Agropecuária
e Sustentabilidade
País
tratou 8,7 vezes mais dejetos de bovinos e suínos de 2010 a 2019, superando
meta e reduzindo emissão de gases de efeito estufa.
Biodigestores
De
2010 a 2019, 38,3 milhões de m3 de dejetos animais no Brasil
foram tratados, superando em quase nove vezes a meta de 4,4 milhões de m3 definida
no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Nesse período,
o tratamento de dejetos animais resultou em 391 milhões de tCO2eq
(toneladas de dióxido de carbono equivalente) de mitigação de emissões de Gases
de Efeito Estufa (GEE), montante 57 vezes maior que a meta estipulada pelo
plano (6,9 milhões de tCO2eq).
Os
resultados do diagnóstico estão compilados na “Nota Técnica: Diagnóstico da
expansão da adoção da tecnologia de Tratamento de Dejetos Animais (TDA) no
território brasileiro entre 2010 e 2019”, disponível para download, e foram apresentados pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na Conferência das
Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 25), que ocorreu em Madri entre
2 e 13/12/2019.
Os
números referem-se ao tratamento de dejetos da suinocultura e da bovinocultura
por meio de biodigestores, que usam energeticamente o biogás e compostagem,
tecnologias que mitigam as emissões de GEE provenientes de dejetos dos animais.
Plataforma
Na
conferência, também foi lançada plataforma online para consulta de parte dos
dados chamada TDA-Map - Mapa Brasileiro de Sistemas de Tratamentos de Dejetos
Animais, desenvolvida em parceria com o Centro Internacional de Energias
Renováveis-Biogás (CIBiogás), e disponível aqui.
O
auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Sidney Medeiros, responsável por
apresentar os dados e a plataforma, destaca que a TDA-Map possibilita uma
verificação a mais do volume de dejetos tratados e de redução de emissões de carbono.
“Com acesso às informações, poderemos traçar estratégias, tanto do ponto de
vista de políticas públicas, como para ação de mercado”, afirma Sidney.
Ele
ressalta que com os dados do diagnóstico e ferramentas, como TDA-Map, é
possível observar que a estratégia de tratamento de dejetos animais, implantada
pelo Plano ABC, estão fomentando a expansão da pecuária sustentável no Brasil.
Outros dados
O
diagnóstico também apontou que a maioria dos sistemas de tratamento teve
financiamento de linhas como Inovagro e Programa ABC, com recursos públicos. O
Plano ABC, do Mapa, estabeleceu a criação de uma linha de financiamento
dedicada às tecnologias preconizadas pelo plano (o Programa ABC).
Outra
conclusão é que a biodigestão, aplicada para tratar 90% do volume de dejetos
animais entre 2010 e 2019, teve grande crescimento devido ao uso energético do
biogás e às condições econômicas-políticas-institucionais que favoreceram o
desenvolvimento do setor. No início de 2010, havia 26 biodigestores que usavam
o biogás produzido para gerar energia elétrica, térmica ou veicular, que juntos
tratavam anualmente 1 milhão de m³ de dejetos animais e mitigavam a emissão de
GEE em 3,3 milhões de tCO2eq por ano. No final de 2019, foram registrados 371
biodigestores, responsáveis pelo tratamento de 14,5 milhões de m³ de dejetos
animais por ano e mitigando 158,8 milhões de tCO2eq por
ano. Nesse caso, o aumento da quantidade anual de GEE mitigados pelo
tratamento de dejetos animais no país foi de 48 vezes.
De
acordo com as especialistas em biogás, que realizaram o estudo junto ao Mapa,
Leidiane Ferronato Mariani e Gladis Backes Bühring, a necessidade de “garimpar
dados” em bancos de dados públicos e com associações, fornecedores de serviços
e equipamentos e outras instituições foi o ponto mais desafiador do
diagnóstico.
Compostagem
A
metodologia aplicada foi desenvolvida por Leidiane durante o doutorado, por
meio de um projeto de pesquisa e desenvolvimento do CIBiogás. Com a cooperação
entre o centro e o Mapa, foi possível aperfeiçoar a aplicação e obter
informações mais precisas e abrangentes. No entanto, acredita-se que a taxa de
tratamento de dejetos por biodigestores (com uso energético do biogás e de
compostagem) seja ainda maior que os dados coletados.
Sistema
O
TDA-Map foi desenvolvido com base no BiogasMap, sistema criado pelo Centro
Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) em parceria com outras
instituições, em 2015, para mapear e registrar as plantas de biogás existentes
no país e o modo de aplicação - térmica, elétrica ou veicular.
Biodigestores
Tratamento
de dejetos da suinocultura e da bovinocultura por meio de biodigestores, que
usam energeticamente o biogás e compostagem, tecnologias que mitigam as
emissões de gases de efeito estufa provenientes dos dejetos dos animais.
“O
TDA-Map permite a visão estratégica do cenário de tratamento de dejetos no
Brasil.O diferencial é que ele traz o avanço da quantidade de unidades que
possuem tratamento de dejetos animais e a consolidação desses dados em
forma de relatórios gratuitos”, afirma Rodrigo Pastl, responsável pela área de
Sistemas Inteligentes e Ciências de Dados do CIBiogás. (agricultura.gov)
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