Países que abandonam a energia nuclear, a mantêm ou a
desejam
O Japão, depois da
Alemanha e da Suíça, se tornou o terceiro país a decidir pelo fechamento
progressivo de todas as suas usinas de produção de energia nuclear desde a
catástrofe de Fukushima, mas outros ainda confiam nesta fonte de energia e
alguns querem, inclusive, construir seus primeiros reatores.
Os que querem sair ou
não querem continuar utilizando-a
O Japão se somou
nesta sexta-feira a Alemanha e Suíça, que tinham decidido no ano passado,
depois da catástrofe nuclear que ocorreu no arquipélago japonês, abandonar
progressivamente a energia atômica para geração de eletricidade.
A Itália, por sua
vez, decidiu depois de Fukushima não relançar a indústria nuclear. Esta fonte
de energia foi abandonada na península nos anos 1990. Em 2008, o governo da
época reverteu a medida, mas em junho de 2011, a esmagadora maioria dos
italianos se pronunciou em um referendo contra o retorno da energia nuclear.
A Bélgica confirmou,
após Fukushima, uma lei adotada em 2003 prevendo o abandono progressivo da
energia nuclear até 2025. Este ano o governo decidiu que o abandono será
progressivo entre 2016 e 2025.
Os que querem
continuar
Vários países
confirmaram a vontade de recorrer à energia nuclear por diferentes razões, mas
principalmente pela necessidade de garantir o fornecimento de energia sem
depender das fontes fósseis importadas ou porque veem nela uma forma inevitável
de reduzir suas emissões de CO2.
Neste grupo estão
incluídos França, Grã-Bretanha, Rússia, China, Índia e Estados Unidos, entre
outros, embora muitos projetos americanos sejam ameaçados pela concorrência do
gás xisto (obtido por fratura hidráulica), comercializados a preços muito
vantajosos.
Na América Latina, o
Brasil retomou em 2010 as obras de construção de Angra III, depois de 24 anos
de polêmica, e até 2020 não tem previsto novas usinas. A Argentina pôs em
funcionamento em 2011 sua terceira usina atômica, a de Atucha II. Seu plano
estratégico prevê a construção de uma nova central nuclear, a de Atucha III, e
a ativação de um reator de baixa potência CAREM, desenhado e projetado pelos
argentinos.
Em março deste ano, o
México, terceiro país latino-americano com esta tecnologia, anunciou que
analisava a possibilidade de criar duas centrais eletronucleares dentro das
instalações onde está a única que opera atualmente no país (Laguna Verde,
leste), que já conta com dois reatores.
Alguns desses países
realizam programas muito importantes de construção de novas usinas nucleares,
como é o caso da China, e também da Grã-Bretanha, que quer renovar todo o seu
parque nuclear, ou da África do Sul, que só tem uma central construída nos anos
1970 (a única em uso no continente africano) e quer construir 6 novos reatores.
Os que querem
construir seus primeiros reatores
Uma série de países
quer atualmente desenvolver a energia nuclear, em particular os Estados do Golfo,
que atualmente geram eletricidade a partir do petróleo ou do gás e tentam
preservar seus recursos hidrocarboríferos.
Isso inclui países
como Polônia, Turquia, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e também Arábia
Saudita, sem falar do caso muito controverso do programa nuclear iraniano,
reivindicado para fins pacíficos por Teerã, mas que as grandes potências
suspeitam que encubra um programa com fins militares. (EcoDebate)
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