O biodiesel pode ser produzido a partir de várias matérias-primas diferentes. É possível obter o combustível partindo de óleos vegetais, gorduras animais ou produtos residuais, como o óleo de fritura já usado.
Em diversos países, existe uma dependência maior de uma ou duas culturas em virtude da viabilidade que elas possuem levando-se em conta o fornecimento contínuo e de grande escala. A Europa, por exemplo, depende basicamente da colza, enquanto os Estados Unidos se apoiam principalmente na soja.
O Brasil encontra-se em uma posição privilegiada, embora utilize a soja de forma predominante. Segundo levantamento do Ministério da Agricultura é possível contar no país com uma centena de culturas que podem fornecer matéria-prima para este combustível verde. Dessas, pelo menos dez apresentam um bom potencial para cultivo e exploração comercial do óleo com fins energético.
As vantagens do Brasil têm origem não apenas na biodiversidade, já que o território nacional passa por diversas latitudes e climas, facilitando o aparecimento de espécies distintas em cada região, como na boa qualidade do solo e na disponibilidade de água doce para irrigação em escala industrial (o país possui um quarto da água doce de superfície e de subsolo do planeta).
Quanto à quantidade de solo necessário para a produção, novamente o Brasil tem motivos para ser otimista. De acordo com o Ministério da Agricultura, somando-se apenas as áreas novas que podem ser destinadas à produção de vegetais que sirvam de base à produção de biodiesel (área de expansão dos Cerrados; integração pecuária-lavoura; paisagens degradadas; áreas de reflorestamento; e áreas atualmente marginalizadas, como o Semiárido nordestino), o Brasil disporia de aproximadamente 200 milhões de hectares.
Além disso, o Ministério da Agricultura acredita que o sistema de convívio de culturas, com uma safra de inverno e outra de verão, por exemplo, pode fazer com que o país plante as oleaginosas destinadas à indústria de biodiesel nos períodos em que outras culturas de valor comercial estão fora de sua época de plantio.
A porcentagem de biodiesel brasileiro derivado da soja vem variando mês a mês, mas em média oscila entre 70% e 85% do total da produção nacional. Para reduzir a dependência de um só produto, o governo vem incentivando também o uso de outros materiais.
Entre os outros vegetais que estão presentes na produção brasileira ou que são aposta para um futuro próximo estão o algodão e o dendê. Desses, o algodão é o que já está tendo maior utilização nas usinas, chegando a atingir perto de 4% da produção nacional.
O segundo lugar entre as matérias-primas de biodiesel no Brasil fica com o sebo bovino. A gordura do boi chegou a responder por 25% da produção nacional em março de 2008, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, e em geral tem se mantido em torno dos 10%.
A
mamona foi uma das grandes apostas brasileiras, mas ainda não apresentou
resultados expressivos. Por isso a planta vem perdendo espaço para outras
culturas como o pinhão-manso e o crambe. (biodieselbr)
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