Toda essa conversa sobre
petróleo desperta um contínuo interesse em alternativas para a gasolina. Carros elétricos e células combustíveis de hidrogênio estão sendo discutidos
como alternativas viáveis para o petróleo. À medida que a tecnologia melhora,
esses conceitos podem se tornar realidade. Mas e agora?
Ônibus movido a biodiesel
de grão de soja
Uma opção viável são os
biocombustíveis, feitos de ingredientes biológicos em vez de combustíveis
fósseis. Esses ingredientes iniciais podem variar do milho e da cana-de-açúcar
aos grãos de soja e até à gordura animal, dependendo do tipo de combustível
produzido e do método de produção.
Neste artigo, vamos
observar mais a fundo o biodiesel, um dos mais importantes biocombustíveis.
Para iniciantes, uma boa dica é dar uma olhada em Como funcionam os motores dos carros e Como funcionam os motores a diesel para adquirir algum
embasamento no assunto.
Então o que é biodiesel? De
uma maneira geral, biodiesel é uma alternativa ou um aditivo para o diesel tradicional,
feito de ingredientes biológicos em vez de petróleo (ou petróleo bruto). O
biodiesel normalmente é feito de óleos vegetais ou gordura animal através de
uma série de reações químicas. Ele é atóxico e renovável. Como o biodiesel é
essencialmente originário de plantas e animais, suas fontes podem ser renovadas
por meio da agricultura e da reciclagem.
Biocombustíveis como o etanol, feito de milho, e o biodiesel, feito de soja, ajudam a sustentar a agricultura dos Estados Unidos. No Brasil o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar.
Biocombustíveis como o etanol, feito de milho, e o biodiesel, feito de soja, ajudam a sustentar a agricultura dos Estados Unidos. No Brasil o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar.
O biodiesel é seguro e pode
ser usado em motores a diesel. Apesar de o biodiesel poder ser usado em sua
forma natural, normalmente ele é misturado ao diesel tradicional. As misturas
são indicadas pela abreviação Bxx, onde xx é a porcentagem de biodiesel na
mistura. Por exemplo, a mistura mais comum é a B20, ou 20% de biodiesel para
80% de tradicional. Assim, B100 refere-se ao biodiesel puro.
O biodiesel não é,
entretanto, apenas um termo polivalente. Há também uma maneira técnica e formal
reconhecida pela ASTM International (em inglês) (conhecida
previamente como American Society for Testing and Materials - Sociedade Americana
de Testes e Materiais), organização responsável por estabelecer padrões
industriais. Segundo o National Biodiesel Board (em inglês) (Comitê
Nacional de Biodiesel dos Estados Unidos - NBB), a definição técnica do
biodiesel é a seguinte:
Combustível formado de ésteres mono alcila de
ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou gordura animal,
denominados B100 e seguindo as exigências da ASTM D 6751.
Isso pode parecer um tanto
complexo, mas na verdade é mais familiar do que você possa imaginar.
Grãos de soja podem ser
transformados em biodiesel
Parte do que faz o
biodiesel tão atraente e interessante é que ele pode ser produzido a partir de
diversas fontes naturais. Apesar da gordura animal poder ser utilizada, o óleo
vegetal é a maior fonte de biodiesel. Você provavelmente já usou alguns deles
na cozinha da sua casa. Cientistas e engenheiros podem utilizar óleos de soja,
semente de colza, canola, palma, algodão, girassol e amendoim para produzir o
biodiesel. O biodiesel pode ser produzido até mesmo de gordura de cozinha
reciclada!
O ponto em comum entre
todas as fontes do biodiesel é que todos contêm gordura de alguma forma. Óleos
são nada mais que gorduras que se liquefazem em temperatura ambiente. Essas
gorduras, ou triglicerídeos (algumas vezes chamadas de triglicérides), são
feitas de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Esses triglicerídeos são consideravelmente
predominantes. Somados a óleos vegetais caseiros, eles estão presentes até em
coisas comuns como manteiga e banha. Você pode já ter visto uma contagem de
triglicérides, caso tenha feito algum exame de sangue.
Uma maneira de visualizar
estes triglicerídeos é pensar em um "E" maiúsculo. Formando a espinha
dorsal desse E está uma molécula conhecida como glicerina. A glicerina é um
ingrediente comum utilizado na fabricação de produtos como sabão, produtos
farmacêuticos e cosméticos. Anexas à espinha dorsal desta glicerina e formando
os elementos horizontais do E estão as cadeias longas compostas de carbono,
hidrogênio e oxigênio. Estes são chamados de ácidos graxos.
Então, como estes
triglicerídeos acabam em um carro, caminhão ou barco? O biodiesel não é óleo
vegetal puro. Embora o óleo vegetal cru tenha sido usado para abastecer motores
a diesel no passado, ele normalmente causava problemas. A gordura ou o óleo
deve primeiramente ser submetido a uma série de reações químicas a fim de se
transformar em combustível. Há algumas maneiras diferentes de se produzir o
biodiesel, mas a maioria das instalações de produção desenvolve o biodiesel
industrial por meio de um processo chamado transesterificação. Neste processo,
a gordura ou o óleo é primeiramente purificado e então reagido com um álcool,
geralmente metanol (CH3OH) ou etanol (CH3CH2OH)
na presença de um catalisador como o hidróxido de potássio (KOH) ou o hidróxido
de sódio (NaOH). Quando isso acontece, o triglicerídeo é transformado para
formar os ésteres e a glicerina. Os ésteres resultantes são o que então
chamamos de biodiesel. (carros.hsw)
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