O simulador solar que entrou em operação em 03/09/12 no
Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento (LIP), ligado ao Centro
Tecnológico do Ambiente Construído (CETAC) do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), terá a missão de dar suporte ao desenvolvimento de produtos
e de realizar testes para atender a certificação compulsória de aquecedores de
água que utilizam coletores de energia solar.
O equipamento recebeu investimento de aproximadamente R$ 3,5
milhões, sendo 90% do Governo do Estado e o restante de CNPq e FINEP, estes
últimos órgãos do Governo Federal. O simulador será essencial para determinar a
eficiência energética de painéis coletores, mas ele também poderá realizar
ensaios em sistemas fotovoltaicos para geração deenergia e outras análises de
equipamentos submetidos à influência do Sol.
Simulador recebeu investimento de cerca de R$ 3,5 milhões,
com 90% dos recursos provenientes do Governo do Estado. O pesquisador Douglas
Messina, que coordenará o trabalho no simulador, explica que o equipamento não
é destinado a ensaios de envelhecimento, que contam com câmaras específicas
para essa finalidade, mas deve verificar o funcionamento em termos de captação
e produção energética.
O principal segmento de atuação do equipamento será o de
construção civil, considerando aplicações residenciais, comerciais e
industriais. Em todos esses nichos, o mercado segue tendência de crescimento,
com destaque para a indústria. “A adoção desses sistemas na indústria é cada
vez maior, não só para a produção de água quente, mas também de vapor”, afirma
Messina. A aplicação de soluções para geração de energia fotovoltaica também
segue em crescimento na indústria.
O simulador se compõe de uma estrutura móvel de acionamento
hidráulico e elétrico com lâmpadas especiais. O sistema foi instalado em uma
sala com oito metros de pé direito e sistema de ar-condicionado que mantém a
temperatura constante, com tolerância de mais ou menos um grau, para garantir a
precisão das leituras realizadas.
Com potência de 50 kVA (Quilovoltampere), o simulador pode
ser colocado em qualquer plano entre zero e 90 graus para produzir cada
situação de estudo desejada. Messina afirma também que a intensidade das
lâmpadas é dimerizada, para que sejam estabelecidos diferentes níveis de
radiação. “O equipamento é todo automatizado e você pode memorizar a
configuração de cada ensaio sem risco de perder dados”, diz.
O simulador também trabalha com sistema de aquisição e
tratamento de dados realizados por meio de software e hardware exclusivos e
dispõe de uma instrumentação específica para fazer a gestão da vida útil das
lâmpadas.
Poucas instituições de pesquisa dispõem de simuladores
solares no mundo. No Brasil, agora somente o IPT e o Laboratório Green Solar,
da PUC Minas, oferecem serviços com o equipamento. “Creio que esses são os dois
únicos simuladores do Hemisfério Sul”, afirma Messina.
As informações geradas nos ensaios com o novo equipamento
poderão conferir mais segurança aos projetistas de sistemas de aquecimento de
água, o que em última instância terá efeitos benéficos para o meio ambiente.
Segundo o pesquisador, mais eficiência significa menor consumo de energia
elétrica nos sistemas de apoio a esses aquecedores. “O intuito nosso com o serviço
será melhorar a qualidade da engenharia que está por trás desses produtos”, diz
Messina. Além de subsídios para a qualidade de componentes, o serviço permitirá
produzir conhecimento e diretrizes para melhorar também a instalação dos
sistemas.
Certificação – O IPT está participando do desenvolvimento de
novas diretrizes para a certificação da qualidade de sistemas solares, trabalho
que vem sendo conduzido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro) e recebe apoio de Eletrobras, Laboratório Green Solar (PUC
Minas) e Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e
Aquecimento (Abrava).
Esse trabalho terá como instrumentos o Regulamento Técnico
da Qualidade (RTQ) de Equipamentos de Aquecimento Solar de Água, aprovado pela
Portaria nº 301 do Inmetro/MDIC de junho de 2012, que reúne requisitos e normas
do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Solar); e a Portaria Inmetro/MDIC nº
352 de julho de 2012, que aprova os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC)
para esses sistemas. Com a consolidação dessas regras, os fabricantes deverão
reformular seus produtos, o que representará um salto de qualidade para o
setor.
“Ainda temos muito a fazer para popularizar os sistemas
solares”, afirma Messina, referindo-se também ao projeto de desenvolvimento de
sistemas para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de
São Paulo (CDHU), que compatibilizam as placas coletoras com os chuveiros
elétricos tradicionais, na perspectiva de obter uma tecnologia confiável e
acessível ao consumidor. “Com o apoio do simulador solar, vamos identificar
qual a tecnologia ideal para cada uso”, afirma o pesquisador.
O compromisso com o desenvolvimento de tecnologias
sustentáveis tem levado a indústria e os institutos de pesquisa a conceber
soluções híbridas, como é o caso do projeto da CDHU. “A hibridização de
sistemas é uma verdadeira tendência a ser explorada”, diz Messina, lembrando
que os sistemas de aquecimento a gás também podem trabalhar em apoio aos
coletores solares. (ambienteenergia)
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