sexta-feira, 30 de julho de 2021

Carros voadores serão realidade em 2030

Carros voadores serão realidade em 2030, diz Hyundai.

Fornecido por Go Outside

O chefe da Hyundai na Europa afirmou que os carros voadores serão uma realidade em cidades ao redor do mundo no ano de 2030. Segundo ele, os novos veículos vão ajudar a reduzir o congestionamento das cidades e as emissões de carbono.

Michael Cole, presidente-executivo das operações europeias da marca sul-coreana de automóveis, disse que a empresa fez “investimentos muito significativos” em mobilidade aérea urbana, de acordo com The Guardian.

Apesar de afirmar que falta algum tempo até que a empresa lance os carros voadores, Cole diz que a empresa acredita que “até o fina desta década, certamente, a mobilidade aérea urbana oferecerá uma grande oportunidade para liberar o congestionamento nas cidades, para ajudar com as emissões, seja a mobilidade intra-urbana no ar ou mesmo entre as cidades”.

O executivo da Hyundai disse em uma conferência do grupo Society of Motor Manufacturers and Traders que “é parte da nossa solução futura de oferecer saídas de mobilidade inteligentes e inovadoras”.

A multinacional de automóveis apresentou seu conceito de carro voador, desenvolvido em conjunto com a Uber, no Consumer Electronics Show em Las Vegas, a maior feira de tecnologia do mundo, em janeiro de 2020. Veja fotos do chamado S-a1:

Fornecido por Go Outside.

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Geração própria de energia solar ultrapassa ⅓ de Itaipu com 6 GW

Geração própria de energia solar ultrapassa um terço de Itaipu com 6 gigawatts.

A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 6 gigawatts/GW de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil, o que equivale a mais de de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica/ABSOLAR.

De acordo com a entidade, segmento promove enormes benefícios à população e já trouxe mais de R$ 30,6 bilhões em investimentos e 180 mil empregos acumulados no Brasil desde 2012.

Para a associação, o Projeto de Lei nº 5.829/2019, que cria o marco legal da modalidade, fortalecerá a segurança de suprimento elétrico em tempos de crise hídrica e bandeira vermelha na conta de luz.

De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 518 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 652 mil unidades consumidoras. São mais de R$ 30,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, que geraram mais 180 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.

Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 87 milhões de consumidores de energia elétrica do País, menos de 0,7% já faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.

Para a entidade, a aprovação pelo Congresso Nacional de um marco legal para a geração própria de energia renovável, como proposto no Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, fortalecerá a diversificação da matriz elétrica brasileira e a segurança de suprimento elétrico em tempos de crise hídrica e bandeira vermelha na conta de luz, decorrente do uso maciço de termelétricas fósseis. O PL nº 5.829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, garantirá em lei o direito do consumidor de gerar e utilizar a própria eletricidade, a partir de fontes limpas e renováveis.

Segundo a ABSOLAR, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5.300 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais (1.066 MW), São Paulo (752 MW), Rio Grande do Sul (743 MW), Mato Grosso (450 MW) e Paraná (341 MW).

“A geração própria de energia solar ajuda a economizar água dos reservatórios das hidrelétricas do País e reduz o uso de termelétricas fósseis, caras, poluentes e responsáveis pela terrível bandeira vermelha. Com isso, ajuda a diminuir a conta de luz de todos os brasileiros. Por isso, é fundamental fortalecer e incentivar o uso desta tecnologia no Brasil”, comenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da entidade.

Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a aprovação PL nº 5.829/2019 pode trazer R$ 139 bilhões em novos investimentos ao País até 2050. “Os benefícios aos consumidores proporcionados pela modalidade representarão mais de R$ 150 bilhões somente com a redução de custos no uso de termelétricas fósseis neste mesmo período. Também serão proporcionados mais de R$ 23 bilhões de economia em perdas elétricas na transmissão, distribuição e geração da energia elétrica em usinas de grande porte, distantes dos locais de consumo. A soma destes dois fatores representará uma redução de custos de mais de R$ 173 bilhões aos consumidores brasileiros até 2050”, ressalta Sauaia.

Indicadores da geração própria de energia solar

A fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99% das instalações do País.

Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,2% do total de conexões. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (15,2%), consumidores rurais (7,0%), indústrias (2,2%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,03%) e iluminação pública (0,01%).

Em potência instalada, os consumidores residenciais lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 40,7% da potência instalada no País, seguidos de perto pelas empresas dos setores de comércio e serviços (36,6%), consumidores rurais (13,2%), indústrias (8,3%), poder público (1,1%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%). (ecodebate)

Jeep Commander diesel usará sistema hibrido para atingir 200cv

Jeep Commander diesel poderá usar sistema híbrido para atingir 200 cv.

Prestes a ser lançado no Brasil, o novo Jeep Commander também atenderá o mercado indiano, e é de lá que surgem novidades acerca de sua aguardada versão diesel.

Segundo fontes do site Autocar India, o SUV de sete lugares utilizará um sistema híbrido para atingir os esperados 200 cv em sua versão diesel, cujo torque é esperado na casa dos 40 kgfm.

A ideia seria utilizar um sistema mild-hybrid de 48V, carregado pelo motor 2.0 ou pela recuperação de energia cinética. Do tipo BSG, o motor elétrico usaria uma correia dentada tanto para dar partida no motor como para auxiliar o movimento do virabrequim, diminuindo a resistência mecânica e aumentando a eficiência do sistema.

Como não há conexão entre unidade elétrica e transmissão, o Commander MHEV não exigiria grandes modificações no MultiJet 2.0, amplamente utilizado pela Stellantis ao redor do mundo.

De acordo com o noticiário indiano, o SUV híbrido seria lançado em meados de 2022. A possibilidade também se repete no Brasil, que receberia, inicialmente, o Commander com novo motor 1.3 turbo, também usado no Compass e na Fiat Toro.

Novos detalhes também dizem respeito ao interior do veículo, que traria duas configurações de assentos. Uma delas é a tradicional sete-lugares, com arranjo 2-3-2. Outra, mais refinada, seria 2-2-2, com espaçosas cadeiras do tipo capitão na fileira intermediária.

A versão de topo também receberá o mesmo painel do novo Compass, com cluster de 10,25’’ e central multimídia de 10,1’’, e seu preço deverá se posicionar em algo entre R$ 250.000 e R$ 300.000.

