia e Projeto Ambiental, na sigla em inglês), já concedeu a chancela a mais de 400 edifícios; número que colocou o país na quarta posição entre as 165 nações onde o World Green Building Council atua.
Entre 8 e 10 de agosto/17, a organização realiza a 8° Green Building Brasil Conferência Internacional e Expo, na São Paulo Expo, com a expectativa de receber 20 mil pessoas.
Em entrevista, Felipe Faria, diretor da GBC Brasil, comenta os principais avanços e desafios dos prédios sustentáveis no país e defende esse tipo de construção como o mais lucrativo a longo prazo. Veja os principais trechos.
Folha - O que é um prédio sustentável na concepção da GBC Brasil?
Felipe Faria - É um edifício que maximiza os ganhos econômicos ao mesmo tempo em que mitiga os impactos socioambientais negativos, reduz o uso de recursos naturais e melhora a qualidade de vida e o bem-estar de quem o ocupa. Para isso, todas as fases da vida do edifício devem ser pensadas: dos impactos para o entorno durante a construção à conscientização dos ocupantes, porque no final das contas quem aciona a válvula de descarga ou faz mau uso da eletricidade é o usuário.
A maior parte dos prédios certificados com o selo Leed é de corporativos. Por que é mais difícil levar esse conceito para edifícios residenciais?
Uma mudança de foco para a sustentabilidade passa pela comprovação de que é possível alinhar ganhos sociais, ambientais e econômicos. Crescemos no segmento de prédios corporativos porque os investidores notaram resultados positivos como a maior velocidade de ocupação e a melhor retenção do cliente.
A maior barreira no setor residencial é a percepção do valor. O acréscimo de custo na construção de um prédio sustentável é de até 6%, mas os benefícios da eficiência, com a economia de recursos, são muito maiores. Quando o proprietário receber essa mensagem conseguiremos aumentar a demanda no setor.
Os prédios autossuficientes em energia são uma tendência. Como o GBC Brasil trata esses edifícios?
A World Green Building Council convidou a GBC Brasil e nove outros conselhos nacionais para liderar a criação de uma nova certificação para esses edifícios. Com o apoio do Instituto Clima e Sociedade, criamos um comitê multidisciplinar e pretendemos finalizar o protocolo até junho deste ano. Ele deve ser algo complementar ao selo Leed. (cte)
 

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