O
processo de enriquecimento do urânio consiste em aumentar a concentração de
isótopos 235 deste mineral. Estes isótopos, cujos núcleos possuem 92 prótons e
143 nêutrons, são os únicos átomos de urânio capazes de realizar a fissão
nuclear.
Em
uma usina nuclear, a fissão fornece calor para o aquecimento da água e produção
do vapor que movimenta as turbinas e gera energia elétrica.
O
enriquecimento não é uma reação química, mas acontece por aceleração. Na
ultracentrifugação, isso ocorre em uma máquina que gira a 70 mil rotações por
minuto.
Neste
processo, o urânio é enriquecido de 0,7% para em torno de 3%. Só para comparar,
uma bomba atômica utiliza urânio enriquecido a mais de 80%.
O
Brasil já possuía uma tecnologia de enriquecimento de urânio desde a década de
80. Mas ela não possibilitava a produção em escala suficiente para alimentar
usinas nucleares. Por esta razão, o urânio extraído de Caitité (BA) precisava
ser enriquecido no Canadá e na Europa antes de seguir para as usinas nucleares
brasileiras.
O
novo processo de ultracentrifugação foi desenvolvido pelo Ipen (Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares), em conjunto com o Centro Tecnológico da
Marinha de São Paulo. Esta tecnologia permite a produção de urânio enriquecido
em escala industrial.
Com
isso, o Brasil passa a ser o sétimo país no mundo a dominar a técnica, ao lado
de Rússia, China, Japão, Holanda, Alemanha e Inglaterra. Os Estados Unidos e a
França utilizam outra técnica para enriquecer o minério, a difusão gasosa.
Segundo
dados da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), vinculada ao Ministério da
Ciência e Tecnologia, o enriquecimento do urânio no Brasil pode representar uma
economia de US$ 19 milhões a cada 14 meses. (uol)
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