segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Ex-funcionário processa operadora de Fukushima

Ex-funcionário processa operadora da central de Fukushima por câncer
Homem trabalhou meses após acidente nuclear causado por tsunami.
Sua tarefa era retirar escombros com máquinas, segundo denúncia.
Trabalhadores vestem roupas especiais para trabalhar na usina de Fukushima.
Um ex-funcionário da acidentada usina nuclear de Fukushima entrou com um processo contra a companhia operadora da central por contrair câncer por causa de sua exposição a uma dose excessiva de radiação, informou a imprensa japonesa.
O processo foi apresentado na terça-feira pelos advogados do ex-funcionário perante o tribunal de Sapporo. Segundo os advogados, este é o primeiro processo que se baseia na suposta relação entre os trabalhos em Fukushima após a crise nuclear de 2011 e o desenvolvimento de um câncer, destacou o jornal "Mainichi".
O antigo empregado da usina, de 57 anos, reivindica uma indenização de 65 milhões de ienes (cerca de R$ 1,92 milhão) à operadora da usina, Tokyo Electric Power (TEPCO), e a duas terceirizadas encarregadas dos trabalhos nas instalações nucleares, afirmou por sua parte o jornal "Asahi".
O homem trabalhou na central de Fukushima Daiichi entre o início de julho e o final de outubro de 2011, meses depois do acidente nuclear causado pelo terremoto e o tsunami de 11 de março do mesmo ano.
Sua tarefa era retirar escombros com máquinas, segundo consta da denúncia, na qual estima ter recebido uma dose de radiação superior a 100 microsieverts durante o citado período, e afirma que em algumas ocasiões trabalhou sem dosímetro (dispositivo que registra a radiação acumulada no corpo).
Isto significaria que em quatro meses superou o limite de radiação anual fixado pela legislação japonesa para trabalhadores de instalações nucleares, embora o governo tenha decidido elevar o teto anual até os 250 microsieverts de forma excepcional durante a crise de Fukushima.
Quase um ano após trabalhar em Fukushima, o homem foi diagnosticado com três casos independentes de câncer na bexiga, no estômago e no cólon, segundo o "Asahi".
Antes de apresentar o processo, o ex-funcionário da central nuclear reivindicou uma compensação por acidentes de trabalho que foi rejeitada pelo escritório de inspeção do trabalho da província de Fukushima.
Por sua parte, a operadora da usina assinalou que examinará o processo e oferecerá uma resposta adequada.
Cerca de 7.000 pessoas trabalham diariamente nos complicados trabalhos de desmantelamento da central e de controle dos resíduos radioativos. (g1)

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