sábado, 30 de março de 2013

Itaipu aumenta a produção

Mesmo com um dia a menos do que em 2012, por causa do calendário bissexto, e com um panorama hidrológico menos favorável, a usina de Itaipu superou, de janeiro a 19 de março deste ano, a produção acumulada em igual período do ano passado.
A virada sobre 2012 foi exatamente às 23h04 de 19/03/13, quando os painéis da Sala de Supervisão e Controle da usina mostravam uma geração total de 21.450 megawatts-hora (MWh).
A outra boa notícia é que, com a chegada de mais água dos rios do Paraná, em especial o Piquiri, o Ivai e o Tibagi, Itaipu também vem recuperando o nível de seu reservatório.
A usina estava operando na manhã de 20/03/13, na cota 219,40 metros acima do nível do mar, faixa operativa normal.
Tanto na abundância de recursos hídricos quanto nas fases de escassez, a área técnica de Itaipu está se especializando cada vez mais no aproveitamento otimizado de sua principal matéria-prima. É a chamada “dança com as águas”, um sincronismo entre produção e manutenção para a otimização do uso da água para gerar energia.
Desde o final do ano passado, a Itaipu vem sendo bastante exigida, mantendo sua produção em alta para atender as necessidades dos sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai.
Houve momentos, inclusive, que a usina precisou recorrer ao estoque de seu reservatório para “segurar as pontas” e garantir a demanda. Por sorte, as chuvas vieram em abundância principalmente nos últimos meses do período considerado chuvoso, entre outubro e março.
Com isso, Itaipu atendeu o sistema e conseguiu elevar o nível do seu reservatório, maximizando a produção de energia – tão importante para o Brasil e Paraguai neste momento- sem desperdício de água.
“A confiabilidade dos equipamentos, assim como a supervisão e controle da usina em tempo real, têm garantido um desempenho exemplar, permitindo que a estratégia de produção seja aplicada em 100% do tempo, ou seja, que o recurso crítico, as águas do Paranazão, seja utilizado de forma maximizada o tempo todo”, explica o superintendente de Operação, Celso Torino.
De acordo com o superintendente, se esse desempenho for mantido até o final do mês, março de 2013 poderá ter a segunda melhor produção mensal dos quase 29 anos de produção da Itaipu, perdendo somente para o mês de julho do ano passado, quando a usina produziu 9,11 milhões de MWh.
“Adicionalmente, as ações estruturantes de 2012 estão contribuindo para que a usina continue produzindo bastante e com excelência”, avalia. Entre outras iniciativas, Torino cita o retorno à operação da unidade geradora 6, a entrada em operação da Linha Foz-Cascavel em 500KV, Lógicas que elevaram limites de geração e transmissão em configuração completa ou alterada (chamada N-3), a otimização no Plano de Manutenção, que aumentou a disponibilidade das unidades geradoras e a estratégia do Plano de Produção, que busca otimizar a subordinação das indisponibilidades dos ativos aos recursos energéticos.
“Todas essas ações são exemplos de acontecimentos estruturantes que foram implantados ao longo de 2012 e tiveram como resultado a eliminação de gargalos e o aumento da nossa capacidade de escoamento da produção. Produção entre 12 mil e 13,8 mil MW e vertimento zero têm sido a regra. Manter a produção da Itaipu nestes níveis de excelência e com esta escala é um grande desafio para todos nós”, reforçou. (ambienteenergia)

Itaipu quer reativar hidrelétrica

A usina hidrelétrica de Itaipu apresentou em 15/03/13 no escritório de administração do Parque Nacional do Iguaçu (PNI), um estudo para reativar a usina São João. Fechada na década de 80, a unidade, instalada dentro do parque nacional, foi a primeira usina a abastecer Foz do Iguaçu com energia elétrica e uma das primeiras construídas fora da capital do estado.
O projeto foi entregue pelo superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr., ao chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro. Participaram da reunião o superintendente de Comunicação Social de Itaipu, Gilmar Piolla, engenheiros da binacional e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), concessionários e técnicos envolvidos na conservação do parque.
De acordo com Cícero Bley, a proposta contempla quatro eixos: a recuperação de um importante patrimônio histórico do município, hoje degradado; a promoção do conceito de mobilidade sustentável; dotar o parque nacional de autonomia energética; e desenvolver a educação ambiental e o turismo técnico-científico.
Ônibus e VLT elétricos - Uma das ideias é substituir, no futuro, a atual frota de ônibus movidos a diesel por modelos com motor elétrico, ou até mesmo se pensar numa alternativa de mobilidade sustentável do parque, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Todos abastecidos com a energia gerada pela usina São João.
“Desta forma, os turistas que visitarem as Cataratas do Iguaçu, uma das Sete Maravilhas da Natureza, seriam conduzidos em veículos verdes, que não poluem o ambiente com a emissão de CO2”, disse Gilmar Piolla, que também preside o Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu – o Fundo Iguaçu.
Cícero Bley destaca a possibilidade de os visitantes descobrir, em pequena escala, como funciona uma usina e quais as vantagens da hidreletricidade como fonte de energia limpa e renovável. Trilhas ecológicas levariam os visitantes para conhecer a barragem e a casa de máquinas.
“Hoje, o turista que visita Foz do Iguaçu tem a oportunidade de visitar a maior geradora de energia do planeta, que é Itaipu Binacional. Com o projeto São João, ele poderá também observar como funcionavam as antigas centrais hidrelétricas, que no passado tiveram um papel decisivo para o desenvolvimento do país”, afirmou. “Tudo isso dentro de um patrimônio natural extraordinário.”
Sonho antigo - Jorge Pegoraro revelou que a recuperação da usina São João é um sonho antigo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – que administra o parque nacional. A dificuldade era encontrar um projeto que aliasse a preservação do patrimônio histórico com a questão da sustentabilidade.
“Por isso, buscamos o apoio de Itaipu e repassamos todos os dados necessários. Estamos satisfeitos com o resultado porque o projeto leva em conta aspectos importante, como a educação ambiental, e vem ao encontro das necessidades do parque”, comentou. Segundo ele, uma equipe técnica será destacada para avaliar a proposta de Itaipu. Na sequência, começa a busca por alternativas para viabilizar a execução do projeto, incluindo a possibilidade de novas parcerias. “É importante destacar que a usina já está instalada e os impactos ambientais serão mínimos.”
Um pouco de história - A usina São João foi construída no Rio São João, que corta o parque nacional e desagua na margem direita do Rio Iguaçu. A unidade foi inaugurada em 1942 e, até 1957, forneceu energia para todo o parque, o Hotel das Cataratas e também para a cidade de Foz do Iguaçu.
Com a construção de novas unidades de geração na região de Foz do Iguaçu, nas décadas de 70 e 80, a participação da usina no abastecimento da cidade foi diminuindo. Em 1983, um ano antes de Itaipu começar a gerar energia, uma grande enchente elevou o nível do Rio Iguaçu e inundou a casa de máquinas. De lá para cá, a usina São João nunca mais funcionou. As duas antigas turbinas foram levadas para o Ecomuseu, mantido por Itaipu.
Nova potência - O projeto de Itaipu contempla a possibilidade de repotencializar a antiga usina, amentando a capacidade instalada para até 910 KW. Quando foi projetada e construída, a capacidade era de 336 KW – o suficiente para abastecer o consumo médio de duas mil residências.
A decisão de aumentar ou não a carga da usina, segundo Cícero Bley, levará em conta estudos demanda, que ainda estão em elaboração. O objetivo é deixar a unidade do tamanho necessário para abastecer os veículos elétricos e gerar eletricidade para a usina. O superintendente de Itaipu disse ainda que, estruturalmente, a usina São João apresenta boas condições – a barragem tem 4,7 metros de altura e aproximadamente 80 metros de extensão. Para que volte a gerar energia, serão necessários investimentos em equipamentos, como a aquisição de um novo conjunto de turbinas. (ambienteenergia)

