Quase 1 milhão de pessoas está sem energia elétrica na Amazônia, diz
estudo.
Instituto de Energia e Meio
Ambiente poderá planejar soluções para universalização da energia elétrica na
região
Uma análise inédita feita
pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) aponta que 990.103 brasileiros
não têm energia elétrica na Amazônia Legal. O estudo, com metodologia analítica
georreferenciada, foi desenvolvido para estimar e acompanhar a evolução desse
número, em diferentes demarcações territoriais e classes populacionais como
povos indígenas, extrativistas, quilombolas e assentados. Dessa maneira, é
possível planejar o montante de recursos para suprir o problema.
“A partir desse resultado,
poderemos dimensionar o período em que se quer atingir a universalização da
energia elétrica na Amazônia e como ir além do acesso à energia para o
bem-estar social ao promover também as atividades produtivas comunitárias”,
explica Pedro Bara, pesquisador sênior do IEMA.
IEMA faz parte de uma rede de
instituições (que também inclui Absolar, Charles Stewart Mott Foundation,
COIAB, Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Energia Para Vida,
FOIRN, Greenpeace, Instituto Clima e Sociedade, IEE-USP, Instituto Saúde e
Alegria, Instituto Socioambiental e WWF) que discute soluções para os
obstáculos à universalização do acesso à energia elétrica.
Em abril/2019 a rede publicou
a “Carta aberta da Feira e Simpósio Energia & Comunidades, soluções
energéticas para comunidades da Amazônia” com recomendações para resolver o
problema da exclusão elétrica nas comunidades remotas da Amazônia.
Agora, os dados do IEMA vão
contribuir com a superação dos obstáculos apontados pela rede ao propor um
método de mapeamento atualizado da exclusão elétrica. O Instituto ainda tem a
intenção de discutir o uso dessa metodologia com a rede, com o poder público e
com empresas a partir dessa ferramenta de referência.
Para Vinicius de Sousa,
pesquisador do IEMA, a vida das comunidades com o acesso à energia elétrica
muda significativamente, permitindo a ampliação de atividades produtivas, além
de trazer benefícios para armazenar vacinas, medicamentos e alimentos,
bombeamento de água potável, iluminação para estudo noturno, uso de
computadores em escolas, entre outros.
“Também deve respeitar pessoas
ou comunidades que não querem ter acesso à energia elétrica. Porém, vale
ressaltar que aqueles que gostariam de ter eletricidade, mas estão sem acesso
ao serviço público de energia elétrica, passam por dificuldades relevantes
diariamente”, destacou.
A pesquisa estima que 19% da
população que vivem em Terras Indígenas na Amazônia estejam sem acesso à
energia elétrica. Além disso, para a população que vive em Unidades de
Conservação, esse número chega a 22% e, para assentados rurais, é de 10%.
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Antes do estudo do IEMA, a
única base de estudo disponível era o Censo Demográfico de 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas esses dados não acompanhavam
a evolução do atendimento com diferentes recortes territoriais.
Segundo a pesquisadora do
IEMA, Camila Cardoso, as distribuidoras também têm dificuldade de realizar
esses tipos de levantamentos, sendo custosos e demorados. “Agora, estimativas
como essa tornam-se uma opção importante principalmente na fase de
planejamento”, explica a pesquisadora do IEMA. (portalsolar)
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