A usina hidrelétrica de Itaipu apresentou em 15/03/13 no escritório de administração do Parque Nacional do Iguaçu (PNI),
um estudo para reativar a usina São João. Fechada na década de 80, a unidade,
instalada dentro do parque nacional, foi a primeira usina a abastecer Foz do
Iguaçu com energia elétrica e uma das primeiras construídas fora da capital do
estado.
O projeto foi entregue pelo superintendente de Energias
Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr., ao chefe do Parque Nacional do Iguaçu,
Jorge Pegoraro. Participaram da reunião o superintendente de Comunicação Social
de Itaipu, Gilmar Piolla, engenheiros da binacional e do Parque Tecnológico
Itaipu (PTI), concessionários e técnicos envolvidos na conservação do parque.
De acordo com Cícero Bley, a proposta contempla quatro
eixos: a recuperação de um importante patrimônio histórico do município, hoje
degradado; a promoção do conceito de mobilidade sustentável; dotar o parque
nacional de autonomia energética; e desenvolver a educação ambiental e o
turismo técnico-científico.
Ônibus e VLT elétricos - Uma das ideias é substituir, no
futuro, a atual frota de ônibus movidos a diesel por modelos com motor
elétrico, ou até mesmo se pensar numa alternativa de mobilidade sustentável do
parque, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Todos abastecidos com a
energia gerada pela usina São João.
“Desta forma, os turistas que visitarem as Cataratas do
Iguaçu, uma das Sete Maravilhas da Natureza, seriam conduzidos em veículos
verdes, que não poluem o ambiente com a emissão de CO2”, disse
Gilmar Piolla, que também preside o Fundo de Desenvolvimento e Promoção
Turística do Iguaçu – o Fundo Iguaçu.
Cícero Bley destaca a possibilidade de os visitantes
descobrir, em pequena escala, como funciona uma usina e quais as vantagens da
hidreletricidade como fonte de energia limpa e renovável. Trilhas ecológicas
levariam os visitantes para conhecer a barragem e a casa de máquinas.
“Hoje, o turista que visita Foz do Iguaçu tem a oportunidade
de visitar a maior geradora de energia do planeta, que é Itaipu Binacional. Com
o projeto São João, ele poderá também observar como funcionavam as antigas
centrais hidrelétricas, que no passado tiveram um papel decisivo para o
desenvolvimento do país”, afirmou. “Tudo isso dentro de um patrimônio natural
extraordinário.”
Sonho antigo - Jorge Pegoraro revelou que a recuperação da
usina São João é um sonho antigo do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) – que administra o parque nacional. A dificuldade era
encontrar um projeto que aliasse a preservação do patrimônio histórico com a
questão da sustentabilidade.
“Por isso, buscamos o apoio de Itaipu e repassamos todos os
dados necessários. Estamos satisfeitos com o resultado porque o projeto leva em
conta aspectos importante, como a educação ambiental, e vem ao encontro das necessidades
do parque”, comentou. Segundo ele, uma equipe técnica será destacada para
avaliar a proposta de Itaipu. Na sequência, começa a busca por alternativas
para viabilizar a execução do projeto, incluindo a possibilidade de novas parcerias.
“É importante destacar que a usina já está instalada e os impactos ambientais
serão mínimos.”
Um pouco de história - A usina São João foi construída no
Rio São João, que corta o parque nacional e desagua na margem direita do Rio
Iguaçu. A unidade foi inaugurada em 1942 e, até 1957, forneceu energia para
todo o parque, o Hotel das Cataratas e também para a cidade de Foz do Iguaçu.
Com a construção de novas unidades de geração na região de
Foz do Iguaçu, nas décadas de 70 e 80, a participação da usina no abastecimento
da cidade foi diminuindo. Em 1983, um ano antes de Itaipu começar a gerar
energia, uma grande enchente elevou o nível do Rio Iguaçu e inundou a casa de
máquinas. De lá para cá, a usina São João nunca mais funcionou. As duas antigas
turbinas foram levadas para o Ecomuseu, mantido por Itaipu.
Nova potência - O projeto de Itaipu contempla a
possibilidade de repotencializar a antiga usina, amentando a capacidade
instalada para até 910 KW. Quando foi projetada e construída, a capacidade era
de 336 KW – o suficiente para abastecer o consumo médio de duas mil
residências.
A decisão de aumentar ou não a carga da usina, segundo
Cícero Bley, levará em conta estudos demanda, que ainda estão em elaboração. O
objetivo é deixar a unidade do tamanho necessário para abastecer os veículos
elétricos e gerar eletricidade para a usina. O superintendente de Itaipu disse
ainda que, estruturalmente, a usina São João apresenta boas condições – a
barragem tem 4,7 metros de altura e aproximadamente 80 metros de extensão. Para
que volte a gerar energia, serão necessários investimentos em equipamentos,
como a aquisição de um novo conjunto de turbinas. (ambienteenergia)
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