OMS alerta para aumento de risco de câncer perto da central
de Fukushima
Especialistas apontam para possível surgimento de câncer de tireoide
entre as mulheres e crianças.
O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, aumentou
relativamente o risco de câncer nas zonas mais afetadas, perto da central,
considera um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado nesta quinta-feira
(28/2) em Genebra. O estudo deduz que o acidente de Fukushima, ocorrido em
2011, "não deve significar nenhum aumento perceptível dos riscos para a
saúde no exterior do Japão", acrescenta o relatório.
Os especialistas consideram neste documento de 166 páginas
que, em um raio de 20 km ao redor da central acidentada por um violento
terremoto seguido de um tsunami, o risco de câncer de tireoide entre as
mulheres e as crianças chega a 1,25%, acima do índice comum, de 0,75%. Em 1986,
depois do acidente de Chernobyl, na Ucrânia, foi detectado um aumento
considerável do número de casos de câncer de tireoide entre as crianças.
"A primeira preocupação identificada neste relatório
envolve os riscos específicos de câncer vinculados à região e a fatores
demográficos", explicou María Neira, diretora da OMS para a Saúde e o Meio
Ambiente. "Uma análise dos dados, baseada na idade, no sexo e na
proximidade em relação à central mostra um risco maior para aqueles que estavam
nas zonas mais contaminadas. Fora destas zonas, incluindo a cidade de
Fukushima, não se espera nenhum aumento de risco de câncer", afirmou
Neira.
A OMS insiste no relatório na necessidade de fazer um
acompanhamento durante anos das populações mais expostas, e de vigiar os
alimentos e o meio ambiente. Para os operários que trabalham na estabilização
da central, há "um aumento do risco" de leucemia e de câncer de tireoide
e de outro tipo, acrescenta a OMS. (correiobraziliense)
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