Exploração de combustíveis
fósseis ameaça oceanos, afirma pesquisa alemã
Mancha
de óleo próxima ao delta o Mississipi, em 29/04/2010.
Cientistas
alemães concluíram que é urgente acabar com o consumo de combustíveis fósseis
para salvar os oceanos do acúmulo de dióxido de carbono (CO2). Caso
contrário, “uma catástrofe de extinção em massa poderá acontecer”, afirmou a
pesquisadora Sabine Mathesius, do Centro de Pesquisa Oceânica Helmholtz, da
cidade de Kiel, na Alemanha.
“A
remoção de dióxido de carbono da atmosfera de forma artificial, como vem sendo
proposto, não salvará os oceanos se prosseguirmos com os hábitos atuais de
mineração e perfuração para obter carvão, petróleo e gás”, disse Sabine.
A
água dos oceanos, que absorve dióxido de carbono a um nível sem precedentes,
está ficando mais ácida que nos últimos 300 milhões de anos, o que poderá
precipitar a extinção em massa de espécies marinhas, alertou a pesquisadora.
Como as medidas de redução artificial de dióxido de carbono “nunca antes foram
testadas na sua eficácia”, os investigadores desenvolveram um software,
considerando um cenário até 2150.
“A
remoção de CO2 permitiria potencialmente à atmosfera voltar aos
níveis de concentração de gases de efeito estufa da era pré-industrial, mas não
salvaria os oceanos”, afirmaram os cientistas.
Segundo
eles, mesmo retirando enormes quantidades de CO2 da atmosfera, não
ajudaria muito o oceano profundo. “Não há qualquer justificativa para continuar
adiando a redução das emissões de CO2”, afirmou a cientista, que
também é investigadora do Instituto de Pesquisa para Impactos Climáticos.
As
emissões de gases de efeito estufa, provenientes da ação humana, são absorvidas
em cerca de 25% pelos oceanos, o que “causa o rápido aquecimento dos mares e também
a acidificação dos oceanos a uma velocidade sem precedentes.” Essas alterações
interferem no metabolismo de vários grupos de organismos como corais, esponjas,
moluscos com conchas, crustáceos e entre outros.
Para
a pesquisadora alemã, o transporte dos nutrientes [fitoplâncton, a base da
cadeia alimentar marinha] das profundezas para a superfície fica bastante
impossibilitada. Acrescentou que, em longo prazo, “isso ameaçará as formas de
vida marinhas de muitas espécies, pondo em risco a biodiversidade e as
intricadas cadeias alimentares”.
Há
65 milhões de anos “a acidificação dos oceanos foi um dos principais motores de
extinções marinhas”, explicou Sabine Mathesius. Por isso, segundo ele, é
possível que ocorra um “episódio de extinção em massa”. (ecodebate)
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