quinta-feira, 28 de março de 2013

Flex fuel, uma visão do consumidor

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou a Nota Técnica “Avaliação do Comportamento dos Usuários de Veículos Flex Fuel no Consumo de Combustíveis no Brasil”, coordenada pela Diretoria de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. O estudo traz uma avaliação da pesquisa qualitativa e quantitativa contratada pela EPE no ano de 2010, a fim de analisar o comportamento dos usuários de automóveis flex fuel em diferentes regiões do país e seu impacto na demanda de etanol hidratado e de gasolina C.
Os objetivos específicos da pesquisa foram:
• Identificar os principais fatores e variáveis que determinam o processo de escolha do consumidor quanto ao combustível a ser utilizado;
• Criar uma base de dados sobre o comportamento do usuário de veículo flex fuel na escolha entre gasolina C e etanol hidratado;
• Analisar a relação entre os preços relativos desses combustíveis e suas demandas relativas, para subsidiar as projeções de longo prazo de demanda de etanol e gasolina;
• Desenvolver modelos regionais e nacionais para estimar a demanda relativa de etanol pela frota flex fuel.
Foram realizadas entrevistas em oito municípios do Brasil: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Campinas, Porto Alegre, Salvador e Recife. Inicialmente, foi realizada a pesquisa qualitativa e, em seguida, com base nos resultados obtidos, elaborou-se um questionário, através do qual procedeu-se à pesquisa quantitativa, nos mesmos municípios.
A pesquisa quantitativa, elaborada pelo Instituto Olhar Pesquisa e Informação Estratégica, sob supervisão da EPE, foi realizada por meio de um survey de opinião, aplicado junto a usuários frequentes de veículos leves flex fuel, de ambos os sexos, responsáveis pelo seu abastecimento, com no mínimo 06 meses de experiência com este tipo de veículo e residentes nas localidades citadas. A coleta de dados ocorreu entre os dias 16 e 29 de novembro de 2010. Ao todo, foram realizadas 1.400 entrevistas.
A EPE pretende utilizar os resultados obtidos com o levantamento de opinião dos consumidores brasileiros no aprimoramento dos estudos que embasam o Plano Decenal de Energia (PDE) e o Plano Nacional de Energia (PNE), bem como dos estudos de apoio ao Ministério de Minas e Energia para o desenvolvimento de políticas governamentais. A pesquisa também propiciará a criação de uma base estatística para subsidiar o modelo de demanda de energia dos veículos leves. (ambienteenergia)

Aos 10 anos, carro flex aprimora tecnologia

Motor bicombustível está em sua quarta geração; desafio é torná-lo mais eficiente.
O carro flex, com tecnologia que permite abastecer o tanque de combustível com etanol ou gasolina, completa dez anos este mês com o desafio de tornar-se mais eficiente em consumo e de vencer a atual resistência do consumidor em optar pelo álcool para contribuir com a redução de emissões de poluentes, especialmente CO2. Em 2012, enquanto o consumo de etanol caiu 9,6% em relação a 2011, o de gasolina aumentou 11,9%.
Entre as fabricantes de sistemas há uma corrida para ver quem lançará primeiro a nova geração de motores com sistema de injeção direta de combustível. A tecnologia permitirá uma economia de cerca de 5% a 10% em relação ao consumo atual. Outro benefício será a maior eficiência do uso do etanol, o que aumentará o tempo para reabastecer o tanque.
Há uma década, a disputa foi pela paternidade do carro flex. O primeiro automóvel a ser vendido no País com motor bicombustível, em março de 2003, foi um Volkswagen Gol, com tecnologia da Magneti Marelli. A Bosch havia apresentado um modelo flexível nove anos antes, mas sua tecnologia só foi inserida no mercado depois da concorrente.
Atualmente, 87% dos carros novos vendidos no Brasil são flex. Todos os automóveis e comerciais leves fabricados localmente têm essa tecnologia, mas os importados também estão aderindo. Pelo menos 17 modelos trazidos da Argentina, México, China, Coreia do Sul e Tailândia receberam motores flexíveis especialmente para atender o mercado brasileiro. A lista ganhará dois reforços com o Honda CR-V, em maio, e o Hyundai Elantra no segundo semestre.
Neste ano, uma gama maior de carros flex começa a ser vendida sem o tanquinho de gasolina, até então necessário para dar a partida. "A eliminação possibilita maior conforto ao usuário", diz Eduardo Campos, gerente comercial e de engenharia da Marelli. "O sistema passa a gerenciar melhor a partida a frio, o que também reduzirá emissões".
Nesse quesito, a Bosch saiu na frente e já tem seu sistema sem tanquinho à venda em alguns carros top de linha, como Peugeot 308, Citroën C3, Honda Civic e Volkswagen Polo. A Delphi desenvolveu o Injetor Aquecido, que também elimina o tanquinho. O sistema já está no importado chinês JAC J3 Sport.
"Com o Injetor Aquecido, a combustão ocorre de maneira mais completa, resultando em funcionamento mais eficiente, além de minimizar as emissões, podendo chegar a até 30% de redução em alguns casos", diz o diretor de engenharia da divisão Powertrain da Delphi, Roberto Stein.
"Já estamos na quarta geração do motor flex", diz Henry Joseph Jr., presidente da Comissão de Assuntos de Energia e Meio Ambiente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para ele, após o lançamento, o primeiro avanço foi a melhora significativa nas taxas de compressão que favoreceu o uso do etanol. Por volta de 2006 e 2007 vieram os sistemas eletrônicos de controle de gerenciamento. "Agora estamos jogando fora o tanquinho de combustível".
O próximo salto é esperado para daqui a quatro anos, com a chegada da injeção direta de combustível. O sistema injetará o combustível diretamente na câmara de combustão, onde será queimado. O atual, de injeção indireta, aplica o combustível no cabeçote do motor, o que gera perda no percurso.
Consumo. Segundo Campos, a nova tecnologia - que tem movimentado a corrida entre empresas para ver quem sairá na frente com produção em larga escala -, deverá resultar num consumo entre 5% a 10% inferior ao atual, tanto se o motor for abastecido com etanol quanto gasolina.
A vantagem para o etanol será um melhor aproveitamento da energia disponível, "que vai tornar menos frequente a necessidade de abastecimento", diz Martin Marcelo Leder, chefe de engenharia de sistema da Bosch. Hoje, são necessários 30% mais de álcool em relação à gasolina para gerar a mesma energia, por isso a necessidade de parar mais vezes no posto quando o tanque está com esse combustível.
Parte do avanço na eficiência também virá das ações que as montadoras terão de adotar para atender exigência do Inovar-Auto, programa governamental que estabelece metas de consumo para carros novos. Até 2017, os automóveis que rodam pelo País terão de reduzir o consumo em geral em 12% na comparação com os níveis atuais.
Para Leder, uma melhora na relação de consumo também ocorrerá com a introdução do etanol de segunda geração, feito a partir do bagaço da cana e de outras celuloses. Para o longo prazo, analistas veem o flex como parceiro do motor elétrico nos carros híbridos e, mais à frente, o etanol como agente gerador do hidrogênio para carros movidos a célula de combustível. (OESP)

terça-feira, 26 de março de 2013

Energia solar e eólica tem sido menosprezada

Potencial de energia solar e eólica brasileira tem sido menosprezado, diz relatório
O potencial de energia solar e eólica no Brasil tem sido menosprezado nas políticas públicas do setor energético. A avaliação de um grupo de organizações não governamentais que acompanham o setor foi divulgada ontem (12) na segunda edição do relatório O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade.
De acordo com o documento, com as tecnologias disponíveis atualmente para aproveitamento de energia solar, seria possível atender a 10% de toda a demanda atual de energia elétrica com a captação em menos de 5% da área urbanizada do Brasil. Os estudos apontam que, no caso da energia eólica, o potencial inexplorado chega a 300 gigawatts (GW), o que equivaleria a quase três vezes o total da capacidade instalada atualmente no país.
“A questão central é que há uma necessidade de abrir um debate mais amplo entre governo e sociedade. Criticamos as premissas usadas para estimar a demanda [por energia], que são baseadas apenas no PIB [Produto Interno Bruto]”, disse o geógrafo Brent Millikanm, diretor do Programa Amazônia da ONG International Rivers – Brasil.
Segundo ele, com mais espaço de discussão em diferentes setores, o governo conseguiria definir “um planejamento mais amplo que mostre quais as reais necessidade do país e como atender com mais eficiência e menor custo social e ambiental”.
A ausência de uma política de incentivos para a inovação tecnológica e a ampliação da escala de produção de energia têm prejudicado a expansão de outros potenciais elétricos do país, apontam os pesquisadores.
Para os representantes das organizações não governamentais (ONGs) Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace Brasil, Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, International Rivers – Brasil, Amazon Watch e WWF – Brasil,a falta desses estímulos prejudica diretamente os resultados da indústria nacional. “É importante termos uma política mais voltada para eficiência que é fundamental para competitividade industrial”, acrescentou Millikanm.
Os dados apresentados no documento mostram que os investimentos privados em energia renovável no Brasil cresceram 8% em 2011, saltando para US$ 7 bilhões – impulsionados, principalmente, pelo potencial da energia eólica. Em todo o mundo, os investimentos em energia renovável chegaram a US$ 237 bilhões, em 2011, superando os US$ 223 bilhões gastos, no mesmo ano, para a construção de novas usinas movidas a combustíveis fósseis.
Os pesquisadores acreditam que, além de direcionar melhor as demandas, os debates com a sociedade poderiam orientar as estratégias do setor baseado na realidade das regiões e nos potenciais impactos que poderiam gerar.
Millikanm explica que a composição do Conselho de Política Energética, responsável pela aprovação dos planos do setor, refletem a atual situação.
“Deveria ter representantes da sociedade civil e de universidades nesse conselho, mas, essas cadeiras estão vazias. Isso é emblemático da falta de diálogo. Se tivesse um debate mais aberto, tomariam decisões melhores para a sociedade. Como existem parcerias muito fortes das grandes empreiteiras e de outras empresas, como as de mineração, a política pública acaba sendo desviada para alguns interesses”, criticou.
Procurados pela reportagem da Agência Brasil, os ministérios do Meio Ambiente, de Minas e Energia e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não se pronunciaram sobre o estudo. (EcoDebate)