Novidades são aguardadas para 08/07/21, quando a Stellantis realizará evento global de anúncio de seus planos de eletrificação. A companhia já garantiu que, a partir de agora, apenas picapes e SUVs fullsize terão opção de plataformas não-híbridas, extintas a partir de 2023. (msn)

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Parque eólico do Maranhão e as gigantes instalações

Parque eólico do Maranhão: Nossa equipe conheceu de perto as gigantes instalações.
O parque eólico do Maranhão fica na região dos Lençóis Maranhenses.

O parque eólico do Maranhão foi visitado pela nossa equipe de reportagem. Trazemos todos os detalhes em números e sensações sobre o local.

O parque eólico do Maranhão fica localizado na exuberante região dos Lençóis Maranhenses, famosa no mundo todo. O complexo é um empreendimento da empresa Omega, composto, no total, por 15 empreendimentos divididos em:

• Delta 3, que iniciou as operações em 2017;

• Delta 5 e 6, que entraram em operação em 2018;

• Delta 7 e 8, com início da operação comercial (COD) em outubro de 2019.

Nossa equipe de reportagem percorreu a propriedade do parque eólico do Maranhão, que fica localizada entre as cidades de Barreirinhas e Paulino Neves.

Para transitar em meio aos 172 aerogeradores, é possível trafegar de carro ou quadriciclo, de preferência que tenham tração nas quatro rodas. São 40 minutos de Paulino Neves até o parque eólico ou quase duas horas saindo de Barreirinhas.

No local, o barulho da rotação das hélices é a única coisa que quebra o silêncio de um local tão calmo, longe de qualquer poluição sonora. E por que não visual? Pois o cenário litorâneo da região onde fica o parque eólico do Maranhão é um atrativo por si só.

Conectadas à nacele e sustentadas pela torre, as hélices (também chamadas de pás eólicas) possuem perfil aerodinâmico, têm cerca de 17 toneladas cada e chegam a ter mais de 60 metros de comprimento.

A média de altura dos aerogeradores é de 120 metros de altura e 300 toneladas por equipamento. Toda essa estrutura colossal tem a capacidade instalada de 426 MW.

Assista ao vídeo: https://clickpetroleoegas.com.br/wp-content/uploads/2021/06/PARQUEEOLICO.mp4.

Energia eólica do Brasil tem capacidade maior que a média mundial graças ao Nordeste

O Parque eólico do Maranhão é apenas um dos empreendimentos de captação de energia limpa através do vento no Nordeste do Brasil. A região está disparadamente na vanguarda.

A energia eólica produzida no Brasil tem capacidade maior que a média mundial graças ao Nordeste, porém o país ainda é o sétimo na colocação mundial de capacidade instalada.

Dos 726 parques eólicos em terras brasileiras, 596 estão distribuídos entre os estados da Bahia (189), Rio Grande do Norte (182), Ceará (81), Piauí (79), Pernambuco (34), Paraíba e Sergipe (1), além do próprio Maranhão (15).

Ao todo, são 7.285 aerogeradores funcionando no Nordeste, formando 15.905,1 MW de soma de potência. Isso representa 88% de produção do Brasil em 2021. Isso porque o país alcançou este ano 19GW de capacidade instalada.

A energia eólica representa 10,3% da matriz elétrica nacional. De acordo com a Associação Brasileira da Energia Eólica, há dez anos, o segmento ainda contava com menos de 1 GW de capacidade e, portanto, hoje é a segunda maior, ficando atrás apenas da hidrelétrica que possui 58,7% do parque instalado.

Até 2024, a Associação Brasileira da Energia Eólica (Abeeólica) estima que a capacidade eólica instalada no país alcance 30,2GW.

No parque eólico do Maranhão, é possível trafegar pelos mais de 170 aerogeradores.

Parceria visa previsão do vento com até dez dias de antecedência

Omega é responsável pelo parque eólico do Maranhão, se aliou à IBM para a criação de uma plataforma para melhorar a previsão de geração de energia renovável. São utilizados recursos de inteligência artificial e de análises de dados geoespaciais e meteorológicos.

A plataforma Renewables Forecasting possui modelos de observações para o fornecimento de informações como a velocidade e direção do vento, com até 10 dias de antecedência.

A solução é capaz de alcançar previsões a partir de análises e dados geoespaciais de grande escala, que seleciona e hospeda mais de 6 petabytes de fontes de dados relevantes. Isso inclui a altura do hub, velocidade do vento e previsões de irradiação solar.

Em maio a Vestas fechou parceria com a Omega Energia para o fornecimento de 47 turbinas para projetos de energia renovável na Bahia.

Confira mais imagens do parque eólico do Maranhão: 

(clickpetroleoegas)

Biocombustíveis surgem como chave para 'descarbonizar' viagens aéreas

Um mês após a Air France organizar um voo de Paris a Montreal usando óleo de cozinha reaproveitado como combustível, a Rolls-Royce, principal fabricantes de motores para aeronaves, voltou a erguer a pauta da sustentabilidade nos ares: em 22/06/21, a companhia anunciou planos para alcançar a neutralidade de gás carbônico até 2050.

No primeiro momento, sua estratégia em aviação civil se baseia na adoção de biocombustíveis: até 2023, a empresa espera que todos os motores para aeronaves comerciais produzidos em suas fábricas sejam 100% compatíveis com esse tipo de combustível - no mesmo ano, a meta é que as maiorias de suas soluções, também nos ramos de geração de energia e transportes não civis, sigam o mesmo caminho. Ao fim de 2030, a Rolls-Royce planeja substituir 10% dos combustíveis fósseis por alternativas sustentáveis.

Biocombustíveis, como etanol e biodiesel, são produzidos através do processamento de biomassa, que pode incluir bagaço e palha da cana-de-açúcar, resíduos de madeira, o já citado óleo de cozinha reciclado ou sebo de origem bovina. A sua queima também libera dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global, mas esse volume é neutralizado pelo que é sequestrado no processo de obtenção dessas matérias-primas. Ao menos na teoria, fica 'elas por elas'.

O Brasil, já tradicional produtor de biocombustíveis, tem a ganhar com estratégias como essa. O país pode chegar a uma produção anual de 9 bilhões de litros de biocombustível para aviação, uma quantidade capaz de sanar a demanda nacional e ser exportada mundo afora. O dado vem de uma pesquisa apresentada este mês pela Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), em parceria com a consultoria Agroicone e professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Baseado nessa estimativa, a produção brasileira poderia, sozinha, diminuir em 60 ou 85% as emissões de CO2 da aviação em comparação com o emprego de combustíveis fósseis.

Os especialistas responsáveis pela projeção dizem que esse potencial poderia ser alcançado com o uso estratégico de resíduos vindos de cultivos já existentes, sem envolver o aumento de áreas de plantio. De acordo com a Agroicone, por exemplo, um volume extra de 31,4 milhões de toneladas de bagaço de cana e 29,9 milhões de toneladas de sua palha poderia ser revertido para a produção de combustíveis sem agredir o solo ou a produção de alimentos.

A Rolls-Royce, no entanto, lida com outras questões. O custo do biocombustível pode ser 5 vezes maior que o de soluções tradicionais. Além disso, legislações locais tendem a impor um limite sobre a razão entre biodiesel e querosene usado para mover aeronaves - um máximo de 50/50, segundo lei brasileira de 2019. A empresa espera, no entanto, mudar esse cenário: "Estamos fazendo um papel ativo em fazer com que esse número suba para 100%", diz a empresa em comunicado. A estratégia também inclui um investimento de 75% de seu orçamento para pesquisa e desenvolvimento - este ano, na casa dos £$ 1.25 bilhão (R$ 8,7 bi) - voltado a tecnologias sustentáveis.

Se a indústria da aviação fosse um país, ela seria a sexta maior fonte de CO2 no planeta - atualmente ela responde por 2 a 3% das emissões. Mais recentemente, players do setor tem anunciado projetos de 'descarbonização': é o caso da United Airlines, que como a Rolls-Royce, quer alcançar neutralidade de carbono em 2050, e a Lufthansa, que ano passado lançou um programa que ajuda passageiros a eliminarem a pegada ambiental de sua viagem. Em ambos os casos, o uso de biocombustíveis é peça fundamental. (biodieselbr)

Usinas solares e eólicas recebem aprovação para operação comercial

Aneel liberou ainda eólicas para teste no Rio Grande do Norte
Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou a operação comercial, a partir de 26/06/21, das unidades geradoras UG1 a UG21, de 1,5 MW cada, da usina UFV Brígida. Localizada no Município de São José do Belmonte, no estado de Pernambuco, da Brígida Solar SPE Ltda. Também foram liberadas as UG1 a UG21, de 1,5 MW cada, da UFV Brigida 2. Localizada no Município de São José do Belmonte, no estado de Pernambuco, Brígida 2 Solar SPE Ltda. E por fim nas liberações comerciais, as UG1 a UG3, UG7 e UG8, de 4,2 MW cada, da EOL Ventos de Santa Martina 09. Localizada nos Municípios de Riachuelo e Ruy Barbosa, no estado do Rio Grande do Norte.
A agência reguladora também autorizou o início da operação em teste, a partir de 26/06/21, das UG9 e UG10, de 4,2 MW cada, da EOL Ventos de Santa Martina 10. Localizada no Município de Ruy Barbosa, no estado do Rio Grande do Norte, de titularidade da Ventos de Santa Alice Energias Renováveis S.A. E por último, a UG13, de 4,2 MW, da EOL Ventos de Santa Martina 09. Localizada nos Municípios de Riachuelo e Ruy Barbosa, no estado do Rio Grande do Norte, da empresa Ventos de Santo Artur Energias Renováveis S.A.
As liberações foram publicadas no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 28 de junho. (canalenergia)

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Painéis solares mais caros ameaçam grandes projetos solares

Após anos de custos baixos a energia solar está cada vez mais cara.

Foram anos em que os custos da energia solar eram baixos, no entanto, agora a energia solar está mais cara muito devido ao aumento do preço dos painéis solares desde o início do ano.

Ora, desde início do ano os preços dos painéis solares aumentaram em cerca de 18%, isto depois de nos últimos dez anos terem sofrido uma queda de valor em cerca de 90%!

Mas por que este aumento repentino no preço da energia solar?

Relembremos que a queda dos custos da energia solar durante a última década permitiu que esta fonte de eletricidade se tornasse na mais usada do mundo, mas agora reverteu a tendência.

Uma reversão na tendência que se deve ao aumento astronómico do preço da matéria prima usada para a produção de painéis solares. Polissilício é a principal matéria prima usada na produção de painéis solares e neste último ano o seu valor quadruplicou, o que veio ameaçar o desenvolvimento de projetos e diminuir o consumo de energia solar, e consequentemente fazer com que a energia solar está mais cara.

Um revés no preço da energia solar numa altura em que grande parte dos Governos estão finalmente a apoiar iniciativas para minimizar as alterações climáticas.

Jenny Chase, analista chefe do grupo de pesquisa de energia limpa da BloombergNEF diz mesmo que esta “disrupção na energia solar nunca foi tão má em mais de uma década. Empresas e governos não podem esperar que a energia solar fique mais barata rapidamente”.

Consequências do aumento do preço dos painéis solares

O facto de a energia solar estar mais cara vai afetar a procura e vai atrasar projetos de desenvolvimento de grande envergadura. Projetos como os que a Canadian Solar tinha em planeamento.

Só para dar um exemplo, na Índia existem projetos de 10 GW que irão ser afetados com este aumento da energia solar, o que representa mais de 25% da capacidade de produção de eletricidade a partir da energia solar do país. Também nos EUA existem grandes projetos que podem ser adiados.

Atrasos que podem fazer com que o ano 2021 seja o primeiro ano negativo no que toca a novos projetos de energia solar a entrar em funcionamento.

Há projetos globais em espera, pois ainda não foram assinados os acordos de preço com os fornecedores, e que podem mesmo ser atrasados por mais tempo, a não ser que o cliente pretenda pagar um valor mais alto pela eletricidade.

Polissilício é o responsável pela energia solar mais cara.

Polissilicio

No centro desta crise encontramos o polissilício que é silício ultrarrefinado e uma das matérias primais mais abundantes para a produção de painéis solares. Este é facilmente encontrado nas areias das praias, mas uma falha na oferta do mesmo levou ao aumento inesperado do preço dos painéis solares.

É que os produtores de painéis solares estavam desejosos de aumentar a oferta para a procura por painéis solares, tendo assim aumentado as suas capacidades de produção, mas os fornecedores de polissilício não estavam à espera de tal aumento de produção e não conseguiram acompanhar o fornecimento da matéria prima!

Assim, o preço deste chegou a atingir US$ 25,88/kg em relação aos US$ 6,19/kg há um ano! Valores que deverão manter-se elevados até final de 2022, o que fará com que a energia solar seja mais cara. (portal-energia)

Novo complexo de energia solar no Piauí gerará 3.600 empregos

Novo complexo de energia solar no Piauí promete gerar 3.600 empregos.
Especialistas em energia Solar.

A empresa Ibtu pretende investir mais R$ 2,5 bilhões para instalar o novo complexo de energia solar chamado de Caldeirão Grande 2. O complexo permitirá que o Piauí continue na liderança no setor e promete gerar mais de 3.500 novas oportunidades de empregos

Em 24/06/21 o Governador do Piauí, Wellington Dias se reuniu no Palácio de Karnak com representantes da Secretaria Estadual de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis e representantes da Ibtu Energia para falar sobre o projeto de implantação de um novo Complexo de Energia Solar, conhecido como Caldeirão Grande 2 que promete gerar mais de 3 mil empregos na região.

Novo complexo de energia solar no Piauí fomenta novos empregos para profissionais da região.

Serão gerados cerca de 3.600 vagas de emprego indiretos e diretos ao longo de três anos e a expectativa é que os empregos comecem a ser gerados ainda no fim deste ano. O complexo será o maior no setor de energia solar não só do Piauí, mas sim do Brasil.

A cada etapa das obras serão adicionados mais 300 MW. Gustavo Ribeiro, presidente da Ibtu, afirma que a empresa de energia solar também pretende trabalhar com projetos sociais no Piauí, investindo cerca de R$ 12 milhões. Atualmente a maior planta de energia é a eólica que também está localizada na cidade de Caldeirão Grande.

Maior usina de energia solar será instalada no Piauí.

Aneel dá sinal verde para a construção de mais uma usina de energia solar no Piauí, gerando emprego, renda e desenvolvimento para o estado.

A previsão é que a última etapa do complexo de energia solar, que promete gerar diversos empregos, seja concluída em 2024. De acordo com Howzembergson de Brito, diretor de energias renováveis da Seminper a empresa está seguindo um cronograma para que o início das obras se torne viável ainda este ano. Com a parceria da Ibtu o estado avança na agenda de atração de grandes investimentos.

Governador do estado se pronuncia

Dias afirma que uso da energia limpa e sustentável é uma prioridade para o Piauí e a Ibtu é uma empresa que já está presente no setor de energia solar do estado. Com o novo investimento, a empresa dará a oportunidade para o Piauí alcançar um novo marco nessa área.

O governador afirma também que já está trabalhando para obter condições da liberação de licença prévia para esse mês para que a empresa de energia solar consiga realizar as obras ainda em novembro.

Conheça o complexo de energia solar que promete gerar diversos empregos para profissionais do Piauí

A Ibtu, empresa de comercialização de energia renovável que já possui vários parques de energia solar instalados no Piauí, pretende aumentar significativamente a capacidade instalada no estado, implantando mais 613 MW no complexo de energia solar Caldeirão Grande 2, que terá as obras iniciadas no mês de novembro, gerando diversos empregos.
O complexo de energia solar do Piauí, que será construído em três etapas, receberá investimentos de R$ 2,5 bilhões. (clickpetroleoegas)

Termelétricas aumentarão as emissões e a demanda por água

Acionamento de termelétricas aumentará as emissões e a demanda por água.
Termelétrica a carvão.

Uma usina termelétrica a gás natural pode demandar, aproximadamente, 1.000 litros de água por MWh. Uma usina desse porte funcionando o dia todo corresponde ao abastecimento público diário de uma cidade de aproximadamente 156 mil habitantes.

Nova publicação do Instituto de Energia e Meio Ambiente/IEMA alerta sobre riscos ambientais implícitos na geração de energia elétrica por termelétricas.

O Instituto de Energia e Meio Ambiente/IEMA lança o primeiro Boletim Leilão de Energia Elétrica sobre os leilões de venda e compra de energia que ocorrem periodicamente no Brasil. Esta primeira edição aborda as gerações de energia relativas aos leilões A-4 e A-5. Dada a localização e a tecnologia adotada nos projetos, é de se esperar um aumento dos riscos à saúde pública causada pela poluição do ar e da pressão sobre os recursos hídricos.

Além disso, estes são os primeiros leilões que permitem o funcionamento das termelétricas a gás em tempo integral podendo trazer restrições operacionais de fontes renováveis na matriz elétrica, aumento das emissões de gases de efeito estufa e do preço da energia elétrica paga pelo consumidor final. Leia o documento com detalhes na íntegra: https://energiaeambiente.org.br/produto/analise-previa-dos-leiloes-de-energia-existente-lee-a-4-e-a-5-de-25-de-junho-de-2021.

Para o leilão 84 diferentes unidades geradoras estão cadastradas para participar dos leilões: 63 projetos estão cadastrados em ambos os certames, seis projetos apenas no A-4 e outros 15 somente no A-5, totalizando 43,2 GW de potência disponível para contratação. Publicados antes de cada evento, o objetivo dos boletins é alertar sobre as possíveis implicações dos leilões com relação a impactos ambientais à poluição do ar, demanda de água e emissões de gases de efeito estufa/GEE.

As Regiões Sudeste e Nordeste têm o maior número de usinas concorrentes, todas a gás natural, respectivamente: 24 e 18 empreendimentos. Sozinho, o Sudeste é responsável por 45% da potência licenciada total das usinas concorrentes nos leilões, enquanto o Nordeste, por 35%. Nesta região, 17 delas empregarão gás natural liquefeito/GNL.

Com relação ao ligamento das termelétricas, historicamente, empreendimentos termelétricos tinham a opção de serem ligados por no máximo 50% do tempo. Essa restrição permitia a viabilização da geração térmica a um custo mais baixo, por empregar menos combustível, e representava uma sinalização do planejamento e da inserção desses recursos no sistema.

Acionamento de termelétricas pesam no bolso do consumidor brasileiro.

Previsto estresse hídrico

Outro problema identificado é a demanda por água. Existem 34 usinas termelétricas cadastradas nos leilões, cujos projetos propõem a utilização de água em seus sistemas de resfriamento. De 70% a 80% da água captada pelas termelétricas não volta para a bacia hidrográfica em questão, pois evapora após o resfriamento do sistema. Por exemplo, uma usina termelétrica a gás natural pode demandar, aproximadamente, 1.000 litros de água por MWh. Uma usina desse porte funcionando o dia todo corresponde ao abastecimento público diário de uma cidade de aproximadamente 156 mil habitantes, consumindo 24 milhões de litros de água. No caso das usinas a carvão mineral, a demanda aproximada pode ser de 2.900 L/MWh, correspondendo ao abastecimento público de 450 mil habitantes.

Há a opção do uso da água do mar em 13 projetos do leilão, 11 deles localizados no Nordeste e dois no Sudeste. Das 23 usinas cadastradas que utilizam água doce em seu sistema de resfriamento, nove encontram-se em bacias com balanço hídrico quantitativo preocupante, crítico ou muito crítico. De todas as usinas concorrentes nos leilões, apenas cinco propõem a utilização de condensadores a ar. Essa tecnologia reduz consideravelmente o uso de água e, por isso, seu emprego está em expansão em todo o mundo.

Falta de monitoramento da qualidade do ar

Das 57 usinas licenciadas participantes dos leilões, apenas 18 estão localizadas em municípios onde exista pelo menos uma estação de monitoramento da qualidade do ar em operação e que disponibilize publicamente as concentrações de poluentes aferidas. Assim, vazões significativas de gases e de partículas (material particulado/MP, o monóxido de carbono/CO, os óxidos de nitrogênio/NOx e os óxidos de enxofre/SOx) poderão ser lançadas em territórios onde se desconhece as concentrações pré-existentes de poluentes atmosféricos.

Outro problema que se observa é o adensamento de usinas termelétricas em territórios já bastante pressionados como é o caso, por exemplo, da cidade de Macaé/RJ, que tem projetos cadastrados no leilão, 2 deles já em operação. Além desses, ainda existem 5 usinas a gás natural com licenças ambientais emitidas no município, uma delas em construção. Esse grande número de empreendimentos agrupados deve ser motivo de alerta. Em 2020, foram detectados 86 dias em que as concentrações de ozônio medidas pela estação de monitoramento da qualidade do ar mais próxima das usinas atualmente em operação ultrapassaram as recomendações da Organização Mundial da Saúde/OMS.

Não se pode ignorar sua responsabilidade ao alavancar projetos de usinas termelétricas que venham a representar riscos sociais e ambientais inaceitáveis. Trata-se de uma oportunidade para as instituições financeiras demonstrarem na prática a concretude de suas políticas socioambientais, a transparência no processo de financiamento e a adoção de salvaguardas ambientais específicas.

Diante dessas informações sobre os Leilões A-4 e A-5, é necessário ampliar o que se entende por habilitação técnica para os leilões e suas exigências à conformidade ambiental. “Este Boletim aponta na direção contrária às medidas de desmonte do planejamento energético em curso no Brasil. O que estamos precisando é de aperfeiçoar e deixar mais transparente o processo decisório, incorporando os riscos sociais e ambientais no planejamento e na regulação da expansão do sistema elétrico”, diz André Ferreira, diretor do IEMA. (ecodebate)

sábado, 24 de julho de 2021

Enel X e Itaú fazem parceria em projeto-piloto de carros elétricos

O compartilhamento de veículos elétricos acontecerá pelas ruas da capital paulista.

A Enel X, empresa do Grupo Enel, firmou uma parceria com o Banco Itaú para operação do projeto-piloto de carros elétricos. Desde a última segunda-feira, 21 de junho, os paulistanos já podem ver carros do vec Itaú, serviço de compartilhamento de veículos elétricos, circulando pelas ruas da capital. O sistema é semelhante ao já consolidado serviço de bicicletas Bike Itaú.

O Banco informou que nesta etapa inicial, cerca de 500 colaboradores do Itaú terão acesso aos veículos nos modelos Jaguar I-Pace, BMW i3 e JAC iEV40, que já estavam previstos desde o anúncio de lançamento do serviço, no fim de 2020, além do modelo Nissan Leaf, que chega para complementar a frota de compartilhamento.

As primeiras estações de carregamento ficarão alocadas em unidades administrativas que o banco mantém na cidade de São Paulo, em parceria com a Enel X. A expectativa é que no segundo semestre o serviço seja ampliado e conte também com mais veículos e estações disponíveis.

Carro elétrico do Itaú.

Itaú vai compartilhar carros elétricos.

Veículos começam a circular em São Paulo, em parceria com a Enel X, do Grupo Enel. (canalenergia)

São Paulo recebe estação de trens com energia solar

Parceria entre Eletromidia e Santander contratou a EDP para implementação de painéis fotovoltaicos na Vila Olímpia.
A cidade de São Paulo recebeu sua primeira estação sustentável de trem, localizada na Vila Olímpia e concebida em uma parceria entre a Eletromidia e o Santander, que convocaram a elétrica EDP para instalar um sistema de aproveitamento solar para gerar 8500 kWh de energia limpa por mês.

Aproveitando o ambiente da estação, a companhia formatou uma solução que consiste em um gerador solar fotovoltaico conectado à rede da estação. Dessa forma, passa a produzir o equivalente a 40 residências com um consumo de 200 kWh/mês. A instalação em telhado metálico ocupa uma área de cerca de 500 m² e tem capacidade de 102 MWh por ano.

Estação Sustentável CPTM Vila Olímpia.

O objetivo é contribuir para uma experiência mais agradável no caminho das pessoas que circulam no local. Para tanto estão previstos mais de 1.500 m² de área verde, o que diminuirá a temperatura dos ambientes, entre outros benefícios. Os jardins verticais serão irrigados por sistema que faz reuso da água de esgoto da própria estação através de wetlands (jardins filtrantes), com economia mensal de 150 mil litros.

Cobertura da estação Vila Olímpia contou com a instalação de 234 placas solares devido ao acordo entre o banco Santander e a Eletromidia.

Primeira estação de trem sustentável foi entregue pelo governo de São Paulo. (canalenergia)

Maioria das novas energias renováveis tem custos abaixo dos combustíveis fósseis

Maioria das novas energias renováveis tem custos abaixo dos combustíveis fósseis mais baratos.

As energias renováveis a baixo custo proporcionam uma vantagem econômica sólida em detrimento das energias fósseis.

Energia solar para instalação comercial ficou 55% mais barata entre 2017 e 2020 no Brasil, afirma IRENA.

A quota de energias renováveis que alcançou custos mais baixos que os combustíveis fósseis mais competitivos duplicaram em 2020. Esta é uma das novidades do relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA) divulgado em 22/06/21. Foram 162 gigawatts (GW) de renováveis com custos inferiores à opção mais barata de combustíveis fósseis, o equivalente a 62% do total adicionado no ano passado.

O relatório “Custos de Geração de Energias Renováveis em 2020” mostra que a energia solar concentrada (CSP) reduziu seu custo em 16%, a energia eólica em terra 13%, a energia eólica marítima (offshore) 9% e a solar FV 7%. Novamente o Brasil é um dos destaques, com o custo do painel solar 71% mais baixo em 2020 em relação a 2013, e o gasto total de instalação comercial da solar distribuída caindo 55% entre 2017 e 2020.

As energias renováveis a baixo custo proporcionam uma vantagem econômica sólida em detrimento das energias fósseis, de acordo com o documento. Só os projetos recém-adicionados de energias renováveis em 2020 permitirão às economias emergentes uma economia de até 156 bilhões de dólares durante o seu ciclo de vida, diz o texto.

“Atualmente, as energias renováveis são a fonte de energia mais barata,” afirmou o Diretor-Geral da IRENA, Francesco La Camera. “As energias renováveis apresentam aos países presos ao carvão uma agenda de transição economicamente sedutora, que assegura que irão responder à exigência energética crescente enquanto poupam nos custos, geram postos de trabalho, impulsionam o crescimento ao mesmo tempo em que respondem à ambição em termos climáticos”, continua La Camera.

Diretor da Irena diz que mundo está em um momento crucial em relação ao carvão. “No caminho do último compromisso do G7 sobre emissões líquidas zero e interrupção do financiamento global ao carvão, chegou o momento de o G20 e as economias emergentes se equiparem a estas medidas”, defende. “Não podemos permitir que haja uma via dupla para a transição energética, em que certos países rapidamente aderem ao conceito verde e outros permanecem presos ao sistema baseado em combustíveis fósseis do passado”.

Os projetos de energias renováveis adicionados em 2020 irão reduzir os custos do setor da eletricidade em, pelo menos, US$ 6 bilhões por ano nos países emergentes, relativamente à adição da mesma quota da geração de energias à base de combustíveis fósseis. dessa economia virão da energia eólica offshore, seguidos da energia hidroelétrica e da energia solar FV.
Tendência de competitividade

Segundo a agência, os anos 2010-2020 assistiram a um aumento dramático na competitividade das tecnologias solar e eólica. Os 534 GW da capacidade renovável adicionada nos países emergentes desde 2010 a custos mais baixos do que as opções de carvão mais baratas estão reduzindo os custos da eletricidade em cerca de US$ 32 bilhões todos os anos.

Em dez anos, diz o relatório, o custo da eletricidade proveniente da energia solar FV caiu 85%, o da solar concentrada 68%, o da energia eólica em terra 56% e a energia eólica marítima 48%. Com preços baixos recorde de leilão de US$ 1,1 a US$ 0,3 por kWh atualmente, a energia solar FV e a energia eólica em terra superam continuamente em termos de custos até mesmo a opção de carvão mais barata, mesmo sem subsídios.

O relatório da IRENA mostra também que as novas energias renováveis batem as centrais de carvão existentes em termos de custos operacionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, 149 GW ou 61% da capacidade total do carvão custam mais do que a nova capacidade das renováveis. Encerrar e substituir estas centrais por energias renováveis cortaria as despesas em US$ 5,6 bilhões por ano e fariam poupar 32 milhões de toneladas de CO2, reduzindo das emissões do carvão nos EUA.

Segundo a agência, a previsão até 2022 é que os custos globais das energias renováveis caiam ainda mais, com a energia eólica em terra ficando 20-27% mais barata do que a opção mais econômica de carvão. A tendência de energias renováveis de baixo custo permitirão a eletrificação do transportes e de outros usos finais de energia, como na edificação e na indústria, além de destravar a eletrificação competitiva indireta por hidrogênio verde, prevê a IRENA. (ecodebate)

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Maioria das renováveis têm custos inferiores ao carvão mais barato

Irena: Maioria das renováveis têm custos inferiores ao carvão mais barato.
Relatório mostra que 162 GW ou 62% entre as fontes eólica e solar implementadas no ano passado trariam economia de US$ 156 mil milhões aos países emergentes.

A quota de fontes renováveis que alcançaram custos mais baixos que a alternativa de combustíveis fósseis mais competitiva duplicou em 2020, aponta o relatório da International Renewable Energy Agency (Irena) divulgado nessa semana, indicando 162 GW ou 62% da geração limpa total adicionada com preços inferiores em relação a opção mais barata de carvão.

Segundo o levantamento, a energia solar concentrada (CSP) decaiu 16%, a eólica em 13%, eólica off-shore 9% e a fotovoltaica em 7%. Com os custos baixos, as fontes também acabaram por reduzir gradualmente os custos operacionais existentes para os combustíveis fósseis.

Para a Irena, esse movimento possibilita aos países desenvolvidos e emergentes uma situação comercial sólida para perseguirem uma economia de consumo líquido que pode chegar a US$ 156 mil milhões com a redução de custos envolvendo projetos já adicionados para as nações em vias de desenvolvimento.

O Diretor-Geral da Irena, Francesco La Camera, lembrou que no seguimento do último compromisso do G7 sobre emissões e da interrupção do financiamento do carvão a nível global, chegou agora o momento do G20 e as demais economias se equipararem em termos destas medidas.

“Não podemos permitir que haja uma via dupla para a transição energética, em que certos países rapidamente aderem ao conceito verde e outros permanecem presos ao sistema baseado em combustíveis fósseis do passado. A solidariedade global será crucial, desde a difusão tecnológica às estratégias financeiras e ao apoio em termos de investimentos”, avalia.

De acordo com a agência os projetos de energia limpa adicionados no ano passado irão reduzir os custos do setor da eletricidade em pelo menos US$ 6 mil milhões por ano nos países emergentes, relativamente à adição da mesma quota da geração de energias à base de combustíveis fósseis. Dois terços destas poupanças provirão das eólicas marítima, seguidos da energia hidroelétrica e da solar.

A poupança vai além dos benefícios económicos e da contenção no lançamento de carbono à atmosfera. Os 534 GW da capacidade agregada desde 2010 a custos inferiores às opções mais competitivas de carvão levaram a uma economia de aproximadamente US$ 32 mil milhões todos os anos.

Em dez anos, o custo da eletricidade proveniente da fonte solar à escala dos utilitários desceu 85%, o da CSP 68%, eólica 56% e eólica off-shore 48%. Com preços baixos e recorde de leilão de US$ 1,1 a US$ 0,3 por kWh atualmente, as UFVs e EOLs superam continuamente em termos de custos até mesmo a nova opção de carvão mais barata sem qualquer apoio financeiro.

O relatório mostra ainda que as novas renováveis batem as centrais de carvão existentes em termos de gastos operacionais, desprezando a energia extraída do carvão como cada vez menos económica. Nos Estados Unidos 149 GW ou 61% da capacidade total do insumo custam mais do que a nova potência das fontes limpas. Encerrar e substituir estas centrais cortaria as despesas em US$ 5,6 bilhões por ano e fariam os americanos poupar 32 milhões de toneladas de CO2, reduzindo um terço de suas emissões.

Globalmente mais de 800 GW dos custos da capacidade energética existente do carvão custa mais do que novas plantas fotovoltaicas descentralizadas ou energia eólica em terra adjudicada em 2021. O encerramento destas centrais pode diminuir até US$ 32,3 mil milhões de gastos anuais e evitar cerca de 3 giga toneladas de CO2 por ano, o que corresponde a 9% das emissões globais relacionadas com energia no ano passado ou 20% da redução necessária até 2030 para uma alteração climática de 1,5°C, salientada no World Energy Transitions Outlook da agência.

A previsão da Irena até 2022 é para custos globais associados às renováveis cairão ainda mais, com as eólicas ficando entre 20% a 27% mais baixa do que a nova opção energética à base fóssil, assim como 74% de todos novos projetos fotovoltaicos adjudicados nos próximos dois anos via leilões.

“A tendência confirma que as renováveis de baixo custo são não só a espinha dorsal do sistema energético, mas que também permitirão a eletrificação em utilizações finais, como nos transportes, em edifícios e na indústria, desbloqueando ainda a eletrificação competitiva indireta por meio do hidrogénio verde”, finaliza o relatório. (canalenergia)

PUC/Rio produz biogás usando apenas cascas de tangerina

Estudo do CTC/PUC-Rio consegue produzir biogás usando apenas cascas de tangerina.
Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio).

Mimosa, bergamota ou tangerina? Esses são os vários nomes da tangerina no Brasil, que foi citada em uma dissertação do CTC/PUC-Rio que afirma que suas cascas tem potencial para gerar biogás.

O Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental do Centro Técnico Científico da PUC-Rio revelou em uma dissertação que as cascas de tangerina, que são jogadas no lixo, podem ser transformadas em biogás e podem substituir o uso de combustíveis fósseis como fontes de energia.

Entenda melhor a dissertação do engenheiro Rafael Vieira de Carvalho – CTC/PUC-Rio

As tangerinas são o segundo maior grupo de cítricas produzidos no país, ela fica atrás apenas da laranja, ou seja, é uma fruta muito presente no dia a dia dos brasileiros e, agora, com um potencial muito grande de reaproveitamento.

O autor da dissertação da CTC/PUC-Rio, o engenheiro Rafael Vieira de Carvalho, afirma que se os resíduos orgânicos, se forem tratados de forma correta, são capazes de gerar energia sustentável, adubo e não só isso, podem movimentar a economia, reduzir os impactos, sendo fortes aliados na busca de um futuro mais limpo.

Biogás pode substituir 70% do consumo de diesel e eletricidade.

O biogás é um gás composto principalmente por metano e CO2. Através de um ensaio conhecido como BMP/Biochemical Methane Potencial, em que as cascas e resíduos orgânicos da tangerina são triturados, misturados e armazenados em dispositivos que medem a variação do volume de biogás por cerca de 21 dias.

O estudo “Tratamento de Resíduos Sólidos Orgânicos: análise do potencial de geração de biogás proveniente da digestão anaeróbia da casca de tangerina” trouxe uma reavaliação no processo de produção de sucos a partir de frutas, realizando uma revisão dos tipos de fruta que já tiveram um potencial para a fabricação de biogás como banana, uva, abacaxi, lichia, maracujá, pitaia, laranja, maçã, manga, melão, cereja e abacate.

A importância dos produtores de suco no reaproveitamento da tangerina

De acordo com Rafael, é essencial que os pequenos e grandes fabricantes de sucos fiquem cientes do ciclo-de-vida dos produtos que utilizam, com a possibilidade de serem reaproveitados para a fabricação de biogás. Ele afirma que se deve repensar no consumo além da mera utilização do produto.

O incentivo na pesquisa do CTC/PUC-Rio foi buscar uma solução que possa trazer para o Brasil, um desenvolvimento sustentável, apresentando um novo insumo que pode gerar energia limpa.

O coordenador do Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental, Prof. Celso Romanel, afirma que o biogás é um produto valioso, que pode combater diretamente o aumento de emissões de poluentes, tendo em vista que pode ser utilizado como energia elétrica, térmica ou combustível.

Novas descobertas em frutas

No Instituto Federal do Ceará/IFCE, no Campus de Iguatu, pesquisadores estudaram o reutilização de algumas substâncias presentes na casca de banana. A substância é a lignina, que normalmente é descartado da banana e segundo os pesquisadores, a substância pode ser aplicada na indústria farmacêutica, alimentícia e também no setor de embalagem de produtos, que atualmente utiliza de derivados de petróleo.

De acordo o Francisco Avelino, professor da unidade do Ceará, a pesquisa começou em agosto de 2019 e foi um projeto iniciado com um aluno do curso de Química e por conta do agravamento da pandemia, o projeto atrasou e durou um pouco mais para ser desenvolvida. (clickpetroleoegas)

Tecnologias de gaseificação e de biodigestores no aproveitamento de resíduos orgânicos

As tecnologias de gaseificação e de biodigestores são as mais promissoras para implantação em larga escala na América Latina e Caribe, apontam os resultados do levantamento.
Todos os anos milhões de toneladas de resíduos agrícolas, florestais e orgânicos urbanos são gerados na América Latina e Caribe. Embora vários estudos realizados nas últimas décadas apontem que esses detritos em vez de serem despejados no meio ambiente podem ser transformados em fontes de energia alternativa, fertilizantes e outros subprodutos por meio de tecnologias bioquímicas e termoquímicas, essa possibilidade não é ainda totalmente explorada na região.

A complexidade técnica das tecnologias aliada ao alto custo de investimento para implantá-las, bem como a falta de pesquisa e de políticas públicas voltadas ao setor, impedem que a questão avance nesses países, aponta o artigo The state-of-the-art of organic waste to energy in Latin America and the Caribbean: Challenges and opportunities.

O estudo é fruto da pesquisa de doutorado que está sendo desenvolvida pelo engenheiro civil mexicano Rodolfo Daniel Silva Martínez, no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo/IEE-USP, no âmbito do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI). Sob a orientação do pesquisador Alessandro Sanches Pereira, ele investiga a viabilidade da implementação de tecnologia de digestão anaeróbica feita por meio de biodigestores de pequeno a grande porte na América Latina e Caribe. “O primeiro passo da pesquisa foi exatamente tentar entender a atual situação das tecnologias bioquímicas e termoquímicas para o tratamento de resíduos orgânicos na região”, explica o pesquisador.

Para traçar esse cenário, Martínez, seu orientador e outros pesquisadores de instituições da Colômbia, Suécia e Alemanha levantaram mais de 21 mil estudos acadêmicos sobre o tema escritos entre 2000 e 2019. Após seleção, 199 deles serviram de bibliografia para o artigo. “Essas tecnologias vêm sendo implantadas na América Latina e Caribe a partir, sobretudo, das últimas quatro décadas, mas as experiências variam bastante entre os países dada a complexidade e desigualdade socioeconômica da região”, relata Martínez. “Argentina, Brasil, Chile e México estão na frente: a legislação tem mudado e o poder público já entende as vantagens do tratamento adequado dos resíduos orgânicos, que está alinhado à lógica da economia circular e reúne benefícios econômicos, sociais e ambientais. Mesmo assim há ainda muito o que avançar em toda a região, inclusive nesses quatro países”.

Combustão predomina – Como aponta o artigo, a combustão é hoje a tecnologia termoquímica mais utilizada na região em função do baixo custo financeiro. Cerca de 67% das usinas de açúcar na Guatemala e 100% dessas unidades situadas em Honduras, por exemplo, aproveitam o bagaço de cana por meio da incineração, como o processo é também conhecido. Em geral, a energia elétrica resultante da queima dos dejetos supre a demanda da própria usina. Porém, a alternativa não se restringe ao setor da cana-de-açúcar.

Países como República Dominicana e Cuba, aponta o estudo, também são utilizados resíduos como casca de arroz ou de café, além de restos de madeira. “Entretanto, caso não seja realizada do jeito adequado, a combustão traz grande impacto ambiental devido à emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, sobretudo o dióxido de carbono, além de possíveis poluentes como dioxinas e furanos”, aponta Martínez.

Biodigestor: uma solução para o descarte de resíduos orgânicos.

De acordo com o pesquisador, há outros exemplos de tecnologias termoquímicas que provocam menor impacto ao meio ambiente. Uma delas é a pirólise, cujo processo realizado em alta temperatura e sem oxigênio gera o bio-óleo que pode ser transformado em combustível para substituir, por exemplo, derivados de petróleo, ou então servir de matéria prima para a indústria química, como na produção de produtos farmacêuticos e cosméticos. Outro exemplo desse tipo de tecnologia é a gaseificação, capaz de transformar por meio de várias reações termoquímicas um resíduo sólido em biodiesel, hidrogênio, calor ou metanol. “Entretanto, tanto a gaseificação quanto a pirólise são tecnologias caras, que precisam ser importadas da Europa e dos Estados Unidos. O ideal seria desenvolvê-las aqui em vez de comprá-las, mas falta conhecimento técnico. Daí a necessidade de se investir em pesquisa”.

Tropicalização de tecnologia – No artigo, o pesquisador argumenta que a gaseificação pode ser uma tecnologia de implantação promissora na América Latina e Caribe. “Porém, antes dessa implementação em larga escala na região é preciso resolver o problema dos possíveis impactos no meio ambiente de poluentes como óxidos de nitrogênio ou halogêneos”, alerta Martínez. A opção mais viável, defende o pesquisador, seriam os digestores anaeróbicos, tipo de tratamento bioquímico pelo qual a matéria orgânica decomposta pela ação microbiana gera o biogás. “Os primeiros biodigestores de pequena escala foram instalados na região, sobretudo no início dos anos 1970, e já na década seguinte a maioria dos países havia desenvolvido experiências com essas tecnologias em função do baixo custo de investimento e manutenção”, relata Martínez.

O pesquisador lembra que as tecnologias bioquímicas, como é o caso dos biodigestores, da fermentação e da captura de gás de aterro sanitário, são mais naturais e consomem pouca energia elétrica, entretanto não se adequam a todos os casos. “Os tratamentos bioquímicos levariam anos para processar resíduos de madeira, por exemplo. Nesse caso é melhor lançar mão das tecnologias termoquímicas”, diz. “É preciso escolher as tecnologias levando em conta as características de cada lugar”, completa.

Segundo Martinez, o interesse por biodigestores em larga escala vem ganhando espaço em países da região nos últimos anos, apesar do alto custo de implantação e manutenção, além da complexidade técnica. Entre os exemplos está a primeira unidade de biometanização seca em larga escala para tratar a fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos da América Latina, inaugurada em 2018. O projeto é fruto da parceria entre a empresa mineira Methanum Energia & Resíduos, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Estação de Transbordo da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), da cidade do Rio de Janeiro.

Tecnologia utilizada ali é chamada de metanização extrasseca e produz fertilizantes e biogás a partir de resíduos sólidos. Com exceção de alguns equipamentos importados utilizados na planta, quase tudo foi desenvolvido e fabricado no País: engenharia construtiva, de processo e de controle; e os materiais. “No Brasil vem acontecendo o que chamamos de ‘tropicalização de tecnologia’, uma adaptação das tecnologias europeias ao contexto local, que produz melhores resultados e incentiva a indústria no País”, diz Martínez.

Biodigestor pode produzir energia elétrica para minha casa e para meus negócios?

É por isso que, apesar dos desafios, o pesquisador enxerga com otimismo as perspectivas para a região. “Estamos no caminho certo. Há hoje muitas redes de colaboração onde pesquisadores latino-americanos e caribenhos compartilham experiências e saberes”, diz. “Entretanto, para que isso seja implementado, os países precisam ter políticas públicas voltadas para essa questão”. (ecodebate)