quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Energia solar fotovoltaica flutuante em parques de Curitiba

Projeto de Lei prevê instalação de energia fotovoltaica flutuante em parques de Curitiba.
Iniciativa do vereador Bruno Pessuti (PSD) propõe que a prefeitura estabeleça recursos para a instalação dessas estruturas por meio de concessão, parcerias ou convênios.
Tramita na Câmara Municipal de Curitiba o projeto de lei do vereador Bruno Pessuti (PSD) que propõe a instalação de placas fotovoltaicas flutuantes nos parques do município. Pela proposta, o poder público pode conseguir recursos para a instalação dessas estruturas por meio de concessão, parcerias ou convênios.
Segundo Pessuti (PSD), que é engenheiro mecânico e professor de energias renováveis para o curso de engenharia ambiental na Unifaesp (Faculdade Anchieta de Ensino Superior do Paraná), a utilização de placas fotovoltaicas flutuantes já é feita em países como Inglaterra e Japão e é utilizado no Brasil na Barragem de Sobradinho (BA). “No caso de lagos como o do Barigui, que tem o objetivo principal de ajudar a conter enchentes, poderia ser aproveitado para a implantação desse sistema e gerar mais de 150.000 KW/h em uma planta com 1 hectare de área”, explica.
Ele acrescenta que, apesar de Curitiba não contar com muitos dias de sol, a capacidade de geração de energia fotovoltaica é superior aos melhores lugares da Alemanha, por exemplo. “Temos índices médios de radiação solar maiores do que a média de países europeus que utilizam essa fonte de energia há muito tempo. As temperaturas mais baixas também potencializam o desempenho do sistema, o que é outra vantagem da cidade”, argumentou.
O vereador lembrou que em outubro deste ano foi inaugurada a Central Geradora Hidrelétrica no parque Barigui para aproveitar a queda d’água existente no local. “Em sequência disso, poderia ser utilizado o potencial solar existente. Por se tratar de um grande lago municipal, é possível destinar uma área dele para a instalação de painéis em suportes flutuantes que irão gerar muita energia e ajudar a reduzir os custos de prefeitura com energia elétrica em longo prazo. Estima-se que investimentos como esse têm um retorno financeiro em seis anos e uma durabilidade de no mínimo 25 anos.”
No dia 7 de outubro, o projeto começou a tramitar oficialmente na Câmara de Curitiba. Após a matéria receber uma instrução técnica da Procuradoria Jurídica ela segue para as comissões temáticas do Legislativo. Durante a análise dos colegiados, podem ser solicitados estudos adicionais, juntada de documentos faltantes, revisões no texto ou o posicionamento de outros órgãos públicos afetados por seu teor. Depois de passar pelas comissões, a matéria segue para o plenário e, se aprovada, para a sanção do prefeito para virar lei.
O Governo Federal inaugurou, em agosto, a primeira etapa da usina solar fotovoltaica flutuante, instalada pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) no reservatório de Sobradinho, na Bahia, com capacidade de gerar de 1 MWp de energia.
No total, a usina flutuante conta com 3.792 módulos fotovoltaicos, instalados em uma área total de 11 mil metros quadrados e uma potência de geração de 1 MWp. Fixada ao fundo do lago por cabos, conta com material próprio para suportar o peso dos geradores solares e dos trabalhadores que atuam na construção e manutenção.
Com essa experiência, o Governo Federal espera expandir a instalação de painéis solares em espelhos da água, para atrair investimentos privados e promover leilões de geração de energia renovável na área de transposição do Rio São Francisco. Segundo os ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento Regional, é possível garantir recursos para o bombeamento das águas do rio, que hoje custam R$ 300 milhões por ano, com a elevação do potencial energético compreendido pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco, estimado em 3,5 GW.
A novidade no Brasil deve servir de modelo para o uso das placas solares ao longo dos 477 quilômetros canais de transposição, aquedutos e reservatórios. Além de gerar energia, as placas devem ajudar a reduzir a evaporação da água. As placas também podem ser implantadas nas laterais do canal. (portalsolar)

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