Iluminação pública com energia solar e eólica

A prefeitura de Canoas e o Grupo Baram assinaram, termo de cooperação para projeto piloto e pioneiro no país na área de energia limpa. O acordo prevê a substituição de dois postes para iluminação pública da Rodovia Federal/BR-116 – o segundo mais movimentado do Brasil, que liga Canoas a capital e a cidades do interior do Estado, por dois postes híbridos (energia eólica e solar) com quatro luminárias LED de 100 W instaladas a 18 metros de altura; aerogerador de 3000 W e nove placas solares de 90 W, em formato circular, totalizando 810 W. Os equipamentos serão instalados em até 40 dias e, após seis meses, serão feitos testes de avaliação da eficiência energética.
De acordo com o diretor-presidente do Grupo Baram, Josely Rosa, considerando esses parâmetros, o sistema somado irá gerar para seu próprio consumo 724 kW/mês e evitará a emissão, durante os seis meses de teste, de 4,44 ton CO? (Dióxido de carbono).
A iluminação pública atual da BR-116, trecho Canoas tem, aproximadamente, 220 postes e consumo anual de energia elétrica em torno de 1.670.000 kW/ano. Considerando classe de tarifação B4 – Iluminação Pública (R$/kWh), o gasto anual gira em torno de R$ 234.000,00.
Além de o sistema emitir na atmosfera, através de usinas de geração de energia, mais de 970 ton CO² (Dióxido de
carbono). “Isso significa economia de energia e de recursos para o município, que poderão ser destinados para outras áreas”, destaca o prefeito Jairo Jorge, que ressalta ainda a ação inédita da cidade em todo o país. “Não existe no Brasil uma iniciativa semelhante de alternativa para iluminação pública nas rodovias, tema de extrema relevância e preocupação de todas as prefeituras do país”.
O sistema somado gerará para seu próprio consumo 428.000 kW/ano, quatro vezes menos do atual. A equipe de manutenção será acionada de duas a três vezes menos devido ao longo tempo de vida útil do equipamento, eliminando custos e aumentando a disponibilidade de equipes. “Ainda podemos preservar 6130 árvores que seriam
necessárias para compensar a emissão anual de mais 970 ton CO”, lembra Josely.
Por que utilizar o sistema híbrido? Caso haja falta de energia elétrica a rodovia continuará iluminada, aumentando a segurança.
Alta flexibilidade de geração de energia devido às características climáticas da região sul que são bem favoráveis ao sistema. Alta confiabilidade através do sistema de backup, pois o banco de baterias supre a não geração por cinco dias, podendo ser ampliado conforme a necessidade do projeto.
Vantagens - luminárias LED: Tempo de vida útil maior que 50 mil horas (entre dez e quinze anos) | Muito econômicas comparadas com lâmpadas vapor de sódio |Elevada eficiência luminosa e índice de reprodução de cores; Menor atração de insetos noturnos, pois não emitem raios infravermelhos e geram muito menos calor que os sistemas existentes |Compromisso com o meio ambiente – não demanda tratamento especial em sua fabricação ou descarte. Não tem em sua composição substâncias tóxicas, nem filamentos; Efeito flash ou acendimento imediato.
A Baram Energy é uma empresa do Grupo Baram que busca a conciliação entre a sociedade, crescimento econômico e a preservação ambiental. “Na Baram Energy acreditamos que o desenvolvimento sustentável é possível e assumimos o compromisso de orientar a nossa atividade pelos princípios de desenvolvimento sustentável do Grupo Baram”, destaca Josely.
Grupo Baram - Novo parque industrial da empresa que será inaugurado na cidade de Sapucaia do Sul – Rio Grande do Sul- Com 12 anos de atuação no mercado da construção civil, o Grupo Baram é líder nacional na fabricação de equipamentos de acesso. Possui dois parques industriais no país: um em Fortaleza e outro na cidade de Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. No segundo semestre de 2013, uma nova unidade fabril será inaugurada em Sapucaia que, somada, dará ao Grupo o total de 30 mil m² de fábrica para atender a produção crescente de equipamentos, entre balancins elétricos e manuais, mini gruas, máquina para acabamento de parede, tapume ecológico, gruas, elevadores de cremalheira, caçamba motorizada, dutos para entulhos e, agora, aerogeradores de energia.
A matriz da empresa está localizada no município de Esteio (RS) e o Grupo mantém filiais em seis outros estados, entre eles São Paulo. Criada em agosto de 2000, a empresa conta com 190 funcionários em todo o Brasil. Além do Brasil, a Baram exporta para países da América Latina, como Paraguai, Venezuela, Chile e Uruguai. (ambienteenergia)

domingo, 24 de março de 2013

Energia, entropia, ecologia e economia

Não foi o alarme da mudança climática, nem o encontro Eco-92, no Rio, que despertou nos economistas – alguns deles, pelo menos – a noção de que a economia humana se desenrola num planeta real, de recursos finitos. Já na década de 1960, o romeno Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994) advertiu para a urgência de enriquecer a economia com noções físicas como energia e entropia. Economista com formação de matemático e estatístico, admirado por Joseph Schumpeter e Paul Samuelson e cotado para o Prêmio Nobel por seus trabalhos sobre a teoria do consumidor e a economia agrária, Georgescu-Roegen se dedicou a repensar o modo como a economia pensa a produção. Mas a virada intelectual selou o destino do romeno entre seus pares: até então admirado, ele teve de enfrentar o ostracismo.
Hoje, quando a sustentabilidade se torna pouco a pouco incontornável nas discussões sobre a economia mundial, as ideias de Georgescu-Roegen começam a encontrar um pouco mais de ressonância. Na quarta-feira, será lançado em São Paulo o livro O Decrescimento: Entropia, Ecologia, Economia, com artigos que expõem as ideias pioneiras do matemático romeno. Organizado pelo economista e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Eli da Veiga, o lançamento terá a presença de dois economistas que conviveram com Georgescu-Roegen: o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Delfim Netto e o ex-presidente do Banco Central Ibrahim Eris.
Formado em matemática na Universidade de Bucareste e especializado em estatística na França, Georgescu-Roegen se interessou por economia quando foi professor em Harvard, entre 1934 e 1936. Sua convivência com Schumpeter, um dos maiores economistas do século XX, teria resultado em um livro a quatro mãos, se não tivesse decidido retornar à Romênia com a justificativa de que devia algo a seu país. Mais tarde, ao fim da Segunda Guerra, tornou-se professor na Universidade Vanderbilt.
Em 1966, publicou o livro Analytical Economics: Issues and Problems, centrado na teoria do consumidor e elogiado em profusão por Samuelson, outro dos maiores economistas de seu tempo, com epítetos inequívocos como “professor dos professores” e “economista dos economistas”.
A causa do ostracismo de Georgescu-Roegen – encaminhado pelo próprio Samuelson, que fez desaparecer o nome do romeno de seu ubíquo manual, “Economics”, a partir da décima edição – foi seu interesse intelectual por uma área de estudos até então considerada exotérica, para não dizer absurda: a ecologia. Ao se dar conta de que o processo produtivo e o consumo não são mera função do trabalho, do capital e de insumos, mas uma realidade física, química e social, o até então admirado romeno selou sua sorte no clã dos economistas. “Ele não foi só esquecido. Foi banido. Ele sofreu uma espécie de censura”, diz Veiga.
Segundo o economista da USP, a gota d’água foi a reunião da associação dos economistas americanos (American Economic Association) de 1973. “É como o conclave do Vaticano”, diz Veiga. Nos meses anteriores, fora publicado o manifesto “Rumo a uma Economia Humana”, escrito por membros da organização Fellowship of Reconciliation reunidos em um grupo de trabalho intitulado “Dai Dong”, sob orientação do pacifista americano Alfred Hassler. “Hoje, esse manifesto me parece até ingênuo, mas na época foi considerado radicalmente ecologista ao mencionar ameaças aos ecossistemas”, diz Veiga.
Na reunião dos economistas americanos, de que Georgescu-Roegen participava todos os anos, o matemático romeno propôs que a associação assinasse e apoiasse o manifesto. “Criou-se uma confusão, porque os economistas eram contra e acabaram encontrando uma solução de compromisso: em vez de assinar e apoiar, a associação publicou o texto, mas como anexo e com um tamanho de letra praticamente ilegível.”
Até então respeitado por seus colegas por sua capacidade superior de aplicar a matemática às funções de consumo e produção, Georgescu-Roegen percebeu que sua linha de pensamento era heterodoxa demais para aquele ambiente intelectual. “Georgescu foi bloqueado como são bloqueados todos aqueles que não se integram no mainstream”, afirma Delfim Netto. “Marx é bloqueado, por exemplo. Diz-se que Georgescu não ganhou um Prêmio Nobel porque não criou uma ‘georgescologia’, não fez escola. Mas ele tinha nível para ganhar o Nobel, sobretudo em comparação com as bobagens que ganham hoje.”
Com o avanço progressivo da matematização na teoria econômica, os economistas se puseram a perseguir a ambição de produzir teses tão exatas e claras quanto as da física. Mas os economistas têm de enfrentar uma dificuldade que não atinge os físicos. “Acontece que nossos ‘átomos’ pensam”, argumenta Delfim Netto. “Por isso, em economia, o passado não contém o futuro e não é capaz de explicá-lo. Na física, o passado contém o futuro. É por isso que nenhum modelo econômico funciona de verdade.”
Outro problema que afasta a economia de atingir seu objetivo de perfeição quantitativa, segundo Veiga, é a insistência numa concepção mecanicista e equilibrada do funcionamento do ciclo produtivo. “Com toda sua formação científica, Georgescu-Roegen ficou muito espantado ao começar a estudar a teoria do produtor e descobrir que os conceitos que os economistas tomavam emprestados da física ainda eram todos newtonianos”, diz Veiga. A essa altura, a física já tinha abandonado suas concepções de equilíbrio mecanicista, que ainda orientava as pesquisas econômicas. Já em seu livro de 1966, Georgescu-Roegen se mostrava inconformado com aquilo que Veiga nomeia o “progressivo distanciamento da teoria econômica dos fundamentos básicos das ciências naturais”. Dentre os fundamentos em questão, Veiga cita o campo físico da termodinâmica e o evolucionismo.
Suas preocupações epistemológicas heterodoxas puseram Georgescu-Roegen entre os primeiros economistas a buscar um fundamento para a economia que levasse em conta o fato de que o próprio ato de produzir é transformador, tanto para a matéria-prima quanto para o maquinário e para as sociedades em que tem lugar. Com isso, seu pensamento econômico se tornou progressivamente evolucionário. Até hoje, análises evolucionárias da economia, como as de Geoffrey Hodgson, encontram pouca ressonância na profissão, embora Veiga se refira às ideias do economista britânico, editor da revista Journal of Institutional Economics, como “o futuro da economia”.
Para Delfim, a redescoberta das teses de Georgescu-Roegen é um caminho imposto pelas circunstâncias de um mundo que começa a encontrar seus limites físicos. “A concepção de Georgescu está se impondo naturalmente. Foi homem que antecipou em pelo menos 50, 60 anos essa visão de mundo”, diz. “Mas não foi só intuitivo. Construiu um dispositivo analítico que levava a reconhecer os fatos: o desenvolvimento não é um fenômeno econômico, mas termodinâmico. Portanto, obedece às leis da termodinâmica.”
Ao lado das mudanças no processo produtivo, o economista romeno passou a argumentar que a produção não pode ser entendida como um sistema fechado, capaz de funcionar indefinidamente a partir de seus princípios, sem levar em consideração o canal de entrada de recursos. Se fosse assim, a economia funcionaria como um “moto-perpétuo”, a máquina capaz de trabalhar eternamente, sem o acréscimo de energia exterior. Mas isso seria absurdo, porque exigiria o esquecimento da segunda lei da termodinâmica, segundo a qual todo sistema caminha na direção do equilíbrio, isto é, da máxima entropia, e deixa de produzir qualquer modificação.
Georgescu-Roegen se esforça por introduzir o tempo nas equações de produção, propõe a necessidade de entender diferenças qualitativas nas funções de capital e trabalho, em vez de ater-se às proporções quantitativas entre um e outro, e termina por afirmar que, em vez de falar em produção, a teoria econômica deveria referir-se a uma transformação. Afinal, o processo de produção econômica consiste em tomar elementos da natureza e transformá-los em mercadorias para o consumo humano, com um gasto concomitante de energia que se degrada necessariamente e é irrecuperável.
Segundo Veiga, o título escolhido pelos organizadores franceses Jacques Grinevald e Ivo Rens para a coletânea de artigos de Georgescu-Roegen não é o ideal. O termo “decrescimento” é infiel às ideias do economista romeno. O termo assumiu um sentido mais político do que propriamente “bioeconômico”, para usar as palavras do romeno. Georgescu-Roegen, no texto “A Energia e os Mitos Econômicos”, escreve – com bastante sarcasmo, na avaliação de Veiga – um programa de nove pontos para chegar a um equilíbrio ambiental e econômico, conforme proposto por economistas ecológicos com quem ele não concordava inteiramente. Esses pontos incluíam generalidades como o fim da guerra e a redução da população, além de propostas como o fim da moeda e a cura da “sede mórbida por engenhocas extravagantes”.
Veiga aponta os limites do pensamento de Georgescu-Roegen, a começar pela ideia de decrescimento, radicalizada por rivais e alunos seus como, respectivamente, Kenneth Boulding e Herman Daly. “Falar em abrir mão do crescimento pode fazer muito sentido na Escandinávia, na Áustria e na Suíça, mas a maior parte do mundo precisa do crescimento econômico, e muito”, afirma.
Paralelamente, o economista romeno cai em armadilha parecida com a de Thomas Malthus, que previu, no século XIX, uma crise alimentar como resultado do crescimento populacional explosivo. “Quando penso no tempo que levaria para que a entropia nos obrigasse a abdicar do crescimento, concluo que seriam séculos”, diz Veiga. “Afinal, a eficiência energética da produção está aumentando muito rapidamente. A intensidade carbono da economia mundial, por exemplo, é muito inferior ao que era há poucas décadas.”
Veiga evoca os conceitos de “descolamento relativo” e “descolamento absoluto” para explicar seu ceticismo com os alarmes de Georgescu-Roegen. Na maior parte do mundo, incluindo a até recentemente “muito suja” China, a produção dos bens exige cada vez menos custo energético, mas o consumo do insumo continua a crescer em termos absolutos porque a economia cresce. No Reino Unido, porém, há indícios de que o consumo energético esteja caindo absolutamente. “É um indício de que a economia está se tornando imaterial, e essa tendência tende a se generalizar”, diz.
O evento em homenagem a Georgescu-Roegen será realizado na FEA-USP, faculdade cujo primeiro programa de pós-graduação em economia ele ajudou a criar, na década de 1960. O economista esteve no Brasil graças ao acordo entre o Ministério da Educação e o Usaid, programa de ajuda econômica do governo dos EUA. Do período passado no Brasil, Georgescu-Roegen levou diversos alunos para doutoramento nos EUA. Lá, o então futuro presidente do Branco Central Ibrahim Eris foi um dos poucos alunos a completar uma tese com o exigente professor. (EcoDebate)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Referência para a energia nuclear

O Centro de Proteção Ambiental para uso da Energia Nuclear, sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP irá desenvolver tecnologias, cuidados e procedimentos para a utilização segura da energia gerada pelos reatores nucleares. Formado por pesquisadores do IFSC e da Escola de Artes Ciências e Humanidades (EACH) da USP, o grupo também acompanhará os estudos internacionais sobre a técnica de produção de eletricidade pela fusão nuclear induzida por laser, que não produz resíduo. A iniciativa conta com o apoio da Eletrobras – Eletronuclear, empresa que administra as centrais nucleares existentes no país.
“Para cada fonte de energia é necessário verificar formas de controle e os possíveis danos ambientais que podem ser causados”, aponta o professor José Eduardo Martinho Hornos, do IFSC, responsável pelo Centro. Os cientistas desenvolveram o projeto teórico de um repositório de combustível nuclear usado, a fim estudar questões relacionadas a energia termonuclear e resíduos, e que poderá servir no futuro para orientar a construção de instalações destinadas a armazenagem dos rejeitos no Brasil.
De acordo com o professor, apesar da quantidade de resíduos existentes atualmente no País ser reduzida, ela tende a aumentar nas próximas décadas. “Na usina Angra II, no Rio de Janeiro, por exemplo, que tem capacidade de gerar 1 Gigawatt de energia, o volume de combustível usado todo ano é da ordem de poucos metros cúbicos”, afirma.
“Embora hoje a energia nuclear seja utilizada, principalmente, para controlar a sazonalidade das usinas hidrelétricas, o crescimento da economia aumentará a demanda por outras fontes energéticas, o que deve receber a devida atenção da sociedade desde já”, destaca Hornos. Reunido no Espaço “Almirante Álvaro Alberto”, existente no IFSC, o grupo continuará pesquisando o armazenamento de resíduos e também os problemas ligados à segurança nuclear.
Trabalho educativo – Além do desenvolvimento de procedimentos de segurança, o Centro também realizará um trabalho educativo junto a população. “Serão ações que visam desenvolver uma cultura de atenção ao uso de materiais radioativos, seja na produção de energia ou em aplicações médicas”, acrescenta Hornos.
A técnica de fusão nuclear, que pode servir de alternativa ao atual processo de fissão utilizado nas usinas, ganhou impulso com a utilização de lasers. “Até a década de 1950, tentou-se a fusão por meio de confinamento magnético, o que apresentava grandes dificuldades”, conta o professor. “O laser facilitou a aplicação do processo, o qual é testado em grandes laboratórios nos Estados Unidos, Rússia e China”.
Por meio da técnica, um laser de alta potência emite 192 feixes sobre uma esfera de deutério-trítio, material derivado do lítio, promovendo fusão nuclear e a geração de energia. “O processo é mais robusto e semelhante ao modo com que o Sol e as outras estrelas produzem energia”, diz Hornos. “O material utilizado é abundante na natureza e a técnica não gera resíduos de combustível usado”.
Segundo o professor, a utilização comercial da fusão induzida por laser ainda levará algumas décadas. “As pesquisas envolvem equipamentos complexos e de grandes dimensões. Nos Estados Unidos, por exemplo, o orçamento anual para as pesquisas nessa área é de US$ 5 bilhões”, relata. “No caso do Brasil, estão sendo desenvolvidos lasers de alta potência, necessários para o emprego do método, no Centro Tecnológico da Marinha e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), além as pesquisas sobre fusão realizadas no Instituto de Física da USP”.
Em 16 de outubro de 2012, foi assinado um convênio entre a USP, representada pelo reitor, João Grandino Rodas, e a Eletrobrás- Eletronuclear, representada por seu diretor-presidente, Othon Luiz Pinheiro da Silva, para dar suporte às atividades do Centro de Proteção Ambiental para uso da Energia Nuclear. (ambienteenergia)

Descontaminação de Fukushima a passos lentos

Descontaminação de Fukushima caminha a passos lentos
 Sacos com solo contaminado em Fukushima

Tanques com estoques de água contaminada em Fukushima.
É possível ver o azul dos sacos de um metro cúbico utilizados nas operações de descontaminação por todo o departamento de Fukushima, no Japão, atingido pela catástrofe nuclear do dia 11 de março de 2011: nas quadras esportivas das escolas, nos jardins das casas, nos arrozais…
A princípio, essas lixeiras cheias de terra e galhos contaminados deveriam ser transportadas até locais de armazenamento. “O problema é que ninguém quer essas instalações em sua vizinhança”, admite Hitoshi Aoki, do ministério do Meio Ambiente. Os sacos, então, muitas vezes permanecem sem monitoramento, cobertos por uma simples lona.
No início do ano, o jornal “Asahi” revelou que certos trabalhadores chegaram a jogar galhos provenientes da descontaminação nos rios. Em outros lugares, a água utilizada para limpar as casas estaria escoando para a natureza. Tanto que, no local de descontaminação, há quem fale hoje de “transferência de contaminação”.
É o suficiente para preocupar os centenas de milhares de habitantes afetados por esse imenso trabalho pós-Fukushima. Todos se fazem a mesma pergunta: quando a meta de reduzir a exposição a 1 milissievert por ano (1 mSv/ano), dose máxima admissível para a população, será atingida?
As operações de descontaminação, dotadas de um orçamento que deverá chegar a 1,45 trilhão de ienes (R$ 30 bilhões) até julho de 2014, atraíram os gigantes japoneses da construção.
A Shimizu e a Takenaka conseguiram grandes contratos junto às administrações locais e ao governo. Milhares de trabalhadores estão retirando alguns centímetros de terra e podando árvores. Além disso, deverão limpar mais de 600 mil casas e prédios e quase 120 mil hectares de terras agrícolas. Segundo números oficiais, 29 milhões de metros cúbicos de resíduos radioativos deverão, por fim, ser armazenados em um local ainda a ser determinado.
Até hoje, pouco mais de 15% do trabalho foi realizado. E persistem as dúvidas quanto à eficácia da operação, uma vez que o vento e a chuva podem transferir as poeiras radioativas para as florestas da região. Em janeiro de 2013, os reatores 1, 2 e 3 da usina ainda lançavam na atmosfera césio 134 e 137 à razão de 10 milhões de becqueréis por hora, um nível “significativo”, segundo um especialista.
Permanecem outras dúvidas, sobretudo quanto à pertinência das empresas escolhidas. Os grupos japoneses selecionados incontestavelmente se beneficiaram da proximidade com o poder público. O governo havia procurado grupos estrangeiros conhecidos na área, mas não escolheu nenhum por acreditar que “o que funciona em outros países pode não funcionar no Japão, pois o solo é diferente”.
Os trabalhos também estão atrasados pela falta de mão de obra. “Os trabalhadores recebem entre 8.000 e 9.000 ienes [R$ 166 a R$ 186] por dia”, afirma Ryo Ijichi, da ONG On the Road.
“Eles preferem reconstruir as regiões vizinhas, onde recebem 13 mil ienes (R$ 270), com menos riscos à saúde.” Para compensar esse déficit, o grupo Takenaka “tem enviado regularmente os trabalhadores da usina para a descontaminação”. “É menos difícil para eles e isso traz mão de obra”, diz Takeshi Suwabe, executivo da empresa na cidade de Minamisoma (departamento de Fukushima).
Em certos municípios menos afetados, como Tamura, as empresas estão recrutando mulheres. De qualquer forma, a descontaminação nas zonas mais contaminadas continua sendo mais bem paga, “até 10 mil ienes (R$ 206) a mais por dia”, confirma Suwabe.
Na usina acidentada, a operadora Companhia de Eletricidade de Tokyo (Tepco), também teme uma falta de funcionários. Três mil operários, alguns deles enviados pela máfia japonesa (Yakuza), estão trabalhando direto no local até que sejam contaminados com até 100 milissieverts, dose limite máxima para pessoas que trabalham dentro da usina nuclear. Segundo um ex-funcionário da usina, “a empresa está fazendo de tudo para minimizar os números para que fiquem lá o maior período de tempo possível”.
A contaminação não se limita à terra. A empresa Tepco já armazenou em tonéis 260 mil toneladas de água altamente contaminada. Mas, de acordo com diferentes fontes, ela estaria considerando soltar no Oceano Pacífico aquilo que –segundo ela– não apresentasse risco, com alguns milhares de becqueréis por litro. (EcoDebate)

quarta-feira, 20 de março de 2013

10 bons motivos para você investir na tecnologia

Solar Fotovoltaica: 10 bons motivos para você investir na tecnologia
01. É uma energia abundante, limpa e não contaminante, contribuindo para a sustentabilidade e para o futuro de uma economia de baixo carbono.
02. O Brasil é um dos países com maior nível de irradiação solar do mundo.
03. Exige um tempo de implantação muito menor em relação a fontes como as eólicas e pequenas usinas, além das instalações terem vida útil de mais de 30 anos.
04. Hoje, toda unidade consumidora pode se interligar às redes das distribuidoras, conforme a resolução Aneel 482/2012, se a potência injetada for de até 1 MW. Sua instalação é modular e adaptável ao seu espaço ou as suas necessidades.
05. Com isso, pode gerar crédito com o excedente de energia gerada, garantindo redução na conta de luz mensal. E também pode compensar energia em outro ponto de consumo da sua propriedade.
06. Nos 10 primeiros anos de implantação, tem desconto de até 80% nas tarifas de uso do sistema de distribuição e transmissão, sendo um investimento seguro, rentável e garantido, baseado na previsibilidade do recurso solar.
07. Tendência de criação de incentivos fiscais para estimular este tipo de geração, como aconteceu em outros países.
08. as distribuidoras estão consolidando as normas técnicas para agilizar o processo de conexão dos projetos de microgeração, como os fotovoltaicos, uma alternativa que ajuda a estabilizar a rede elétrica.
09. Queda acelerada da curva de aprendizado da tecnologia, com consequente redução de custos.
10. Pode gerar créditos de carbono para quem produz este tipo de energia. Ou seja, mais uma forma de ganhar com a geração solar fotovoltaica. (gcri1)

Energia solar e o desconto na conta de luz

Residência com painel de energia solar terá desconto na conta de luz
Ambiente. Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica que entra em vigor hoje estimula a microprodução de energia ao permitir que consumidor que tenha painel solar ou gerador eólico em casa reivindique sua integração à rede elétrica comum.
A partir de hoje, o consumidor disposto a produzir a própria energia em casa no País terá respaldo legal para reivindicar sua integração à rede elétrica comum. Com a promessa de reduzir custos na conta de luz dos interessados, a norma da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é a aposta do mercado de energia solar para impulsionar o setor, que ainda esbarra no alto custo dos equipamentos.
A expectativa é de que em 2013 a ampliação nas vendas de painéis fotovoltaicos reduza os gastos com a instalação - atualmente, o sistema completo custa, em média, R$ 25 mil. "Nos últimos três anos, o preço caiu pela metade. Com a comercialização em escala, a tendência é que diminua ainda mais nos próximos anos", diz Luis Felipe Lima, proprietário da Minha Casa Solar.
A empresa de Lima, como a maioria em atividade, é especializada em fornecer painéis para casas situadas em áreas rurais, que usam baterias para armazenar a energia produzida. Com a nova regulamentação, abre-se a possibilidade de que a geração de energia seja absorvida nas cidades pela rede elétrica, em um sistema de compensação. "Durante o dia, com um consumo normalmente reduzido de eletricidade, a residência será fornecedora da rede", explica Lima.
A ideia é que, no fim do mês, a soma da energia enviada para a rede seja equivalente à quantidade consumida. O valor pago na conta de luz será apenas a diferença - caso haja excedente, a energia produzida a mais será usada como crédito nos meses seguintes. As regras, porém, ficam a critério da concessionária.
A AES Eletropaulo, principal distribuidora da capital paulista, determina que esses créditos sejam usados em até 36 meses. Dessa forma, períodos de muito sol fornecem créditos para serem usados em época de pouca geração. A empresa afirma que começou a atender os pedidos de acesso dos clientes desde sábado.
Com as diretrizes definidas, o setor espera agora facilidades para atrair interessados. "A regulamentação foi um passo fundamental, mas temos de pensar em incentivos a financiamento dos equipamentos e políticas de atração de fabricantes para o País", diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha Clima e Energia do Greenpeace.
Tecnologia nacional. Todos os equipamentos para a produção de energia solar são importados. Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o engenheiro eletricista Marcelo Villalva desenvolveu em seu projeto de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) o primeiro inversor eletrônico nacional para sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. O aparelho injeta na rede a energia produzida pelas placas e permite o uso simultâneo dos dois sistemas.
Ele explica que, no exterior, a autoprodução de energia residencial é feita em larga escala. "Na Itália, Alemanha e Inglaterra, há subsídios financeiros para quem produz energia limpa. Em alguns Estados americanos, o sistema de crédito de energia já é realidade há muito tempo", afirma Villalva. "O que se espera é que no Brasil, com o grande potencial natural que tem, esse sistema, enfim, deslanche."
Ele estima que o medidor digital para a geração em residências, que será vendido pelas concessionárias, deverá custar entre R$ 200 e R$ 300. "Uma casa normal, de duas pessoas, consome em torno de 250 quilowatts-hora por mês e precisaria de meia dúzia de painéis, com um custo de cerca de R$ 16 mil", calcula Villalva. "Em São Paulo, levaria cerca de oito anos para amortizar o investimento. No interior e outros Estados do Brasil, com maiores níveis de insolação, pode chegar até a três anos." (OESP)

Imóvel solar

‘É um custo alto, mas que valoriza o imóvel’
O engenheiro civil Luiz Roberto Salvador, de 52 anos, apostou na ideia da autoprodução e instalou os painéis em sua nova casa, em Campinas - um investimento de R$ 44 mil para a instalação de 16 painéis. "Desde o início, quis construir uma casa sustentável", diz. "É um custo alto, mas acredito que terá retorno quando começar a valer o sistema de crédito. Além disso, valoriza o imóvel."
Em 80 dias, os painéis da casa produziram cerca de 1,4 mil quilowatts-hora, metade do que a família consumiu no período. "Espero que, em breve, a gente consiga compensar todo nosso consumo com a eletricidade vinda do nosso telhado." (OESP)

Carrinho de sorvete funciona com energia solar

Holanda cria carrinho de sorvete que funciona com energia solar
Na Holanda, já existe carrinho de sorvete “high-tech”. A ideia da empresa de design Springtime é manter o sorvete na sua temperatura ideal usando energia solar. O carrinho tem um painel fotovoltaico no teto, que capta a energia e a armazena em baterias. Assim, o congelador pode funcionar também nos dias nublados.
Para que o sistema seja mais eficiente, o teto solar é ajustável e pode ser voltado para onde o sol está mais forte. As primeiras unidades já estão em funcionamento em Amsterdã e o projeto já ganhou prêmios de inovação internacional. (super.abri)
 

Nova usina solar em operação

A CPFL Energia inaugurou em 27/11/12 a Usina Tanquinho, a primeira usina de energia solar do Estado de São Paulo e a maior do País. O evento é um dos marcos comemorativos do centenário da companhia e contou com as presenças do secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, e do presidente da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, além de dirigentes da empresa e autoridades locais. Localizada em uma área de 13.700 m2 da Subestação Tanquinho, de uma das distribuidoras do Grupo CPFL, em Campinas (SP), a Usina Tanquinho vai gerar aproximadamente 1,6 GWh/ano – o suficiente para abastecer mensalmente 657 clientes com um consumo médio de 200 KWh/mês.
O projeto de geração de energia limpa e renovável com painéis solares fotovoltaicos, pioneiro no Estado de São Paulo, foi aprovado em dezembro de 2011 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e absorveu investimentos de R$ 13,8 milhões em pesquisa e desenvolvimento. A CPFL Renováveis, subsidiária do Grupo CPFL, será a responsável pela gestão e operação da Usina. A empresa foi a responsável pela construção do empreendimento que levou quatro meses. Outros oito meses foram aplicados em pesquisas, que deverão continuar até março de 2015, quando a CPFL deverá propor à Aneel arranjos técnico-comerciais para a inserção da geração fotovoltaica na matriz energética brasileira.
“A demanda de energia solar ainda é incipiente no Brasil, mas deverá se consolidar nos próximos dois anos”, afirma Wilson Ferreira Jr., presidente da CPFL Energia. “O potencial é enorme, pois somos um dos países de maior índice de insolação do mundo”, completa o executivo. Para ele, o segmento pode ser impulsionado por alguns ajustes na regulação do setor elétrico e por incentivos que estimulem indústrias de painéis solares fotovoltaicos a abrir fábricas em território brasileiro.
A CPFL Energia, que investe anualmente cerca de R$ 32 milhões em pesquisa e desenvolvimento, já está desenvolvendo outros três projetos cooperados de geração de energia solar. “Acreditamos que projetos de geração de energia com fontes limpas são fundamentais para garantir o suprimento futuro e o crescimento do país e queremos consolidar nossa liderança na geração de energia a partir de fontes renováveis”, diz Ferreira Jr.
Os quatro projetos foram apresentados à Aneel por meio da Chamada 013-2011 (Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira) e pretendem fomentar a tecnologia fotovoltaica no país, estimular o aporte de conhecimento, desenvolver a cadeia produtiva nacional para essa modalidade de geração de energia e proporcionar a capacitação de pessoas. A implantação da Usina Tanquinho, por exemplo, permitiu o treinamento de 50 pessoas na construção, montagem e ligação de usinas fotovoltaicas, uma capacitação praticamente inexistente no Brasil. Os projetos também têm o objetivo de criar massa crítica para a formatação de atos normativos e ajustes na regulação, no mercado e na indústria.
Tecnologia – A Usina Tanquinho utiliza diferentes tipos de painéis, considerando desde as tecnologias de silício policristalino (1ª geração) e silício amorfo microcristalino (2ª geração). Testa ainda tecnologias promissoras, os chamados “filmes finos”, como o telureto de cádmio e o Cobre-Índio-Gálio-Selênio (CIGS), além do silício amorfo microcristalino. As tecnologias de filme fino têm sido utilizadas em países com clima semelhante ao do Brasil, pois se adéquam melhor a localidades onde a temperatura é mais elevada.
Além disso, serão testados arranjos de painéis fixos e móveis (tracking, que acompanham o sol), bem como a integração da energia solar com a energia eólica, através da inclusão de um aerogerador de pequeno porte. Essas tecnologias serão testadas para verificar qual se comporta melhor nas condições climáticas do Brasil.
O projeto também permitirá analisar o impacto da conexão desse tipo de geração para o consumidor final em termos de qualidade, segurança, confiabilidade e viabilidade econômica. Para isso, equipamentos de última geração vão ser instalados em diversos pontos da rede de distribuição e em um cliente de média tensão localizado próximo à Subestação.
DuPont e SunEdison foram as empresas fornecedoras dos paineis solares para a Usina Tanquinho (o projeto conta com paineis nas duas tecnologias descritas acima), e sua construção foi conduzida pelas empresas CPFL Serviços, SunEdison e EBES – Empresa Brasileira de Energia Solar. (ambienteenergia)

Planejamento energético do governo

Planejamento energético do governo para a próxima década ignora a energia solar
Política energética do País ignora energia solar – Para especialistas, planos do governo para próxima década desprezam crescente redução de custos e atenuam potencial dessa fonte de energia.
O planejamento energético do governo para a próxima década ignora a energia solar, segunda fonte que mais cresce no mundo, depois da eólica. No Plano Decenal de Expansão de Energia 2021, aprovado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apenas três parágrafos (em 386 páginas) são dedicados à solar. A conclusão é de que “apesar do grande potencial, os custos atuais desta tecnologia são muito elevados e não permitem sua utilização em volume significativo”.
O curioso é que outro estudo encomendado pela mesma EPE e publicado em maio, Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira, aponta possibilidades de incentivo e seus possíveis impactos. De acordo com a Nota Técnica, é necessário “estimular o desenvolvimento inicial de uma cadeia fotovoltaica para viabilizar uma redução mais significativa dos custos de produção”. “Isso permitiria também ao País participar em alguma etapa da cadeia de uma indústria de alto valor agregado no âmbito mundial”, conclui.
Como meio para se atingir esse objetivo, o documento sugere a contratação da geração fotovoltaica centralizada, de maior porte, por leilões específicos. No caso da chamada geração distribuída, com ligações residenciais, mostra que o custo já alcançou paridade com tarifas praticadas pelas concessionárias.
Para o engenheiro florestal Tasso Azevedo, a discussão atual sobre energia solar no País é muito parecida com a que ocorreu em relação à eólica no passado recente. “O governo resistiu muito. A presidente, enquanto ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil (no governo Lula), não acreditava em energia eólica e ponto final”, diz. “Com o tempo, ela tende a ser convencida pelos fatos, como ocorreu com a eólica, que está explodindo no País. O problema é que, com isso, a gente fica para trás.”
Para Azevedo, falta ousadia no planejamento. “Há uma confusão com a ideia de que ser conservador tem a ver com segurança.” O engenheiro lembra que o PNE 2030, planejamento energético de longo prazo, publicado em 2008, utilizou dados ultrapassados (de 2000), estimando que o custo de instalação competitivo de US$ 1 mil por Kw seria atingido somente após 2030. Por isso, não incluiu a solar. Hoje, o preço já está abaixo de US$ 1 mil. “É óbvio que temos uma série de desafios para a solar, e o principal deles é o custo de fazer ela concentrada, mas ninguém tem dúvida de que vai ser a mais importante.”
Ele critica o fato de o plano decenal não incluir dados para justificar sua posição, ao contrário do que ocorre em relação aos investimentos em hidrelétricas e termoelétricas. “O governo diz que vai usar a tecnologia quando se chegar ao preço que for conveniente, mas deveria ser o contrário: o que podemos fazer para acelerar.” Bazileu Margarido, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), lembra que a energia eólica nem aparecia no plano setorial finalizado há 3 anos. O argumento era o mesmo usado hoje para descartar a solar.
Enquanto isso, outros países faziam investimentos pesados. “No dia em que a nova tecnologia for acessível, vamos ser um país comprador.” Segundo ele, um modelo mais descentralizado, com consumidores que poderiam gerar a energia que consomem e obter créditos, contraria interesses.
O estudo da EPE mostra que o desenvolvimento da solar fotovoltaica ocorreu via incentivos no mundo todo, e que a tendência é que os custos continuem caindo e a fonte se torne competitiva sem a necessidade de incentivos.
Momento da energia eólica – O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, diz que a abundância de fontes renováveis no Brasil é uma grande vantagem e que, por isso, o País tem condição de usar as mais baratas primeiro. “Agora é o momento da eólica. Amanhã vai ser o da solar. O preço vai cair e ela vai entrar, não tenho dúvida, mas vamos fazer no momento certo”, afirma. “É só uma questão de tempo.” Tolmasquim lembra que o preço dos painéis fotovoltaicos caiu mais de 50% desde 2006 e diz que hoje ainda não há como apostar nessa alternativa. Ele admite, no entanto, a possibilidade de rever o plano decenal se houver “queda mais expressiva” nos próximos cinco anos. “Hoje ela é quatro vezes mais cara que a eólica. Vamos esperar ficar mais competitiva. O Brasil tem essa possibilidade, que outros países não têm, de ter outras alternativas.”
O presidente da EPE rebate os críticos que classificam a política energética de conservadora afirmando que a eólica se desenvolveu graças a medidas do governo. “Tudo foi feito a seu tempo.” O Brasil está em 20.º no mundo em capacidade instalada e vai atingir a 10ª posição no ano que vem, diz ele. O objetivo é ampliar a capacidade de geração eólica no País em 12 mil MW até 2021, o que representaria um pulo de 1% para 9% da matriz.
Segundo a Agência Internacional de Energia, a capacidade instalada de geração solar mundial em 2010 era de quase 35 mil MW. Naquele ano, cerca de 90% da capacidade instalada em geração solar fotovoltaica se concentrava em apenas cinco países: Alemanha (50%), Itália (11%), Japão (10%), Espanha (10%) e Estados Unidos (7%). Dez anos antes, somente três países (EUA, Japão e Alemanha) tinham participação individual relevante na instalação desses sistemas. Em 2011, o mundo acrescentou 30 GW de potência solar instalada, atingindo quase 70 GW.
Segundo o engenheiro Tasso Azevedo, projeções indicam que a capacidade instalada de geração solar no mundo em 2016 deve ficar entre 207 e 342 GW. O estudo da EPE mostra que a Região Nordeste apresenta os maiores valores de irradiação solar global. (EcoDebate)

Dois terços de novos painéis solares do mundo

Dois terços de novos painéis solares do mundo foram instalados na Europa em 2011
A Europa respondeu por dois terços da recém-instalada capacidade fotovoltaica (FV) mundial em 2011, com 18,5 GW. A capacidade fotovoltaica global totalizou 52 GW.
A eletricidade anual produzida pela energia FV na Europa poderia abastecer um país com a demanda de eletricidade da Áustria, o que corresponde a 2% das necessidades de eletricidade da UE. Estes são alguns dos destaques do Relatório ‘2012 Photovoltaics Status Report‘, publicado, no dia 24/9, pelo Centro de Pesquisas da Comissão Europeia.
O estudo resume e avalia as ações em curso sobre fabricação, implementação de políticas e de mercado em todo o mundo.
Nos últimos dez anos, a indústria FV cresceu na Europa em uma média de mais de 40% ao ano e os custos de produção diminuíram cerca de 60%. Como suporte a este progresso, destaca-se o compromisso da UE de garantir incentivos aos sistemas fotovoltaicos, visando atingir a meta de usar 20% de energias renováveis até 2020.
Alemanha, Itália, Espanha, República Checa, França, Bélgica e Reino Unido são os líderes na capacidade fotovoltaica instalada na Europa.
Desde 2000, em todo o mundo, a produção total de energia fotovoltaica teve taxas de crescimento entre 40 e 90%. O crescimento mais rápido, na produção anual nos últimos cinco anos, foi observado na Ásia, onde a China sozinha responde por mais de 50% da produção mundial. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, a energia solar foi a energia renovável que atraiu mais investimentos, com um total de R$ 258,12 bilhões (€ 98,5 bilhões) todo o mundo, dos quais dois terços eram concentrados na Europa.
Um desafio para a indústria europeia é o investimento maciço da China na energia FV, o que levou a uma grande economia de escala na produção do país. No entanto, a venda de equipamentos de produção da Europa para a Ásia ainda é superavitária para a Europa, que ainda mantém a liderança em pesquisa e desenvolvimento, permitindo que sua indústria permaneça competitiva.
O relatório destaca que a tecnologia FV e sua implantação tende a se expandir em todo mundo e considera que as futuras gerações de tecnologias poderiam resultar da cooperação internacional em eco-inovação, principalmente em parceria com a Ásia e os Estados Unidos.
Além disso, ele destaca que há um grande espaço para a inovação no aumento da eficiência energética e do design melhorado em edifícios. Módulos fotovoltaicos podem ser incorporados e projetados especificamente como integrantes do projeto de construção, funcionando como um material de isolamento e promovendo uma nova “Arquitetura Fotovoltaica Europeia”, proporcionando uma das principais tecnologias necessárias para atingir a meta de emissões zero em edifícios. (EcoDebate)

Novo Simulador solar

O simulador solar que entrou em operação em 03/09/12 no Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento (LIP), ligado ao Centro Tecnológico do Ambiente Construído (CETAC) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), terá a missão de dar suporte ao desenvolvimento de produtos e de realizar testes para atender a certificação compulsória de aquecedores de água que utilizam coletores de energia solar.
O equipamento recebeu investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões, sendo 90% do Governo do Estado e o restante de CNPq e FINEP, estes últimos órgãos do Governo Federal. O simulador será essencial para determinar a eficiência energética de painéis coletores, mas ele também poderá realizar ensaios em sistemas fotovoltaicos para geração deenergia e outras análises de equipamentos submetidos à influência do Sol.
Simulador recebeu investimento de cerca de R$ 3,5 milhões, com 90% dos recursos provenientes do Governo do Estado. O pesquisador Douglas Messina, que coordenará o trabalho no simulador, explica que o equipamento não é destinado a ensaios de envelhecimento, que contam com câmaras específicas para essa finalidade, mas deve verificar o funcionamento em termos de captação e produção energética.
O principal segmento de atuação do equipamento será o de construção civil, considerando aplicações residenciais, comerciais e industriais. Em todos esses nichos, o mercado segue tendência de crescimento, com destaque para a indústria. “A adoção desses sistemas na indústria é cada vez maior, não só para a produção de água quente, mas também de vapor”, afirma Messina. A aplicação de soluções para geração de energia fotovoltaica também segue em crescimento na indústria.
O simulador se compõe de uma estrutura móvel de acionamento hidráulico e elétrico com lâmpadas especiais. O sistema foi instalado em uma sala com oito metros de pé direito e sistema de ar-condicionado que mantém a temperatura constante, com tolerância de mais ou menos um grau, para garantir a precisão das leituras realizadas.
Com potência de 50 kVA (Quilovoltampere), o simulador pode ser colocado em qualquer plano entre zero e 90 graus para produzir cada situação de estudo desejada. Messina afirma também que a intensidade das lâmpadas é dimerizada, para que sejam estabelecidos diferentes níveis de radiação. “O equipamento é todo automatizado e você pode memorizar a configuração de cada ensaio sem risco de perder dados”, diz.
O simulador também trabalha com sistema de aquisição e tratamento de dados realizados por meio de software e hardware exclusivos e dispõe de uma instrumentação específica para fazer a gestão da vida útil das lâmpadas.
Poucas instituições de pesquisa dispõem de simuladores solares no mundo. No Brasil, agora somente o IPT e o Laboratório Green Solar, da PUC Minas, oferecem serviços com o equipamento. “Creio que esses são os dois únicos simuladores do Hemisfério Sul”, afirma Messina.
As informações geradas nos ensaios com o novo equipamento poderão conferir mais segurança aos projetistas de sistemas de aquecimento de água, o que em última instância terá efeitos benéficos para o meio ambiente. Segundo o pesquisador, mais eficiência significa menor consumo de energia elétrica nos sistemas de apoio a esses aquecedores. “O intuito nosso com o serviço será melhorar a qualidade da engenharia que está por trás desses produtos”, diz Messina. Além de subsídios para a qualidade de componentes, o serviço permitirá produzir conhecimento e diretrizes para melhorar também a instalação dos sistemas.
Certificação – O IPT está participando do desenvolvimento de novas diretrizes para a certificação da qualidade de sistemas solares, trabalho que vem sendo conduzido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e recebe apoio de Eletrobras, Laboratório Green Solar (PUC Minas) e Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Esse trabalho terá como instrumentos o Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) de Equipamentos de Aquecimento Solar de Água, aprovado pela Portaria nº 301 do Inmetro/MDIC de junho de 2012, que reúne requisitos e normas do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Solar); e a Portaria Inmetro/MDIC nº 352 de julho de 2012, que aprova os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para esses sistemas. Com a consolidação dessas regras, os fabricantes deverão reformular seus produtos, o que representará um salto de qualidade para o setor.
“Ainda temos muito a fazer para popularizar os sistemas solares”, afirma Messina, referindo-se também ao projeto de desenvolvimento de sistemas para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que compatibilizam as placas coletoras com os chuveiros elétricos tradicionais, na perspectiva de obter uma tecnologia confiável e acessível ao consumidor. “Com o apoio do simulador solar, vamos identificar qual a tecnologia ideal para cada uso”, afirma o pesquisador.
O compromisso com o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis tem levado a indústria e os institutos de pesquisa a conceber soluções híbridas, como é o caso do projeto da CDHU. “A hibridização de sistemas é uma verdadeira tendência a ser explorada”, diz Messina, lembrando que os sistemas de aquecimento a gás também podem trabalhar em apoio aos coletores solares. (ambienteenergia)

Selo solar

A fonte energética utilizada para a fabricação de um produto ou na iluminação de um escritório está escondida de nossos olhos. Como você, como consumidor, pode saber da onde vem a energia que ilumina os corredores do supermercado que frequenta ou que alimenta os maquinários de uma fábrica apenas olhando para um produto ou para o nome de uma empresa?
O Selo Solar foi criado justamente para dar forma a algo que não se vê – a eletricidade.
Consumir eletricidade produzida a partir do sol é uma atitude inovadora, porém ainda tomada por apenas poucas empresas no Brasil. A principal razão é o custo das tecnologias de conversão de energia solar em elétrica. Por esta razão, o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas para a América Latina (Ideal) em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica lançou o Selo Solar, para que as empresas que hoje já apostam na energia do futuro possam ser reconhecidas pelos consumidores. Com isso, espera também incentivar que novos projetos sejam colocados em prática no país.
O Selo Solar é concedido para empresas ou instituições públicas e privadas que consumirem um valor mínimo anual de eletricidade solar, que varia conforme a quantidade total de energia consumida.
Esta divisão seguiu os subgrupos tarifários estabelecidos pela ANEEL na Resolução Normativa 414/2010, realizada com base na tensão de conexão a rede de cada unidade consumidora. Desse modo, o principal passo para uma instituição poder solicitar o uso do selo solar é verificar se seu consumo está adequado para o seu porte como consumidor. (americadosol)

Telhado solar

Implantar uma política pública de integração no continente que incorpore em programas habitacionais, a energia solar como fonte de aquecimento de água e geração de energia elétrica. Pensando num horizonte de uma década, acreditamos que é possível implantar os telhados solares em milhões de residências na América Latina. (americadosol)

Aeroporto solar

Os aeroportos são o “cartão de visita” a todos que desembarcam no nosso país. Como boa parte deles devem ser reformados nos próximos anos, esta seria uma boa oportunidade para incorporar a energia solar nos novos projetos, ação que daria maior visibilidade a energia fotovoltaica.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu um projeto de modernização do Aeroporto Internacional Hercilio Luz, em Florianópolis, projetando a instalação de módulos fotovoltaicos. Segundo o estudo, bastaria a cobrança de apenas 25 centavos por passageiro que passasse pelo aeroporto durante um ano para cobrir os custos do investimento da usina solar.
A estimativa é que o novo complexo aeroportuário de Florianópolis custe R$ 276 milhões e as instalações solares para uma capacidade energética de 1,2 MWp, R$ 15 milhões (5% do custo total da obra). (americadosol)

América do Sol

Nossas ações de incentivo à energia solar
Há inúmeras maneiras de dar visibilidade para esta fonte, que para nós é a energia do futuro. Nesta sessão você irá conhecer um pouco mais o que já está sendo desenvolvido com o nosso apoio.
Transformar a América Latina no continente da energia solar é o principal objetivo do Projeto América do Sol. Para isso, queremos contar com o apoio de empresas inovadoras e visionárias, que desejam estar na vanguarda da energia solar fotovoltaica em solo latino-americano.
Nossas ações consistem na disseminação de informação através de materiais educativos, promoção de eventos, entre outros meios; na promoção de discussões para criar condições gerais que contemplem a energia solar; no incentivo a projetos de uso de painéis fotovoltaicos integrados aos edifícios, focando em três grandes projetos:
Estádios Solares
Aeroporto Solares
Telhados Solares (americadosol)