Nos últimos anos a energia fotovoltaica tem sido vista
internacionalmente como uma tecnologia bastante promissora. Experiências
internacionais apresentam importantes contribuições para análise sobre expansão
do mercado, ganhos na escala de produção e redução de custos para os
investidores.
Estima-se que o Brasil possua atualmente cerca de 20MW de
capacidade de geração solar fotovoltaica instalada, em sua grande maioria (99%,
segundo IEA, 2011) destinada ao atendimento de sistemas isolados e remotos,
principalmente em situações em que a extensão da rede de distribuição não se
mostra economicamente viável. Também se observa o uso destes sistemas em
aplicações como suporte a antenas de telefonia celular e a radares de trânsito.
Do ponto de vista estratégico, o Brasil possui uma série de
características naturais favoráveis, tais como, altos níveis de insolação e
grandes reservas de quartzo de qualidade, que podem gerar importante vantagem
competitiva para a produção de silício com alto grau de pureza, células e
módulos solares, produtos estes de alto valor agregado. Tais fatores
potencializam a atração de investidores e o desenvolvimento de um mercado
interno, permitindo que se vislumbre um papel importante na matriz elétrica
para este tipo de tecnologia.
Entretanto, há que se avaliar o melhor momento para
viabilizar a tecnologia solar no país, em especial o desenvolvimento de sua
cadeia produtiva, tendo em vista que o atual contexto internacional de mercado
apresenta uma sobre capacidade de oferta de painéis solares, em especial,
produzidos na China com baixo custo. Além disto, em se tratando de uma nova
tecnologia e um novo modelo de negócio, sob a ótica do investidor sua
introdução no mercado embute níveis de risco e custos superiores aos observados
nas tecnologias atualmente em uso comercial.
Esta Nota Técnica tem como objetivo subsidiar o MME no
processo de decisão quanto à estratégia para a contínua inserção da fonte solar
na matriz de geração elétrica brasileira. A análise aqui apresentada cobre
tanto a geração distribuída, quanto a centralizada.
Hoje o entendimento é que a geração distribuída está mais
próxima da viabilidade comparativamente à centralizada, já sendo inclusive
viável em alguns casos. No entanto, não é objetivo da análise comparar a
competitividade deste tipo de energia, ainda incipiente no país, com outras
fontes que já possuem uma maturidade significativa, mas sim, caso se opte pela
promoção desta tecnologia, discutir a melhor forma de incentivos capazes de
facilitar sua inserção. (ambienteenergia)
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