Os carros elétricos estão com o pé na tábua – e
isto já não é a opinião das montadoras apenas. A Total, uma das maiores
companhias de petróleo do mundo, declarou que os elétricos devem corresponder a
quase um terço das vendas de carros novos até o fim da próxima década.
Com a ascensão dos veículos a bateria, a demanda
por combustíveis derivados de petróleo terá seu pico na década de 2030. Ao
menos é nisto que acredita Joel Couse, economista-chefe da Total, que discursou
numa conferência organizada pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF), em Nova
York. Os elétricos representarão entre 15% e 30% dos novos veículos até 2030,
após o que “a demanda de combustíveis irá se estagnar”, afirmou Couse, ou
“talvez até declinar”.
Trata-se da mais otimista projeção para os carros
elétricos já feita por um representante de alguma gigante do setor de petróleo,
superando as previsões da própria BNEF, segundo Colin McKerracher,
analista-chefe de transportes avançados da entidade. “É muita coisa. É de longe
a [previsão para os elétricos] mais agressiva que já se viu por parte de alguma
das grandes”, diz.
Outras empresas do setor vêm ajustando suas
previsões de longo prazo para a demanda de petróleo. Ben van Beurden, da Royal
Dutch Shell, afirmou em março que essa demanda deve chegar ao ápice na reta
final da década de 2020. A empresa criou uma nova divisão de negócios destinada
a identificar setores onde as tecnologias limpas provavelmente serão mais
lucrativas.
Os elétricos estão começando a competir com os
modelos a gasolina, tanto em termos de preço como de performance. A bateria é o
componente mais caro de um veículo elétrico, podendo representar metade do
custo total, segundo a BNEF. Os primeiros elétricos que conseguiram competir de
igual para igual em matéria de preço foram modelos de luxo, com destaque para o
Model S, da Tesla, que é hoje o mais vendido da categoria nos Estados Unidos.
Mas o custo das baterias vem caindo numa base de
20% ao ano, e as montadoras estão investindo bilhões para eletrificar suas
frotas. A Volkswagen projeta que 25% de suas vendas sejam de elétricos até
2025. Já a Toyota tem planos para encerrar as operações com combustíveis
fósseis até 2050.
Atualmente, os carros elétricos representam em
torno de 1% das vendas globais, mas as montadoras tradicionais estão se
preparando para a revolução. A Volks pretende entrar forte na briga em 2018,
com um Audi SUV elétrico e a primeira rede de recarga de alta velocidade dos
Estados Unidos, para competir com as estações Supercharger da rival Tesla,
capazes de recarregar um veículo em menos de uma hora. A Tata Motors, com o
Jaguar, e a Volvo também estão preparando modelos promissores, e em algum
momento até 2020 devemos testemunhar uma verdadeira avalanche, com
Mercedes-Benz, Volks, GM e outras colocando dezenas de novos modelos no
mercado.
(biodieselbr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário