Quebras
de safra ameaçam a produção e a viabilidade econômica dos biocombustíveis.
Crises hídricas impactam a geração hidrelétrica de energia e motivam
acionamento de térmicas a combustíveis fósseis, para citar alguns exemplos.
Uma
das alternativas para substituir os fósseis, a produção de biocombustíveis e
biomassa está fortemente atrelada a condições climáticas que afetam a safra, os
preços e, por fim, a viabilidade econômica do uso.
Nos
Estados Unidos, a agenda verde de Joe Biden está incentivando as maiores
tradings de commodities agrícolas do mundo se prepararem para o boom do setor
de diesel renovável.
Mas
a combinação de planos de aumento na produção de combustíveis renováveis nos
Estados Unidos e Europa – especialmente o diesel verde – com a queda no
fornecimento de óleo de palma da Malásia e Indonésia por conta de inundações
que prejudicaram a safra, está elevando a demanda pelo óleo de soja e a
matéria-prima já registra o maior valor histórico na bolsa de Chicago.
A
soja destinada aos tanques de combustível está tendo um desempenho três vezes
maior do que a usada para alimentação.
Os
preços do óleo de soja registram alta de 66% no ano. A soja em grão —
matéria-prima utilizada mais para a fabricação de óleo e ração animal do que
propriamente para alimentação humana — já subiu 20% desde o início de janeiro.
A demanda global aquecida por óleos vegetais, aliada à expectativa de restrição de oferta de óleo de soja nos próximos anos, tem mantido o mercado futuro em níveis históricos.
Exemplos de projetos nos EUA
-
Cargill decidiu investir US$ 475 milhões para aumentar a capacidade de
processamento de soja, essencial para a produção do óleo usado no diesel
renovável;
-
Archer-Daniels-Midland e Bunge trabalham para tornar as usinas mais eficientes,
e a Andersons planeja uma mesa para negociar matérias-primas para o combustível
verde;
-
As tradings miram o crescimento do mercado quando refinarias americanas, como
Phillips 66, Marathon Petroleum, HollyFrontier e Valero Energy, apostam na onda
do diesel verde;
No
Brasil, cerca de 70% do biodiesel é produzido a partir de óleo de soja. O país
é o maior produtor e exportador da oleaginosa, mas o avanço no preço do óleo
fez o governo recuar na política pública para o biocombustível.
Com
o corte no percentual de mistura de biodiesel ao diesel fóssil nos meses de
maio a agosto determinado pelo governo, a estimativa é que 1,14 milhão de
toneladas de CO2 a mais sejam lançadas na atmosfera, calcula a
Ubrabio (associação do setor de biodiesel).
O
efeito da mudança do clima também chegou à produção de matéria-prima para o
etanol brasileiro.
O início da safra de cana 2021/2022 registrou uma piora na qualidade da matéria-prima, consequência de chuvas abaixo da média histórica que prejudicaram o desenvolvimento na lavoura.
De acordo com o último Índice de Preços Ticket Log (IPTL) divulgado em 07/06/21, os preços do etanol subiram 50,4% nos últimos 12 meses. (biodieselbr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário