Embrapa e Ubrabio realizam debate sobre biodiesel,
saúde e mudanças climáticas
Em 21/08/15 foi realizado o evento "Conversando
sobre Biodiesel, Saúde e Mudanças Climáticas" com equipes da Embrapa
Agroenergia e da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), em
Brasília (DF). O evento teve como foco a divulgação das vantagens desse
biocombustível junto a assessores de deputados federais, senadores e
jornalistas.
O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza,
explica que a iniciativa teve como objetivo oferecer aos profissionais que
assessoram os parlamentares informações qualificadas sobre o panorama atual, as
oportunidades e os desafios para a produção de biodiesel no Brasil. "Essas
pessoas dão suporte à elaboração e à avaliação de propostas que permitam a
evolução do uso desse biocombustível, que já é um caso de absoluto sucesso de
introdução de mais um produto de origem renovável na matriz energética
brasileira", ressalta.
"Nós definimos como público-alvo os assessores
parlamentares e jornalistas porque esses profissionais estão diretamente
envolvidos com as tomadas de decisões que determinam os rumos do país. E nós
queremos também que a sociedade tenha conhecimento e possa participar da
escolha do combustível que é utilizado no nosso sistema de transporte",
explicou o diretor-superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.
O jornalista Osni Calixto, assessor do
secretário-geral da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FrenteBio), senador
Donizeti Nogueira (PT/TO), disse que o evento foi uma espécie de
"pós-graduação em biodiesel". Na opinião dele, todo assessor deve ter
conhecimento do conteúdo abordado. "Porque, de repente, há um debate como
esse, extraordinário, que pode levar o Brasil a realmente crescer, a pensar um
Brasil 20 anos na frente, com menos poluição, e nós não aproveitamos por falta
de conhecimento", comenta.
O evento começou com um debate conduzido por Souza,
da Embrapa Agroenergia; Donizete Tokarski, da Ubrabio; Donato Aranda, professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro e consultor da Ubrabio; e Samya de
Lara Pinheiro, pesquisadora da Rede Clima e Fiocruz-RJ. O chefe-geral da
Unidade da Embrapa mostrou aos participantes que a palavra-chave para o setor de
biodiesel é diversificar. Isso vale tanto para as matérias-primas quanto para
os produtos obtidos nas indústrias.
Atualmente, cerca de 75% do óleo utilizado na
produção do biocombustível vem da soja; outros 20% da matéria-prima são
constituídos de gorduras animais, especialmente sebo bovino. A inclusão
expressivas de outras culturas, como o dendê e a macaúba, poderia incrementar a
participação de agricultores do Norte e Nordeste do Brasil no Programa Nacional
de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). As duas plantas fazem parte de pesquisas
envolvendo várias unidades da Embrapa e parceiros.
Menos poluição
A previsibilidade é outra palavra-chave para o
setor. Em janeiro deste ano, a introdução do biodiesel na matriz energética
brasileira completou 10 anos. Entre as vantagens ambientais do combustível está
a emissão zero de enxofre. Esse elemento químico, liberado na queima do diesel
fóssil, forma SOx, composto que provoca chuva ácida e problemas respiratórios
na população. O biodiesel também emite menos material particulado, cujos
prejuízos para a saúde atingem desde o sistema cardiovascular até o
reprodutivo.
A pesquisadora da Fiocruz Samya de Lara Pinheiro
ressaltou os benefícios do uso do biodiesel para a saúde: "A utilização do
biodiesel, puro ou em adição ao diesel fóssil, traz reduções na emissão de
diversos poluentes – principalmente o material particulado. E a redução das
emissões de material particulado está associada à diminuição significativa de
casos de internações e mortalidade relacionados à poluição do ar".
Produção
Após o debate, os participantes visitaram uma
exposição, onde conheceram os frutos da macaúba, do dendê, além de sementes de
outras oleaginosas, e conversaram com o pesquisador Bruno Laviola, da Embrapa
Agroenergia, que trabalha com a domesticação de plantas com potencial
agroenergético. Também viram ao vivo a produção de biodiesel e ouviram da
pesquisadora Itânia Soares uma explicação sobre a reação química que dá origem
ao biocombustível. Conheceram, ainda, um fotobiorreator de microalgas – a
analista Lorena Garcia apresentou as pesquisas da Unidade nessa área. Por fim,
os participantes conheceram os laboratórios da Embrapa Agroenergia.
Para a realização e divulgação do evento, a Unidade
contou com o apoio da Secretaria de Comunicação e da Assessoria Parlamentar.
Além de assessores parlamentares e jornalistas, participou do evento o
secretário de Estado de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do
Distrito Federal, José Guilherme Tollstadius Leal, que elogiou a iniciativa e destacou
a importância do PNPB para a economia do Centro-Oeste. O administrador regional
de Brasília, Igor Tokarski também compareceu. (biodieselbr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário