Transformar alga em biocombustível não
é tão simples como parece
Acredite ou
não, um dia as algas poderão nos proporcionar parte de nossa independência aos
combustíveis fósseis. Mas usar as algas como biocombustível não é algo tão
simples como pegá-las da superfície de um lago ou reservatório e colocá-las em
tanques de combustíveis. Os cientistas têm que usar vários métodos mecânicos e
químicos (ou a combinação dos dois) para extrair o óleo dessas algas e
convertê-lo em um combustível viável.
Uma forma comum
de extração mecânica do óleo é chamada de prensagem, no qual o óleo é
literalmente pressionado para fora da alga (processo parecido com a
extração do óleo de oliva das azeitonas). Há diversos tipos de prensas e o uso
dos mesmos depende da cepa das algas, já que cada cepa tem propriedades físicas
diferentes. Uma vez que o óleo tenha sido removida da alga através da
prensagem, um método químico pode ser usado para favorecer a continuidade do
processo de extração.
Usando apenas o
método de prensagem, os pesquisadores têm sido capazes de extrair até 80% do
óleo das algas.
Um segundo tipo
de extração mecânica é a extração ultrassônica, cujo processo é mais rápido que
a prensagem. Esse método usa ondas ultrassônicas para criar bolhas em um
solvente (um líquido usado para dissolver outra substância). Quando as bolhas
se quebram perto das algas, elas fazem com que suas paredes celulares também se
quebrem, liberando o óleo no solvente.
Embora os
métodos mecânicos tenham sido bem sucedidos, eles não são os únicos utilizados
pelos cientistas – solventes químicos também costumam ser usados para extrair o
óleo das algas. Esses solventes são eficazes, mas podem ser um tanto perigosos
para se lidar. O benzeno, por exemplo, é um solvente barato, mas é classificado
como carcinogênico, e outros solventes químicos também podem vir a causar
explosões.
O hexano é outro solvente químico
que pode ser usado sozinho, ou em combinação com o método de prensagem, para
separar o óleo da alga. Quando usados em conjunto podem extrair cerca de 95% do
óleo das algas. Mas o hexano não para por aqui. Ele também pode ser misturado
com a polpa que permanece após a prensagem para extrair ainda mais óleo.
Outros métodos
químicos incluem a extração soxhlet, no qual um solvente orgânico é usado para
remover o óleo da alga através de repetidas lavagens, e a extração com fluido
super critico, no qual o dióxido de carbono líquido é aquecido e usado como um
solvente para a extração do óleo.
O óleo extraído
através desses métodos é conhecido como “petróleo verde” e não está pronto para
ser usado como combustível até que seja submetido a outro processo chamado
transesterificação. Esta etapa adiciona mais substâncias à mistura, incluindo
álcool e um catalisador químico que faz com que o álcool reaja com o óleo. Essa
reação cria uma mistura de biodiesel e glicerol. A etapa final do processo
separa o glicerol da mistura deixando um biodiesel que está pronto para ser
usado como combustível. (carros.hsw)
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