Os
preços do óleo de soja, um dos principais insumos de biocombustíveis, registram
alta de 66% no ano. A soja é matéria-prima utilizada mais para a fabricação de
óleo e ração animal do que propriamente para alimentação humana e já subiu 20%
desde o início de janeiro.
O
contrato futuro mais ativo do óleo de soja negociado na CBOT atingiu R$ 0,7374
por libra.
O
USDA, departamento de agricultura dos EUA, prevê menos oferta, menos
exportações, maior esmagamento e maiores estoques finais em sua perspectiva
para a soja em 2021-22. Seu último {ecl-1764||relatório}} com estimativas de
demanda e oferta mundiais de produtos agrícolas, publicado em 12 de maio,
previa o uso maior do óleo de soja para produção de biocombustíveis.
O
esmagamento da soja nos EUA para 2021-22 deve ser de 2,2 bilhões de bushels,
uma alta de 35 milhões em relação à previsão de 2020-21, refletindo margens de
esmagamento favoráveis. O USDA também prevê que o óleo de soja mantenha uma
parcela maior do valor do esmagamento, em vista do estímulo dos preços pelo
maior uso do óleo de soja como insumo na crescente indústria de diesel
renovável.
O
relatório de maio marcou uma mudança na previsão do USDA para biocombustíveis,
já que substituiu “biodiesel” por “biocombustível” e agora inclui a projeção de
uso da soja tanto para biodiesel quanto para diesel renovável, nos termos da
atualização mensal de insumos e capacidade de biocombustíveis da EIA, agência
de informações energéticas dos EUA, que entrou no lugar do relatório de
produção mensal de biocombustíveis.
O
USDA prevê atualmente que 12 bilhões de libras de óleo de soja serão destinados
à produção de biocombustíveis em 2021-22, uma alta em relação aos 9,5 bilhões
de 2020-21 e 8,658 bilhões de 2019-20.
Isso torna o relatório de junho, previsto para quinta-feira, extremamente importante para os investidores de óleo de soja, que esperam que o USDA aumente o otimismo do mercado com estimativas ainda mais favoráveis de esmagamento e consumo.
Nova máxima recorde de R$ 0,76 para o óleo de soja?
Então,
até onde pode subir o contrato futuro mais ativo de óleo de soja na CBOT? A
perspectiva técnica diária do Investing.com sugere novos picos entre R$ 0,74 e
R$ 0,76 para o óleo de soja com entrega em julho na CBOT, dependendo de qual
das duas principais variantes, Fibonacci ou Clássica, os participantes do
mercado prefiram.
No
modelo de Fibonacci, a próxima máxima histórica do óleo de soja seria a R$
0,7439. No modelo clássico, o pico seria a R$ 0,76.
Não
obstante o forte posicionamento técnico e os fundamentos extremamente altistas
do óleo de soja, alguns especialistas questionam a sustentabilidade do rali,
levantando dúvidas sobre a sustentação do atual momento do mercado.
Um
deles é Dan Hueber, analista veterano em grãos e autor do Hueber Report. Como
ocorre em muitos mercados de commodities, Hueber acredita que seria prematuro
descartar mais altas por enquanto. Como afirma sua publicação:
“Mas
a questão para mim é: será que este mercado pode se sustentar em novas
máximas?”
Diante
do seu rali de 66% no ano, o desempenho do óleo de soja é o segundo melhor em
2021, atrás apenas do contrato futuro de suínos magros.
Hueber
observou que a pernada máxima recorde de R$ 0,7374 não se segurou tão bem, com
o contrato de julho recuando 2,4% no fechamento. Ao se referir ao relatório do
USDA e à posição de fundos em óleo de soja na atualização semanal, Hueber
declarou:
“A conclusão do 5º ciclo de 90 dias de calendário desde o fundo em março/20 e se continuarmos subindo até essa data, podemos ter uma configuração de pico”.
“Teremos uma resposta para isso nos próximos dias”. (biodieselbr)
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