domingo, 2 de fevereiro de 2020

1 milhão de pessoas está sem energia elétrica na Amazônia

Quase 1 milhão de pessoas está sem energia elétrica na Amazônia, diz estudo.
Instituto de Energia e Meio Ambiente poderá planejar soluções para universalização da energia elétrica na região
Uma análise inédita feita pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) aponta que 990.103 brasileiros não têm energia elétrica na Amazônia Legal. O estudo, com metodologia analítica georreferenciada, foi desenvolvido para estimar e acompanhar a evolução desse número, em diferentes demarcações territoriais e classes populacionais como povos indígenas, extrativistas, quilombolas e assentados. Dessa maneira, é possível planejar o montante de recursos para suprir o problema.
“A partir desse resultado, poderemos dimensionar o período em que se quer atingir a universalização da energia elétrica na Amazônia e como ir além do acesso à energia para o bem-estar social ao promover também as atividades produtivas comunitárias”, explica Pedro Bara, pesquisador sênior do IEMA.
IEMA faz parte de uma rede de instituições (que também inclui Absolar, Charles Stewart Mott Foundation, COIAB, Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Energia Para Vida, FOIRN, Greenpeace, Instituto Clima e Sociedade, IEE-USP, Instituto Saúde e Alegria, Instituto Socioambiental e WWF) que discute soluções para os obstáculos à universalização do acesso à energia elétrica.
Em abril/2019 a rede publicou a “Carta aberta da Feira e Simpósio Energia & Comunidades, soluções energéticas para comunidades da Amazônia” com recomendações para resolver o problema da exclusão elétrica nas comunidades remotas da Amazônia.
Agora, os dados do IEMA vão contribuir com a superação dos obstáculos apontados pela rede ao propor um método de mapeamento atualizado da exclusão elétrica. O Instituto ainda tem a intenção de discutir o uso dessa metodologia com a rede, com o poder público e com empresas a partir dessa ferramenta de referência.
Para Vinicius de Sousa, pesquisador do IEMA, a vida das comunidades com o acesso à energia elétrica muda significativamente, permitindo a ampliação de atividades produtivas, além de trazer benefícios para armazenar vacinas, medicamentos e alimentos, bombeamento de água potável, iluminação para estudo noturno, uso de computadores em escolas, entre outros.
“Também deve respeitar pessoas ou comunidades que não querem ter acesso à energia elétrica. Porém, vale ressaltar que aqueles que gostariam de ter eletricidade, mas estão sem acesso ao serviço público de energia elétrica, passam por dificuldades relevantes diariamente”, destacou.
A pesquisa estima que 19% da população que vivem em Terras Indígenas na Amazônia estejam sem acesso à energia elétrica. Além disso, para a população que vive em Unidades de Conservação, esse número chega a 22% e, para assentados rurais, é de 10%.
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Antes do estudo do IEMA, a única base de estudo disponível era o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas esses dados não acompanhavam a evolução do atendimento com diferentes recortes territoriais.
Segundo a pesquisadora do IEMA, Camila Cardoso, as distribuidoras também têm dificuldade de realizar esses tipos de levantamentos, sendo custosos e demorados. “Agora, estimativas como essa tornam-se uma opção importante principalmente na fase de planejamento”, explica a pesquisadora do IEMA. (portalsolar)

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